
Diz-se que o director da CIA, John Ratcliffe, estará a trabalhar com defensores da mudança de regime, incluindo o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio e o assessor da Casa Branca Stephen Miller, com vista a moldar a nova estratégia agressiva contra o Governo venezuelano.
O Governo de Donald Trump autorizou a CIA a realizar operações secretas letais na Venezuela, no âmbito dos seus esforços de mudança de regime em Caracas.
Alguns responsáveis norte-americanos confirmaram ao New York Times uma nova directiva presidencial que permite à CIA conduzir operações secretas letais contra o Governo de Nicolás Maduro, bem como outras acções não especificadas na região das Caraíbas.
Na passada quarta-feira, o Presidente Donald Trump confirmou igualmente ter aprovado as operações secretas da CIA na Venezuela, sem, contudo, entrar em pormenores.
Trump justificou a medida perante os jornalistas, alegando que o Governo de Maduro estaria a enviar “criminosos e pessoas de instituições mentais” através da fronteira sul para os Estados Unidos, juntamente com o tráfico de droga pelas rotas caribenhas, reiterando ainda que os ataques terrestres continuariam.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Venezuela reagiu, condenando as declarações “agressivas e exageradas” de Trump e a sua admissão de planos de desestabilização liderados pela CIA.
Na semana anterior, durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Venezuela denunciara os contínuos esforços de mudança de regime, incluindo possíveis ataques militares norte-americanos num futuro próximo, sustentados em “mentiras” sobre o alegado envolvimento de Caracas no narcotráfico.
As ameaças militares intensificaram-se após Washington ter suspendido todas as relações diplomáticas com Caracas a 2 de Outubro, bem como após relatos de que Trump se mostrava exasperado com a recusa de Maduro em renunciar e com a rejeição venezuelana das acusações de “narcoterrorismo”, consideradas infundadas e politicamente motivadas.
O Governo de Maduro anunciou recentemente ter frustrado uma “operação de bandeira falsa” alegadamente organizada por grupos locais de extrema-direita, com o objectivo de colocar explosivos na embaixada dos Estados Unidos e assim provocar um conflito com Washington.
Este aviso foi rejeitado pelas autoridades norte-americanas, que afirmaram que o edifício da embaixada se encontra vazio desde 2019, quando Caracas rompeu relações diplomáticas.
Washington rejeitou igualmente os apelos de Maduro ao diálogo e à desescalada. As forças armadas venezuelanas iniciaram exercícios de defesa e foram destacadas por todo o país para proteger fronteiras, aeroportos, portos, infra-estruturas e instituições críticas.
No início do ano passado, as autoridades venezuelanas prenderam dezenas de indivíduos alegadamente ligados a uma conspiração de extrema-direita para assassinar o Presidente Maduro, acusando a CIA e a Agência Antidroga (DEA) de apoiar o complot.
Diz-se que o director da CIA, John Ratcliffe, estará a trabalhar com defensores da mudança de regime, incluindo o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio e o assessor da Casa Branca Stephen Miller, com vista a moldar a nova estratégia agressiva contra o Governo venezuelano.
Esta abordagem inclui a expansão da presença militar dos Estados Unidos nas Caraíbas e, potencialmente, ataques a alvos dentro da Venezuela, no âmbito da próxima fase da chamada missão “antidroga” de Washington.
Desde meados de Agosto, a Casa Branca enviou pelo menos oito navios de guerra, aeronaves e cerca de dez mil soldados para o mar das Caraíbas, sob o pretexto de uma missão contra o narcotráfico.
Na passada quarta-feira, dois bombardeiros B-52 norte-americanos foram avistados a manobrar no espaço aéreo venezuelano, segundo sítios de rastreio de aeronaves de código aberto.
A mobilização militar ocorreu depois de os Estados Unidos terem oferecido uma recompensa de 50 milhões de dólares pela captura de Maduro, alegando que este seria o líder do “Cartel de los Soles” e teria ligações à quadrilha “Tren de Aragua”, designada por Washington como “organização terrorista”.
Contudo, Washington não apresentou quaisquer provas validadas em tribunal. Relatórios do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e da própria DEA indicam que a Venezuela não é um produtor nem um transportador significativo de estupefacientes.
A maioria das drogas destinadas ao mercado norte-americano provém da Colômbia, do Peru e da Bolívia, chegando aos Estados Unidos através das rotas do Pacífico e da América Central.
Desde Setembro, o Comando Sul dos Estados Unidos atacou pelo menos cinco embarcações no mar das Caraíbas, perto da costa venezuelana, causando 27 mortos e alegando que transportavam drogas para os EUA e pertenciam a organizações terroristas.
Trindade e Tobago, localizada ao largo da costa venezuelana, investiga se dois dos falecidos eram seus cidadãos.
Fonte: Por Harici.com.tr
Tradução RD
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