A AUSTERIDADE FACILITA A FRAGMENTAÇÃO DA EUROPA QUE A LEVARÁ AO FIM DO EURO E ARRISCA TODO O PROJECTO EUROPEU COM CONSEQUÊNCIAS AINDA IMPREVISÍVEIS
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segunda-feira, 15 de abril de 2013

A AUSTERIDADE FACILITA A FRAGMENTAÇÃO DA EUROPA QUE A LEVARÁ AO FIM DO EURO E ARRISCA TODO O PROJECTO EUROPEU COM CONSEQUÊNCIAS AINDA IMPREVISÍVEIS

A AUSTERIDADE FACILITA A FRAGMENTAÇÃO DA EUROPA QUE A LEVARÁ AO FIM DO EURO E ARRISCA TODO O PROJECTO EUROPEU COM CONSEQUÊNCIAS AINDA IMPREVISÍVEIS


Os sete anos que Portugal beneficiaram para pagar os juros de empréstimos, significam um acréscimo dos juros sobre a divida que Portugal terá de pagar, e que correspondem a 6,3 milhões de euros ao fim de 20 anos, o que perfaz um total de 68,8 mil milhões de euros em vez dos 62,4 mil milhões.

Os sete anos que Portugal [e a Irlanda] beneficiaram para pagar os juros de empréstimos, não são assim uma alivio tão grande como o que tem sido anunciado pela comunicação social, ainda que se traduzem em beneficio para as empresas e para a economia e facilite o regresso aos mercados, no entanto esses sete anos de aumento da maturidade significa um acréscimo dos juros sobre a divida que Portugal terá de pagar, e que correspondem a 6,3 milhões de euros ao fim de 20 anos, o que perfaz um total de 68,8 mil milhões de euros em vez dos 62,4 mil milhões. Esses juros são pagos a 3% com uma maturidade de 13 anos - isto se o acordo se manter com a troica - ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e ao Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (MEF). Nas obrigações a 10 anos os juros estão a 6,3% o dobro do que é acordado com a troica. Mesmo assim, Portugal [tal como a Grécia] terá de pagar 20 mil milhões em divida entre 2015 e 2021, sendo que o resgate engloba 7 mil milhões em 2016 e 8,7 mil milhões em 2012.

 Perante estas obrigações, Portugal enfrenta ainda uma divida no valor total de 207 703 milhões de euros em 2013, correspondendo a 122,4% do PIB (Mais elevada só a Grécia e a Itália) e com tendência a subir. A par disto existe também preocupação com o défice e que actualmente se encontra nos 6,4%, um dos critérios de compromisso com o Eurogrupo e o Ecofin, o que obriga aos cortes brutais a serem feitos nas despesas do estado, já que por via das receitas está fora de questão devido à decisão do tribunal constitucional.

São cerca 1326 milhões de euros de acordo com a 7ª revisão do programa de ajustamento da troica. Destes cortes serão 600 milhões de euros aplicados aos ministérios e o restante, à Segurança Social, Saúde, Educação e Empresas Públicas. Fala-se ainda numa TSU para pensionistas, algo imoral e degradante e o aumento da idade de reforma para os 67 anos. Ora o impacto de estas medidas de austeridade - assim decididas pela ortodoxia alemã com o apoio de outros países satélites - porque existem outras, têm efeitos completamente recessivos - ou mesmo de espiral recessiva - na economia portuguesa, impedindo o crescimento económico, e provocando um brutal desemprego gerado quer pelo facto de a economia não crescer como devido aos cortes ilógicos na despesa do estado, estas politicas têm efeitos complexos e inversos ao que supostamente se pretende, pois, aumenta a própria divida pública através do acréscimo da despesa da segurança social por exemplo.

Estou convencido que isto se deve a um crença ideológica fanática, paranóica e cega sem qualquer interesse pela constatação do resultado prático, só assim se explica a continuação dos discursos de que estas medidas se devem aplicar para desenvolver o crescimento e económico e o desemprego. Eu diria mesmo loucura ideológica na consolidação das contas públicas. Todavia a situação quer de Portugal ou de outros países, curiosamente todos do sul à excepção da Irlanda, não é brilhante, não se sabendo mesmo como lidar com este problema, assim não admira que venham a surgir muitas pessoas como Mário Soares a defender pagar a divida, porque de facto ela é impagável, e diz Soares nada aconteceu com a Argentina por não ter pago.

Mas se a dívida não for paga, Portugal sai do Euro e se o mesmo suceder a outros países como a Grécia, mas ainda pior como a Itália, então o Euro teria certamente o seu fim, o que colocaria o projecto europeu em grandes duvidas. Penso que os Eurobonds deveriam ser criados de futuro e avançar-se numa solução federalista, mas esta solução só é viável com uma democracia muito forte em todas as instituições europeias, harmonização fiscal e cooperação económica e social na União, criação de politicas de crescimento e emprego. Como não estou a ver que isto mude enquanto esta coligação de direita conservadora se mantiver na Alemanha: A coligação da CDU (União Democrata-Cristã) e a CSU (União Social Cristã), pode mesmo estar em causa se o o partido de Angela Merkel insistir na ajuda a outros países, portanto estamos completamente reféns do governo alemão e assim não pode ser, os responsáveis políticos alemãs terão de recuar nesta fracassada politica de austeridade, isto com o euro bem forte, ou será um Super Marco ? Repare a moeda única está de acordo com as economias do norte europeu e nada de acordo com as economias do sul e isto levanta muitas questões. A outra questão é o papel do Banco Central Europeu que tem feito um papel muito limitado sem poder colocar moeda no mercado.





                                                                                                                                                              



 

 


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