julho 2023
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terça-feira, 4 de julho de 2023

A GUERRA POR PROCURAÇÃO DOS EUA/NATO NA UCRÂNIA É UM DESASTRE SEM PRECEDENTES

Quem responderá pelas incontáveis vidas perdidas, pelos milhões de deslocados e pelas economias e meios de vida americanos e europeus lançados na desorganização? Todos os pretensos líderes ocidentais, bem como os media sem vergonha que propagandeiam a guerra, são uma galeria de patifes que, a seu tempo, terão de enfrentar um escrutínio abrasador por parte do seu público, quando as galinhas voltarem inexoravelmente para casa.

Cada vez mais, a guerra por procuração na Ucrânia contra a Rússia pode ser vista como uma derrota desastrosa para os Estados Unidos e a NATO. Este resultado espantoso deveria estar nas manchetes mundiais. Ao invés disso, a máquina de interpretação dos media ocidentais está em sobressalto acerca de um motim fracassado na Rússia, o qual, numa escala objetiva de acontecimentos importantes, é relativamente menor em comparação com o escândalo colossal dos EUA/NATO.

A contraofensiva ucraniana, que dura há um mês, não conseguiu fazer qualquer mossa nas defesas russas, apesar dos milhares de milhões de dólares e de euros em armamento fornecidos ao regime de Kiev pelo bloco da NATO. Trata-se de uma calamidade e de um escândalo verdadeiramente espantosos. A morte e a destruição completamente desnecessárias são obscenas – semelhantes aos massacres da Primeira Guerra Mundial efetuados por generais de poltrona e políticos.

Mesmo responsáveis ocidentais e o regime corrupto e cúpido de Kiev estão a admitir timidamente que a tão apregoada contraofensiva – que foi saudada durante meses como um esperado golpe de misericórdia contra as forças russas – é um fracasso. Milhares de soldados ucranianos, bem como forças especiais da NATO que se encontram secretamente no terreno, foram mortos. Centenas de tanques e veículos de infantaria foram pulverizados pelo superior poder de fogo russo.

É um massacre e uma orgia de negociatas de guerra que as elites políticas americanas e europeias, juntamente com os seus serviçais mediáticos, têm promovido incessantemente.

Será o inferno pagar pelos governantes americanos e europeus que apostaram tudo na sua nefanda ambição da “derrota estratégica da Rússia” (sob o disfarce mistificatório da “defesa da democracia” num regime nazi!)

As consequências políticas para o Presidente dos EUA, Joe Biden, farão com que o desastre da sua retirada do Afeganistão em 2021 pareça um piquenique, uma vez que as eleições presidenciais se aproximam no próximo ano.

Quanto à União Europeia, cujos líderes têm seguido servilmente a loucura de Washington na Ucrânia, as repercussões do caos económico e político irão fatalmente minar esta entidade já cambaleante.

Em última análise, não há como escapar à iminente crise geopolítica sísmica, não importa quanto os desgovernantes elitistas ocidentais se contorçam para evitar a responsabilização.

O tumulto provocado pelo caso Prigozhin na Rússia, na semana passada, em que se assistiu a uma tentativa de motim por parte do chefe da empresa militar privada Wagner, surgiu numa altura conveniente para os EUA e a UE. Distraiu momentaneamente a atenção do desastre absoluto que Washington e os seus aliados da NATO criaram na Ucrânia. Mas, à medida que a charada Prigozhin se dissipa, o foco das atenções certamente virar-se-á para o escândalo muito maior da derrota liderada pelo Ocidente na Ucrânia.

Quem responderá pelas incontáveis vidas perdidas, pelos milhões de deslocados e pelas economias e meios de vida americanos e europeus lançados na desorganização? Todos os pretensos líderes ocidentais, bem como os media sem vergonha que propagandeiam a guerra, são uma galeria de patifes que, a seu tempo, terão de enfrentar um escrutínio abrasador por parte do seu público, quando as galinhas voltarem inexoravelmente para casa.

No entanto, é preocupante que a curto prazo os governantes enlouquecidos de Washington e da Europa não mostrem qualquer ligação com a realidade e não voltem atrás na sua obsessão pela guerra.

Esta semana, o suposto principal diplomata da União Europeia, Josep Borrell, está a propor transformar o chamado Mecanismo Europeu de Apoio à Paz num “fundo de defesa da Ucrânia”. A UE já comprometeu mais de €50 mil milhões do dinheiro dos contribuintes para escorar o regime neonazi de Kiev. Agora, burocratas não eleitos como Borrell querem tornar todo o propósito da UE num banqueiro para a guerra na Ucrânia.

A Dinamarca assumiu esta semana a liderança dos demais Estados europeus para iniciar um programa de treino de pilotos destinado a ucranianos e outros mercenários da NATO a fim de pilotarem os caças F-16 fabricados nos EUA.

A Casa Branca de Biden também está prestes a aprovar o fornecimento à Ucrânia de mísseis ATACMS de longo alcance, capazes de lançar ataques a território russo. Biden já gastou US$150 mil milhões de dinheiro público para proteger o regime corrupto de Kiev, cujo exército e armas da NATO foram destruídos. (É claro que este é um negócio super-lucrativo e auto-reforçado para o complexo militar-industrial dos EUA e os seus proxenetas políticos em Washington, incluindo Biden).

Por outras palavras, ao invés de ficarem preocupados perante a realidade de que a guerra proxy liderada pelos EUA na Ucrânia contra a Rússia está condenada, a administração Biden e os seus lacaios europeus estão a dobrar a aposta. Estão presos pelos seus próprios coletes-de-força ideológicos, por interesses pessoais corruptos, pelos lucros de guerra a curto prazo da elite e pela russofobia.

Os líderes ocidentais estão mesmo a fazer a dedução distorcida de que o motim falhado na Rússia é mais uma razão para os EUA e a NATO aumentarem o armamento ao regime de Kiev. Antony Blinken, o secretário de Estado americano, regozijou-se esta semana com a suposta oportunidade de infligir uma derrota estratégica à Rússia. Tal pensamento é completamente ilusório e insanamente perigoso.

O conflito na Ucrânia poderia terminar num curto espaço de tempo. Nunca deveria ter começado. A solução para acabar com a violência é a mesma que foi defendida por Moscovo desde há muito tempo: formular acordos de segurança geopolítica e, em particular, a neutralidade da Ucrânia em relação à adesão à NATO.

Os governantes ocidentais nada aprenderam. Antes da cimeira da NATO, a realizar-se dentro de duas semanas em Vilnius, em 11 e 12 de julho, a Grã-Bretanha e outros países apelam a que a adesão da Ucrânia seja acelerada. Tal medida consolidará o caminho para uma guerra total com a Rússia.

Continuar a armar a Ucrânia e insistir na adesão à NATO não é simplesmente cavar um buraco mais fundo para si próprio. É empurrar a situação para o abismo.

Vassily Nebenzia, embaixador da Rússia nas Nações Unidas, disse esta semana ao Conselho de Segurança: “Para esta guerra terminar, os mestres americanos devem dar ordens aos seus vassalos. A ausência de tais sinais e ordens só indica uma coisa: os Estados Unidos não têm necessidade ou desejo de acabar com o conflito, mas têm um apetite pela sua continuação e antecipam o momento em que a Rússia será derrotada, de preferência [na interpretação dos EUA] estrategicamente. Quero dizer-vos que isso não irá acontecer”.

O representante russo acrescentou esta advertência sombria: “Tendo-se desligado completamente da realidade, o Ocidente está deliberadamente a provocar uma confrontação direta entre potências nucleares”.

Há um pressentimento de que, ao invés de assumir a responsabilidade pelas suas culpas quanto à Ucrânia, a elite ocidental prefere iniciar a Terceira Guerra Mundial.

Esta é a mais deplorável constatação acerca da classe política ocidental e a sua chamada democracia liberal. Trata-se de uma cabala fascista disposta a suicidar o mundo.

Até um ponto indefinido, a formidável dissuasão militar da Rússia pode impedir a cabala ocidental de realizar os seus delírios belicistas e, desse modo, expor cada vez mais o sistema psicopático ocidental pelo que ele é. Mas, para uma transição histórica para um mundo mais pacífico, cabe aos povos do Ocidente deitar abaixo o seu sistema belicista e pedir contas aos seus criminosos maus líderes. Se nesse ínterim puder ser evitada a Terceira Guerra Mundial.

Fonte:
Strategic Culture Foundation, Resistir, 02/07/2023

ORGANIZAÇÃO DE COOPERAÇÃO DE XANGAI VAI AUMENTAR INTERCÂMBIOS EM SEGURANÇA, DIZ PUTIN


O presidente russo, Vladimir Putin, discursou nesta terça-feira (4) na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, quando afirmou que o grupo aumentará o intercâmbio em segurança. Segundo ele, a OCX está comprometida a criar uma ordem mundial mais justa. 

"A nossa organização está firmemente comprometida em construir uma ordem mundial verdadeiramente justa e multipolar. Uma ordem mundial baseada no direito internacional, nos princípios universalmente reconhecidos de cooperação mutuamente respeitosa de Estados soberanos com o papel de coordenação central das Nações Unidas", disse Putin. O presidente acrescentou que a Rússia apoia o projeto de declaração conjunta da OCX, que "reflete abordagens consolidadas para questões internacionais". Putin também disse que a Rússia apoia a concessão de adesão à OCX da Bielorrússia.

Mais diferenças geopolíticas aparecem globalmente - Putin também destacou no seu discurso que mais e mais diferenças geopolíticas aparecem no mundo, e a segurança global está se deteriorando. Putin disse à OCX que a organização está desempenhando um papel mais importante na manutenção da estabilidade no cenário global.

“Isso é especialmente significativo nas condições atuais, quando as contradições geopolíticas estão se tornando mais agudas. A degradação do sistema de segurança internacional continua”, disse Putin na cimeira. O presidente também disse que uma guerra híbrida está em andamento contra a Rússia no momento.

"E agora, de facto, uma guerra híbrida está a ser travada contra nós, sanções ilegítimas contra a Rússia estão sendo usadas numa escala sem precedentes", disse Putin, acrescentando que a "anti-Rússia" estava sendo criada perto da fronteira do país com a Ucrânia há muito tempo.

Fonte: brasil247.com

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