VÍDEO CONTRARIA VERSÃO ISRAELITA E MOSTRA VEÍCULOS DE AJUDA HUMANITÁRIA ATINGIDOS POR DISPAROS EM GAZA
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Sexta-feira, 11 de Abril 2025

sábado, 5 de abril de 2025

VÍDEO CONTRARIA VERSÃO ISRAELITA E MOSTRA VEÍCULOS DE AJUDA HUMANITÁRIA ATINGIDOS POR DISPAROS EM GAZA

Quinze elementos de equipa de assistência humanitária foram mortos e encontrados em vala comum. Exército israelita tinha afirmado que os seus homens dispararam contra "veículos suspeitos" sem luzes.

Por Rui Frias

Um vídeo recuperado do telemóvel de um paramédico morto e o depoimento de um outro paramédico reforçam as acusações contra o exército israelita de ter atacado deliberadamente uma equipa de assistência médica no sul da Faixa de Gaza, no dia 23 de Março. Quinze trabalhadores humanitários morreram — entre eles, funcionários do Crescente Vermelho Palestiniano, da Defesa Civil de Gaza e da ONU.

Este sábado, a organização palestiniana Crescente Vermelho divulgou ao New York Times imagens de um vídeo alegadamente recuperado do telemóvel de um dos paramédicos mortos e que mostram ambulâncias e um camião de bombeiros com faróis e luzes de emergência ligados, antes de serem atingidos por disparos.

Tanto o vídeo como o relato de outro paramédico, Munther Abed, voluntário do Crescente Vermelho e único sobrevivente conhecido da missão, contrariam diretamente a versão do exército israelita, que afirmara que os seus homens tinham disparado contra "veículos suspeitos" que se aproximaram sem luzes ou autorização prévia, alegando ainda que seriam militantes armados que estavam a usar viaturas com símbolos do Crescente Vermelho.

A medic’s video, filmed moments before the attack, exposes Israel’s war crime:

Palestinian medics in clearly marked, siren-blaring vehicles—killed & buried in a mass grave—despite lies and cover-ups.

Some were executed at point-blank range. pic.twitter.com/FMxuYA6b2L

— Ahmed Eldin | احمد الدين (@ASE) April 5, 2025

À agência Reuters, Munther Abed contou que ele e dois colegas foram enviados para resgatar civis feridos após um bombardeamento em Rafah, próximo da fronteira com o Egipto. Assim que chegaram, disse, foram alvo de disparos e Abed foi detido pelas forças israelitas.

Enquanto estava sob custódia, Abed viu outros veículos de emergência — com sinais visíveis de identificação — a aproximarem-se da área. “Os soldados israelitas começaram a atirar sobre os veículos”, afirmou por telefone à Reuters. "Foi como se as balas estivessem a vir diretamente para mim", disse Abed, acrescentando que, com o amanhecer, viu os veículos da equipa humanitária perfurados por tiros, portas abertas e manchas de sangue. Corpos e veículos foram enterrados numa vala comum, onde forma descobertos dias depois.

Abed afirma ter sido interrogado por cerca de 15 horas, espancado e acusado de terrorismo antes de ser libertado. E também viu um dos seus colegas, que continua desaparecido, ser levado pelos soldados do exército israelita.

A ONU e o Crescente Vermelho acusam Israel de ter assassinado os socorristas. O chefe do Escritório da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, classificou o ataque como "chocante" e afirmou que pode configurar crime de guerra.

Já o exército israelita afirmou neste sábado, após a divulgação do vídeo pelo Crescente Vermelho, que o caso seguirá sob investigação. "Todas as alegações, incluindo o vídeo, serão examinadas profundamente para entender a sequência dos acontecimentos", declarou o exército, num comunicado.


Fonte: via DN

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