O ERRO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990 E O SILÊNCIO IMPOSTO
Paulo Ramires
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 foi assinado em Lisboa a 16 de Dezembro de 1990 com a pretensão de unificar a língua portuguesa nos vários países lusófonos. Quase 28 anos depois ninguém está satisfeito com o dito acordo de 1990, que afinal não unifica nada, mas promove em vez disso uma desunificação onde antes não havia problemas significativos a nível ortográfico, como por exemplo entre o português de África e o português europeu, ou aumentando o fosso das diferenças ortográficas com as grafias múltiplas que passaram a existir entre Portugal e o Brasil, mas mais, criou um caos tal e constante na língua portuguesa evidente por todo o lado onde erros ortográficos aparecem misturados com as duas ortografias, a de 1945 e a de 1990. Este é um acordo que não funciona e não é desejado por ninguém porque se baseia na fonia da língua para atingir esse almejado objectivo de unir as várias grafias no espaço lusófono, todavia tal objectivo é pouco exequível dado que existem muitas pronúncias e formas de falar no espaço da lusofonia, só em Portugal existem muitas pronúncias, como é possível a unificação nesses termos? Simplesmente não é possível nem desejável. Perante esta impossibilidade os defensores do acordo acharam por bem resolver esta impossibilidade aplicando a ortografia brasileira a toda a lusofonia, isso é, a todos os países lusófonos incluindo Portugal, como se isso fosse aceitável para os outros cidadãos dos outros países, não é pois não? Sobretudo quando se pensou voltar atrás com uma reforma ortográfica anterior à de 1945, isto porque a forma de grafar que os brasileiros usam é baseada na reforma de 1943, aprovado a 12 de Agosto desse mesmo ano e que apresenta um formulário ortográfico bastante simplista e adequado ao falar de Brasil mas não ao de Portugal ou ao dos outros países africanos ou ainda menos ao de Timor Leste. Por exemplo a superação das consoantes mudas não serve às restantes variações do português sobretudo no português de Portugal em que uma consoante antes de uma vogal átona tem a função de acento grave mas no português do Brasil isto não faz diferença alguma, seria mais aceitável incluir uma consoante que não faz falta no espaço lusófono do que eliminar uma consoante que faz falta no espaço lusófono, assim não se compreende como os restantes governantes cederam às exigências do Brasil. O resultado deste acordo é ter não só um impacto significativo na ortografia como na forma de falar dos restantes falantes do português. Estamos assim perante o maior erro histórico que já se cometeu contra a língua portuguesa e perante este facto o governo português opta pelo silêncio e impõe o silencio aos órgão de comunicação social como forma de encobrir este erro tremendo na língua portuguesa.
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