O PLANEADO ATAQUE POR PARTE DOS EUA E DA FRANÇA À SÍRIA
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segunda-feira, 27 de abril de 2015

O PLANEADO ATAQUE POR PARTE DOS EUA E DA FRANÇA À SÍRIA

O PLANEADO ATAQUE POR PARTE DOS EUA E DA FRANÇA À SÍRIA

Na manhã de sábado de 31 de Agosto de 2013, um oficial americano telefonou para o gabinete do presidente Francois Hollande dizendo-lhe que deveria esperar uma chamada do presidente Obama ao fim do dia. Assumindo que o telefonema dessa noite iria anunciar o início dos ataques aéreos dos EUA (contra a Síria), Hollande ordenou aos seus oficiais para finalizarem rapidamente os seus próprios planos de ataque.

Por Paulo Ramires


Após os grupos terroristas (oposição) terem fracassado no derrube do presidente sírio Bashar al-Assad, os EUA procuraram um plano de ataque à Síria, esse plano seria constituído por uma coligação de países aliados sobre o pretexto de que "o regime de Assad é responsável pelo uso de armas químicas contra o povo sírio", mas a verdade é que o governo de Assad supostamente não usou essas armas, mas elas foram usadas como concluiu uma missão das NU: "Provas claras e convincentes que os rockets de superfície-superfície contendo o agente nervoso sarin foram utilizados em Ein Tarma, Moadamiyah e Zamalka [bairros] na área de Ghouta área de Damasco".[1] Quem terá usado essas armas químicas teriam sido os rebeldes com a pretensão de fazer crer que a linha vermelha estabelecido por Washington - o uso de armas químicas a serem usadas por Assad - teria sido violada: "A resolução da ONU, que foi aprovada em 27 de Setembro pelo Conselho de Segurança tratada indirectamente com a noção de que as forças rebeldes, como an-Nusra também seriam obrigados a desarmar ....Nenhum grupo foi citado pelo nome. Enquanto o regime sírio continuava o processo de eliminação de seu arsenal químico, a ironia é que, depois do stock de agentes precursores de Assad é destruído, a al-Nusra e os seus aliados islâmicos podem acabar como a única facção dentro da Síria com o acesso aos ingredientes que podem criar sarin, uma arma estratégica que seria diferente de qualquer outro na zona de guerra. " [2]. Esta seria a arquitectura trabalhada para a justificação de uma invasão à Síria, mas a concretização de tal coligação estava condenada ao fracasso quando o parlamento britânico votou no dia 29 de Agosto contra o envolvimento do Reino Unido nos esforços dos Estados Unidos para atacar a Síria, muito provavelmente por causo do referendo sobre a independência da Escócia no muito próximo dia 18 de Setembro.[3] A Alemanha também tinha dito não a um envolvimento nessa coligação, ficando a coligação reduzida aos EUA e França com um apoio condicionado e marginal de Israel e Turquia, assim na manhã de sábado de 31 de Agosto de 2013, um oficial americano telefonou para o gabinete do presidente Francois Hollande dizendo-lhe que deveria esperar uma chamada do presidente Obama ao fim do dia. "Assumindo que o telefonema dessa noite iria anunciar o início dos ataques aéreos dos EUA (contra a Síria), Hollande ordenou aos seus oficiais para finalizarem rapidamente os seus próprios planos de ataque. Caças Rafale foram carregados com mísseis de cruzeiro Scalp, e foi dito aos seus pilotos para lançarem ao longo de um raio de 250 milhas munições sobre o Mediterrâneo. "[4] As forças envolvidas dos dois países - a força aérea francesa e as forças dos EUA - esperavam que a ordem final do presidente Obama para iniciar o seu ataque fosse dada. No entanto, mais tarde naquele mesmo dia, às 18:15, Obama telefonou ao presidente francês, para lhe dizer que o ataque marcada para as 03h00 da madrugada de 1 de Setembro, não teria lugar como o planeado. Ele disse-lhe que precisaria consultar o Congresso. [5] No entanto, três dias depois, ás 06:16 GMT terça-feira 3 de Setembro, dois mísseis foram lançados "a partir da parte central do Mar Mediterrâneo" dirigindo-se em direcção à costa da Síria, mas eles não chegaram à Síria. [6] "Os dois mísseis caíram no mar."[7] Existem várias versões diferentes do que aconteceu. De acordo com Israel Shamir: "Foi reivindicado por um jornal libanês citando fontes diplomáticas que os mísseis foram lançados de uma base aérea da NATO em Espanha e foram derrubados pelo sistema mar-ar de defesa baseado nos navio russos. Outra explicação proposta pela Asia Times diz que os russos empregaram os seus bloqueadores de GPS de baixo custo mas poderosos para tornarem os caros Tomahawks ineficazes, desorientando-os e levando-os a falhar. No entanto, outra versão atribuído o lançamento aos israelitas, se eles estavam a tentar dar preparação de partida ao shoot-out ou apenas se estavam apenas a observar as nuvens, como eles reclamam. "[8]

"A III Guerra Mundial quase ocorreu como os banksters desejam. Eles têm muitas dívidas, incluindo a dívida externa insustentável dos EUA. Se esses Tomahawks tivessem atingido os seus alvos, os banksters poderiam ter reivindicado Força Maior e rejeitado a dívida. Milhões de pessoas morreriam, mas biliões de dólares estariam seguros nos cofres do JP Morgan e do Goldman Sachs." [8]

Será difícil saber o que esteve na base do lançamento desses misseis e porque razão o seu lançamento descambou num falhanço total, mas uma coisa é certa evitou-se desencadear uma guerra total. "Todos nós podemos estar muito gratos por isso. No mapa abaixo, podemos ver a quantidade significativa de navios de guerra em várias posição ao largo da costa da Síria na altura." [9] Um artigo no Global Research refere-se a um "enorme envio de meios navais dos EUA e aliados que ocorre no Mediterrâneo oriental ao largo das costas da Síria mas também no Mar Vermelho e no Golfo Pérsico. "[10]



O ataque dos EUA e aliados à Síria parece ter sido cancelado e posteriormente adiado com o lançamento daqueles misseis cruzeiro e com o consequente abate dos mesmos, Israel Shamir diz que "as vontades de aço da América e da Euroásia tinham que se cruzar no Mediterrâneo Oriental". Mas se o ataque se concretizasse vários países e guerrilhas seriam envolvidos no conflito: "Menos notório foi o facto de a Rússia ter enviado uma força operacional naval preparada à ultima da hora, mas capaz de dar uma ampla visão ao redor da costa síria ao exército sírio. Não era uma força grande o suficiente para lutar contra a marinha dos EUA, mas era uma força operacional capaz de fornecer uma visão completa dos céus acima e para além da Síria para os militares sírios. Por outras palavras, pela primeira vez os EUA não puderam realizar um ataque surpresa à Síria, nem com mísseis de cruzeiro, nem com o poder aéreo. Pior, a Rússia, o Irão e o Hezbollah embarcaram num programa secreto e evidente de assistência material e técnica à Síria, que acabou por derrotar a insurgência Wahabita. "[11] 

À força naval dos EUA e Rússia juntou-se depois forças navais chinesas, mostrando a China um grande descontentamento com a iniciativa de Washington em atacar a Síria: "A China já teria enviado navios de guerra para a costa da Síria para "observar" as acções dos EUA e dos navios russos enquanto as tensões criadas perspectivavam a preparação para um ataque militar potencial sobre a Síria, que poderia vir já na próxima semana".  "De acordo com a agência de notícias russa Telegrafist.org, o Exército Popular de Libertação despachou o navio de desembarque anfíbio Jinggangshan, esse navio foi visto a passar pelo Mar Vermelho em direcção ao Canal do Suez, no Egipto, que leva até ao Mar Mediterrâneo e às águas ao largo da costa de Israel, Líbano e Síria. De acordo com o relato, o navio não foi enviado para quaisquer acções agressivas, mas está lá apenas para "observar" as acções de navios de guerra russos e norte-americanos. No entanto, o Jinggangshan está equipado para o combate e foi utilizado como parte de uma "demonstração de força" em manobras destinadas a defender o Mar do Sul da China no início deste ano."[12]

Entretanto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, as movimentações faziam-se com destaque para a Rússia e China que colocou todo o seu peso político e militar para impedir qualquer acção bélica contra a Síria:  "Eles vetaram uma proposta anti-Síria no Conselho de Segurança das NU, e enviaram os seus navios de guerra para o Mediterrâneo. Foi por isso que Putin se manteve firme, não só pela Rússia, mas por toda a região da Euroásia." [8]

Navio de guerra russo Moskva
Será difícil apurar o que realmente aconteceu de Agosto para Setembro, mas sabe-se que a tensão entre os russos e os americanos que se tem mantido foi grande nessa altura, algo de diferente poderia ter acontecido se o planeado ataque pelos EUA e França tivesse sido levado a cabo. Ao que é referido, um modelo que foi usado no Iraque e na Líbia seria aplicado também na Síria. Este caso foi abafado pelos órgãos de comunicação social do ocidente e a discução sobre o assunto travada, não se chegando a saber ao certo porque os planos dos EUA tiveram de ser cancelados, mas a tensão na zona permanece até aos dias de hoje havendo actividades navais das duas partes por todo o mediterrâneo. O plano dos EUA e França que fora cancelado, teria sido substituído pelo reforça da posição estratégica do ISIS no terreno e na implementação do Estado Islâmico de forma a enfraquecer a Síria de Bashar al-Assad.


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[1] http://rt.com/news/churkin-un-chemical-report-938/

[2] http://www.globalresearch.ca/syria-un-mission-report-confirms-that-opposition-rebels-used-chemical-weapons-against-civilians-and-government-forces/5363139

[3] http://www.nydailynews.com/news/world/u-s-not-100-assad-behind-attacks-article-1.1440431

[4] https://medium.com/war-is-boring/69247c24253f

[5] http://israelmatzav.blogspot.com.au/2013/09/france-was-ready-to-strike-syria-obama.html

[6] http://beforeitsnews.com/middle-east/2013/09/two-missiles-launched-toward-syria-fall-into-the-sea-2454030.html

[7] http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/middleeast/syria/10282788/Missiles-launched-in-Mediterranean-towards-Syrian-coast-claims-Russian-defence-ministry.html

[8] http://www.globalresearch.ca/the-war-on-syria-the-september-2013-military-stand-off-between-five-us-destroyers-and-the-russian-flotilla-in-the-eastern-mediterranean/5355644

[9] https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash3/1176205_566256046755921_1140583716_n.jpg

[10] http://www.globalresearch.ca/massive-naval-deployment-us-and-allied-warships-deployed-to-syrian-coastline-before-the-august-21-chemical-weapons-attack/5347766

[11] http://thesaker.is/submarines-in-the-desert-as-my-deepest-gratitude-to-you/

[12] http://www.redflagnews.com/headlines/alert-china-sends-warships-to-syria-joining-russian-warships-in-mediterranean-sea


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