
A Itália e a Espanha enviaram navios de guerra para escoltar a flotilha humanitária com destino a Gaza, após ataques de drones atribuídos a Israel. As embarcações pretendem garantir a passagem segura da ajuda em meio ao bloqueio marítimo israelita. A missão marca um raro desafio europeu direto à política de Telavive.
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Navio espanhol para proteger a flotilla |
O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, afirmou que já foi despachado um navio e que outro está a caminho, “pronto para qualquer eventualidade”. Ele advertiu os organizadores contra tentativas de violar o bloqueio israelita e apelou a que entreguem a ajuda em portos seguros, em vez de arriscar confrontos no mar.
Entretanto, o governo espanhol, liderado por Pedro Sánchez, anunciou que enviará um navio de acção marítima a partir do porto de Cartagena para proteger cidadãos espanhóis que participam da flotilha ou executar operações de resgate, se necessário. Sánchez enfatizou que favorece o respeito ao direito internacional e a segurança dos navios em rota pelo Mediterrâneo.
A Espanha justificou a operação como uma resposta às ameaças sofridas pela flotilha e também pelo fato de cidadãos espanhóis estarem a bordo.
A decisão de ambos os países tem elevado as tensões diplomáticas. Itália e Espanha são membros da NATO, cujo artigo 5.º estabelece que um ataque a um Estado membro é considerado ataque a todos. Assim, qualquer ação contra os navios pode ter implicações militares e diplomáticas consideráveis.
Reuters
O contexto dessa mobilização emerge após múltiplos relatos de ataques com drones à flotilha em águas internacionais, inclusive com explosões, interferência de comunicações e uso de dispositivos como gás irritante. Apesar disso, até agora não foram confirmadas vítimas.
Itália também sugeriu que a ajuda poderia ser descarregada em Chipre e distribuída por meios terrestres, uma proposta rejeitada pelos ativistas, que insistem em navegar até Gaza para simbolizar sua resistência ao bloqueio.
O episódio coloca em foco o dilema dos países ocidentais: por um lado, apoiar ações humanitárias; por outro, permanecerem alinhados com Israel ou sob pressão diplomática e militar. Será um teste para a capacidade da Europa de agir como ator autónomo na crise do Médio Oriente.
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