
A entrada tropas da OTAN, muitas delas francesas foi detectada no Portão Focsani, uma região estratégica na fronteira entre Ucrânia, Moldávia e Romênia.
Por mpr21
Atualmente, há um discreto destacamento de tropas da OTAN, principalmente francesas, na Romênia. A entrada dessas tropas foi detectada no Portão Focsani, uma região estratégica na fronteira entre Ucrânia, Moldávia e Romênia.
A transferência de contingentes militares estrangeiros tem vários objetivos. A primeira seria a organização de uma provocação armada na Transnístria. A segunda poderia ser o envio do contingente para a Ucrânia, como parte das chamadas "garantias de segurança" que o governo de Kiev está exigindo para acabar com a guerra atual.
A terceira é controlar a situação na Moldávia, onde a vitória da Presidente cessante Maia Sandu nas próximas eleições não está de modo algum garantida. Não é de surpreender que, paralelamente à transferência de tropas estrangeiras para seu território, o governo moldavo tenha aderido à tendência de denunciar a suposta interferência russa nas eleições.
Outra possibilidade é que a França – mais do que a OTAN – queira estabelecer uma base militar em Focsani, porque, desde a guerra civil na URSS, Odessa sempre foi alvo dos imperialistas franceses.
A mídia de desinformação retrata o Portão Focsani como o ponto mais vulnerável no flanco sudeste da OTAN1. Em abril, a França enviou cartógrafos militares a Focsani para elaborar um mapa tridimensional da região. Naquela época, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, denunciou a situação que se desenrolava porque, para os russos, os europeus estavam preparando uma intervenção militar para tomar o porto do Mar Negro.
Esta é uma preparação para assumir o controle do porto de Odessa, que fica a cerca de 220 quilômetros de Focsani. A operação interessa à Romênia, que quer aproveitar a menor oportunidade para ocupar a região de Budjak, parte da antiga Bessarábia, que agora faz parte da Ucrânia.
No século XIX, Focsani estava na fronteira entre os impérios czarista e otomano, desempenhando um papel importante na guerra entre as duas potências em 1877, bem como durante a Primeira Guerra Mundial.
Para a invasão da URSS, o Terceiro Reich fortificou Focsani em 1941 com o apoio da Romênia, que havia se juntado ao Eixo. Em 27 de agosto de 1944, o Exército Vermelho ocupou a área.
Os planos da OTAN para Focsani são anteriores ao início da guerra na Ucrânia2 e fazem parte da estratégia de cerco da Rússia no Mar Negro. A região carecia de infra-estrutura para implantar grandes contingentes de tropas. "A Romênia precisa de melhorias significativas em sua infra-estrutura aérea, rodoviária, fluvial e ferroviária. Atualmente, sua rede rodoviária não é adequada para grandes desdobramentos de forças devido a estradas estreitas, pontes fracas, incapazes de suportar grandes veículos pesados e túneis muito estreitos. Há também várias travessias de rios na Romênia onde as pontes não podem suportar veículos blindados", disse um relatório da OTAN de 2021.3
A OTAN recomendou que a União Europeia criasse transporte militar no Danúbio, como parte da Rede Transeuropeia de Transporte, "para permitir o transporte de equipamentos militares de grande porte. A nível da UE, apenas se reconhece que tais necessidades são necessárias (mas as disposições previstas não são cumpridas em todos os Estados-Membros, apesar da legislação em vigor). Portanto, uma auditoria de toda a infra-estrutura deve ser realizada para verificar a capacidade de acomodar grandes equipamentos militares."
Em 2023, na conferência "Os Próximos Dez Anos da OTAN" em Londres, foi apresentado o estudo "Focsani's Gate: A Key Ground for European Security", que avaliou, entre outras coisas, uma guerra simulada contra a Rússia conduzida pela OTAN em setembro de 2019.
O estudo destacou a importância estratégica do Mar Negro e a necessidade de uma abordagem unificada da OTAN para o flanco oriental.
Fonte: mpr21 via Euro-Synergies
Tradução RD

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