TENSÃO ENTRE ESPANHA E REINO UNIDO POR CAUSA DE GIBRALTAR AGRAVA-SE BASTANTE E PODERÁ VIR A COMPLICAR-SE AINDA MAIS
A tensão entre Espanha e o Reino Unido voltou novamente, ameaças entre os dois países têm motivações históricas - o conflito sobre a soberania da Península de Gibraltar e consequente controlo do estreito de Gibraltar. O direito de soberania de Inglaterra sobre Gibraltar decorre do Tratado de Utrecht, assinado em 1713, como pagamento de Espanha, após o término da Guerra da Sucessão Espanhola. Mas ao longo de 300 anos, a soberania deste território foi sendo disputada de forma mais ou menos intensa provocando constantes crises nas relações dos dois países.
O reacender da tensão surgiu depois de a administração de Gibraltar ter decidido construír uma barreira artificial marítima[ver terceiro vídeo], na qual as autoridades espanholas encaram como uma forma de bloqueio da passagem dos barcos de pesca espanhóis. Apesar de Gibraltar garantir que esta medida se deve a “motivos de protecção ambiental”, Espanha respondeu com o aumento dos controlos fronteiriços, que tem gerado filas e um congestionamento enorme na circulação de turistas e habitantes da península sobre jurisdição inglesa. Esta medida já foi anteriormente tomada pelo regime de Franco, onde a circulação ficou interdita. Segundo avança o El País, Rajoy pondera aplicar uma taxa de passagem de 50 euros com o objectivo de ajudar os pescadores espanhóis prejudicados com a “rescisão unilateral do acordo de pescas de 1999” por parte do Governo gibraltino.
Com esta reacção de Espanha, a Inglaterra reagiu considerando esta medida do Governo Rajoy como uma represália. Segundo o governo espanhol, tratar-se apenas de um incremento das medidas secretárias devido ao aumento do tráfico de tabaco naquela região e porque Gibraltar, tal como Inglaterra, não aderiu ao Acordo Schengen. Rajoy sublinha que é necessário “fazer controlos como os que têm sido feitos, até para fazer cumprir a normativa sobre o meio-ambiente da UE”.
Cameron considera que o controlo fronteiriço imposto por Espanha tem "motivações políticas" e, por isso, Inglaterra está a considerar todas "as medidas possíveis".
E este fim-de-semana a escalada da tensão subiu consideravelmente. As autoridades espanholas, de acordo com o jornal El País, ponderam levar este assunto a discussão nas Nações Unidas. Para tal tencionam contar com apoio da Argentina [também com um forte diferendos com a Inglaterra por causa das malvinas] , que conta actualmente com assento no Conselho de Segurança da ONU, para onde o ministro dos Negócios Estrangeiros deverá viajar em breve, e que tal como Espanha mantém um diferendo com Inglaterra. Espanha considera que o apoio argentino pode ser vital no convencimento dos demais países com assento na Assembleia Geral da ONU.
Entretanto o influênte mayor de Londres, Boris Johnson, num artigo publicado no Daily Telegraph, acusou as “autoridades espanholas de, sem qualquer razão, ressuscitarem os controlos fronteiriços e a perseguição da época de Franco. Estão a causar atraso e incómodo e estão a ameaçar taxar os veículos que entrem no Rochedo. Isso é ilegal, à luz da lei da UE, e é equivalente a um bloqueio. Devem parar com isso e já" avisou.
O foco de tensão aumentou ainda mais segunda-feira quando o El País noticiou que o porta-aviões, HMS Illustrious, da Armada Inglesa, zarpou para o Mar Mediterrâneo, com natural passagem em Gibraltar. A frota irá também incluir mais nove embarcações e, pelo menos, três fragatas que, segundo o Ministério da Defesa inglês, irão participar em manobras militares no Golfo Pérsico.
Apesar da gravidade que estas notícias possam indiciar, tanto Rajoy como o seu ministro da Defesa, Pedro Morenés, fizeram questão de retirar qualquer peso político ou diplomático a esta questão, sublinhando que as manobras militares previstas para o Mediterrâneo já estavam previstas desde 4 de Junho e realizar-se-ão pelo terceiro ano consecutivo.
Gibraltar é um pequeno território com cerca de 7 quilómetros quadrados e 30 mil habitantes. Porém, a importância histórica e geopolítica ultrapassa qualquer contabilidade assente em números. A soberania desta península é tema de disputa incessante entre os dois antigos Impérios Coloniais. Tal como o conflito sobre as Ilhas Falkands (Malvinas para os argentinos), o problema sobre Gibraltar é mais do que uma tentativa de obtenção de vantagens económicas ou de alargamento da Zona Económica Exclusiva (ZEE), é também uma questão de soberania embora os ingleses também digam que isso é uma manobre de distracção por parte do governo de Espanha.
O reacender da tensão surgiu depois de a administração de Gibraltar ter decidido construír uma barreira artificial marítima[ver terceiro vídeo], na qual as autoridades espanholas encaram como uma forma de bloqueio da passagem dos barcos de pesca espanhóis. Apesar de Gibraltar garantir que esta medida se deve a “motivos de protecção ambiental”, Espanha respondeu com o aumento dos controlos fronteiriços, que tem gerado filas e um congestionamento enorme na circulação de turistas e habitantes da península sobre jurisdição inglesa. Esta medida já foi anteriormente tomada pelo regime de Franco, onde a circulação ficou interdita. Segundo avança o El País, Rajoy pondera aplicar uma taxa de passagem de 50 euros com o objectivo de ajudar os pescadores espanhóis prejudicados com a “rescisão unilateral do acordo de pescas de 1999” por parte do Governo gibraltino.
Com esta reacção de Espanha, a Inglaterra reagiu considerando esta medida do Governo Rajoy como uma represália. Segundo o governo espanhol, tratar-se apenas de um incremento das medidas secretárias devido ao aumento do tráfico de tabaco naquela região e porque Gibraltar, tal como Inglaterra, não aderiu ao Acordo Schengen. Rajoy sublinha que é necessário “fazer controlos como os que têm sido feitos, até para fazer cumprir a normativa sobre o meio-ambiente da UE”.
Cameron considera que o controlo fronteiriço imposto por Espanha tem "motivações políticas" e, por isso, Inglaterra está a considerar todas "as medidas possíveis".
E este fim-de-semana a escalada da tensão subiu consideravelmente. As autoridades espanholas, de acordo com o jornal El País, ponderam levar este assunto a discussão nas Nações Unidas. Para tal tencionam contar com apoio da Argentina [também com um forte diferendos com a Inglaterra por causa das malvinas] , que conta actualmente com assento no Conselho de Segurança da ONU, para onde o ministro dos Negócios Estrangeiros deverá viajar em breve, e que tal como Espanha mantém um diferendo com Inglaterra. Espanha considera que o apoio argentino pode ser vital no convencimento dos demais países com assento na Assembleia Geral da ONU.
Entretanto o influênte mayor de Londres, Boris Johnson, num artigo publicado no Daily Telegraph, acusou as “autoridades espanholas de, sem qualquer razão, ressuscitarem os controlos fronteiriços e a perseguição da época de Franco. Estão a causar atraso e incómodo e estão a ameaçar taxar os veículos que entrem no Rochedo. Isso é ilegal, à luz da lei da UE, e é equivalente a um bloqueio. Devem parar com isso e já" avisou.
O foco de tensão aumentou ainda mais segunda-feira quando o El País noticiou que o porta-aviões, HMS Illustrious, da Armada Inglesa, zarpou para o Mar Mediterrâneo, com natural passagem em Gibraltar. A frota irá também incluir mais nove embarcações e, pelo menos, três fragatas que, segundo o Ministério da Defesa inglês, irão participar em manobras militares no Golfo Pérsico.
Apesar da gravidade que estas notícias possam indiciar, tanto Rajoy como o seu ministro da Defesa, Pedro Morenés, fizeram questão de retirar qualquer peso político ou diplomático a esta questão, sublinhando que as manobras militares previstas para o Mediterrâneo já estavam previstas desde 4 de Junho e realizar-se-ão pelo terceiro ano consecutivo.
Gibraltar é um pequeno território com cerca de 7 quilómetros quadrados e 30 mil habitantes. Porém, a importância histórica e geopolítica ultrapassa qualquer contabilidade assente em números. A soberania desta península é tema de disputa incessante entre os dois antigos Impérios Coloniais. Tal como o conflito sobre as Ilhas Falkands (Malvinas para os argentinos), o problema sobre Gibraltar é mais do que uma tentativa de obtenção de vantagens económicas ou de alargamento da Zona Económica Exclusiva (ZEE), é também uma questão de soberania embora os ingleses também digam que isso é uma manobre de distracção por parte do governo de Espanha.
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