COREIA DO NORTE: "E AGORA ?", EM TRÊS CENÁRIOS
As ameaças de guerra por parte da Coreia do Norte não são novidade. Menos usuais são a intensidade e persistência com que Pyongyang o está a fazer desta vez. A isto soma-se um líder de 29 anos, com o poder subitamente nas mãos. Confira o que pode seguir-se, em três cenários
A Coreia do Norte continua a subir de tom nas ameaças, fazendo
entender que estará iminente um ataque nuclear. Na semana passada, dava o
dia 10 como o último dia em que podia garantir a segurança dos
diplomatas, por exemplo.
O responsável pela cadeira da Ásia e Japão no Centro de Estudos
Estratégicos e Internacionais, da Universidade norte-americana de
Georgetown, Michael Green, traçou à CNN três cenários possíveis:
1. O que Kim Jong Un espera :
Com este clima de tensão, os mercados financeiros da Coreia do Sul
caem a pique. Os líderes chineses entram em pânico com a instabilidade
na sua fronteira. Os EUA querem desesperadamente 'despachar' o problema
da Coreia do Norte, para poderem lidar com a crise no Irão. Pyongyang
propõe negociações para um tratado de paz que ponha um fim formal à
guerra da Coreia, mas exige, para isso, a suspensão das sanções
internacionais de que é alvo. Washington, Seul e Tóquio concordam... mas
a Coreia do Norte continua o processo de produção de armas nucleares, à
base de urânio, em instalações subterrâneas e secretas.
Um ano depois, testam uma ogiva mais sofisticada. Pyongyang exige
então o fim das restantes sanções internacionais, o reconhecimento como
um legítimo estado nuclear e uma reunião na capital norte-coreana com o
Presidente americano Barack Obama.
Para dar força à sua ameaça, a Coreia do Norte bombardeia várias ilhas do Sul e ameaça usar as suas novas armas nucleares.
A crise recomeça, mas com uma Coreia do Norte mais perigosa.
2. O que EUA, Coreia do Sul e Japão esperam:
A imprevisibilidade de Kim faz finalmente o seu maior aliado, a China, virar costas ao regime.
Quando Pyongyang subir o tom das ameaças, Pequim corta o abastecimento de petróleo em 50 por cento.
A Coreia do Norte concorda em assinar uma moratória sobre testes de
mísseis e armas nucleares e retoma as negociações sobre o fim do seu
programa nuclear.
Com isto, abrem-se fissuras no regime.
3. O que ninguém quer:
A estratégia de Kim Jong Un falha e as potências mundiais continuam
ser reconhecer a Coreia do Norte como um legítimo possuidor de armas
nucleares.
Prosseguem as ameaças para aterrorizar a Coreia do Sul e a China
continua a elogiar o "bom comportamento" de Pyongyang. O líder aprova um
ataque contra as montanhas desabitadas nos arredores de Seul. O Sul
responde e Pyongyang ataca com artilharia mais pesada e mísseis. Os EUA
aliam-se à Coreia do Sul. O conflito acaba com a derrota da Coreia do
Norte e a queda do líder. Onde estamos agora? Algures entre o primeiro e o seguro cenário, acredita Michael Green.
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