
As sondagens indicam que José Antonio Kast lidera as intenções de voto com cerca de 35%, seguido por um candidato potencial do governo (esquerda)
O Chile entra no último trimestre de 2025 num clima de incerteza política e de debate intenso sobre o rumo económico do país, enquanto se aproximam as eleições gerais previstas para Novembro de 2025.
O Governo do Presidente Gabriel Boric, que chegou ao poder em Março de 2022 como representante da coligação de esquerda Apruebo Dignidad, enfrenta níveis de aprovação em torno dos 30%, segundo as sondagens mais recentes do Centro de Estudos Públicos (CEP). A sua administração tem sido marcada por dificuldades em promover reformas estruturais, incluindo a tributária e a do sistema de pensões, que encontraram forte resistência no Congresso Nacional.
A direita chilena, reunida principalmente na coligação Chile Vamos, surge fortalecida após os resultados das eleições municipais de 2024 e da eleição dos conselheiros constitucionais, dominada pelo Partido Republicano, de José Antonio Kast, figura que se mantém como o principal nome da oposição e provável candidato presidencial.
Os partidos de centro, incluindo a Democracia Cristã e o Partido pela Democracia, continuam divididos e com dificuldade em recuperar relevância política, enquanto sectores da esquerda tentam consolidar uma frente mais ampla em torno de Boric e da ministra do Interior, Carolina Tohá.
As sondagens indicam que José Antonio Kast lidera as intenções de voto com cerca de 35%, seguido por um candidato potencial do governo — ainda não definido — com aproximadamente 20%, e outros nomes da centro-esquerda em percentagens menores.
A economia chilena mostra sinais de recuperação moderada, com crescimento previsto de 2,1% para 2025, segundo o Banco Central, após dois anos de estagnação e inflação elevada. Contudo, o desemprego mantém-se acima dos 8%, e o custo de vida continua a ser uma das principais preocupações dos cidadãos.
A segurança pública e o aumento da criminalidade tornaram-se temas centrais na campanha, com os partidos de direita a prometerem medidas mais duras contra o narcotráfico e a imigração irregular, enquanto o governo tenta equilibrar o combate à violência com políticas sociais de inclusão.
Especialistas acreditam que o pleito de Novembro poderá redefinir o mapa político do país e marcar o fim do ciclo progressista iniciado em 2021 com o triunfo de Boric. A fragmentação partidária e o desencanto do eleitorado, que se traduzem em níveis crescentes de abstenção, deverão desempenhar um papel decisivo no resultado final.
Várias fontes
Sem comentários:
Enviar um comentário