outubro 2022
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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

UM GASODUTO E UMA ESTÓRIA MAL CONTADA PARA BOI DORMIR


Por Paulo Milheiro da Costa


No seu extremo Sudoeste, entre a Suécia e a Alemanha, o mar Mar Báltico termina num estreito (bastante estreito), no meio do qual existe uma pequena ilha, mais pequena do que a Ilha da Madeira, que faz parte da Dinamarca.

O local é obviamente um ponto estratégico, porque é por ali que entra e sai do Báltico a esquadra russa, baseada em São Petersburgo. Atravessar esse ponto, no sentido Leste-Oeste é o único acesso ao Atlântico para a frota russa.]

Se é estratégico para os russos é também, por definição, para os americanos, que constantemente patrulham aquelas águas. À superfície e também debaixo de água. O Mar Báltico não é grande, pelo que Russos e Americanos, além de Suecos, Dinamarqueses, Finlandeses, Polacos, Alemães e até os minúsculos Balticos cruzam-se constantemente nessas águas e cada um sabe, em qualquer altura, onde estão os outros. É apertado, mas lá andam, tem de ser. Passar despercebido é quase impossível.

Aquela pequena ilha dinamarquesa que referi, que se chama Bornholm, está eriçada de antenas, sensores, câmaras vídeo e microfones acima e debaixo de água, vigiando e monitorizando tudo o que passa por ali, entrando ou saindo do Mar Báltico.

Tudo é visto, incluindo peixes. Tudo isto é operado por militares dinamarqueses e americanos.

Ora, os hoje célebres gasodutos russo/alemães (que são 3) passam por ali, assentes no fundo do mar envoltos em estruturas de cimento e aço, a 60 metros de profundidade. E inúmeras câmaras de vídeo vigiam-nos em permanência. Mas foi ali, naquele local com tanto trânsito e hiper vigiado 24/24, que os gasodutos foram rebentados deliberadamente.

A questão é: com este aparato todo de vigilância, como é que, sobretudo an ilha Bornholm, ninguém viu nem ouviu nada?!

Resposta: decorriam exercícios de forças americanas naquelas águas, conhecidos por todos, àquela hora. E apenas se podiam aproximar navios americanos autorizados. Um dos exercícios era manuseamento de explosivos debaixo de água.

Agora, podem dizer que isto são meras provas circunstanciais, o que é verdade. Também podem dizer que frotas de todos os países fazem exercícios, o que também é verdade.

Só não percebo como é que os russos conseguiram penetrar nessa zona hiper vigiada e rebentar com os seus próprios gasodutos, (que custaram muitos biliões) sem serem detectados, cometendo dessa forma o crime mais masoquista e mais inútil da História.

Mas a população da Europa, depois de ser submetida a muitos meses de desinformação ridícula, já acredita em tudo. É pena.



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