SOBRE A DEMOCRACIA DIRECTA 1
Há muito que penso ser importante reflectir o futuro da democracia portuguesa. Fiquei assim satisfeito por algumas pessoas se interessarem pelo tema, é um bom sinal, revela que a política ainda pode interessar aos portugueses. O lado mais negativo e negro é a falta de liberdade para se discutir publicamente certos assuntos realmente importantes sem se ser enxovalhado, existe medo e condicionamento para se expor ideias. E isso é mesmo muito mau. O exemplo desse medo e condicionamento provém da comunicação social que na verdade é fundamental para a democracia e para o seu desenvolvimento. Mas quem controla a comunicação social ou seja o sistema poderá não estar interessado em muita liberdade ou muita democracia. Por muito que o digam que são livres, na verdade não o são, falta-lhes liberdade e proximidade. A censura e a manipulação colorida é cada vez maior.
Desde 2007 que venho defendendo a democracia directa e participativa, assim como a sua discussão entre os que defendem a democracia, já que com os que defendem um sistema com tiques ditatoriais será complicado. Alguns não entenderam bem a ideia, defender a democracia directa não implica estar contra os partidos políticos, eles são essenciais à democracia representativa, sem eles a democracia representativa dificilmente funcionaria e ela é um pilar importante na democracia plena, o que se propõe é a coexistência da democracia representativa com a democracia directa e participativa. Isso aproximaria bem mais as pessoas da política e das decisões, até porque lhe daria voz a elas, coisa que não acontece na democracia representativa.
É claro que tenho uma ideia bem clara de democracia directa desde há muito tempo, acredito que ela seja importante para lidar com os desafios dos tempos actuais em permanente evolução. Entendo que as redes sociais não podem reduzir a importância da democracia, mas as redes sociais oferecem o que a democracia representativa não pode oferecer às pessoas ‒ participação e liberdade. É a meu ver é desaconselhável ficarmos satisfeitos apenas com a democracia representativa que fará 44 anos este ano, quase tanto quanto durou a última ditadura ‒ 48 anos ‒, seria assim importante reflectir-se sobre esta questão, seria positivo repensar-se a democracia e inova-la no sentido de se abrir a democracia directa. É isso que defendo, é nisso que acredito.
Mas afinal o que é a democracia directa e participativa? Seria complicado detalhar em pormenor neste momento sem que haja antes suficiente discussão sobre o tema, mas num breve resume é o pilar da democracia plena onde as pessoas podem participar. Mas isto é mesmo possível? Claro que é, existem sistemas mais complexos em sites na internet. Paulo Ramires.
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