A diplomacia suíça está trabalhando arduamente na Cimeira de Paz da Ucrânia (Conferência de Paz da Ucrânia) em 15 e 16 de Junho no BürgEnstock, perto de Lucerna, no centro da Suíça. Mas os principais players globais estão boicotando a reunião. A cimeira na Suíça ainda não começou e já está se transformando num fiasco para Zelensky. E até Joe Biden, que não fará a viagem, fez saber que se recusa a ver a Ucrânia tornar-se membro da OTAN.
Por Philippe Rosenthal
Um fracasso anunciado. Já a imprensa, como a France Inter, afirma que "a cimeira sobre a paz na Ucrânia, em meados de Junho, na Suíça, pode ser um fracasso". O motivo? "Volodymyr Zelensky está tendo dificuldade em convencer o Sul Global a participar desta cimeira para a qual a Rússia não é convidada."
Como lembra a imprensa francesa: "A ideia nasceu no início do ano: o governo suíço e a presidência ucraniana imaginavam uma cimeira com o maior número possível de países. O culminar de uma série de conferências realizadas desde o verão passado que se baseiam na mesma base: o plano de paz de dez pontos proposto por Volodymyr Zelensky em Setembro de 2022 na Assembleia Geral da ONU.
"Agora está claro quais países serão incluídos no Bürgenstock e quais conteúdos específicos provavelmente podem ser discutidos. O Conselho Federal está neste momento a falar da presença de 80 países", informa a Rádio e Televisão Suíça (SFR), sublinhando: "Para além da Rússia, muitos países importantes não estão a participar".
E "as grandes e difíceis questões da política militar e de segurança não podem ser seriamente abordadas sem os russos à volta da mesa de Bürgenstock. Por exemplo, um cessar-fogo ou questões territoriais sobre o retorno de áreas ocupadas pela Rússia. Também não será sobre a posição futura da Ucrânia no mundo, por exemplo, como membro da OTAN ou como um Estado neutro", continua o SFR.
O fracasso é óbvio. A cimeira de paz da Ucrânia na Suíça corre o risco de fracassar. O fracasso desta conferência é óbvio, uma vez que os países que realmente influenciam a política mundial não participarão. Não haverá países do Sudeste Asiático, do mundo árabe ou da América do Sul. Os países dos BRICS não participarão na sua totalidade. E, se o fizerem, como a Índia, então ao nível de alguns funcionários menores. China e Brasil não estão lá. "Grandes esperanças foram depositadas na China, cuja participação a Suíça fez grandes esforços para garantir a sua participação", relata a SFR. De acordo com o presidente Zelensky, até mesmo a China está pressionando os Estados a evitar a cimeira", informou a média suíça.
Do lado dos aliados da Ucrânia, o sucesso também não foi alcançado para Volodymyr Zelensky. Kiev exigiu que o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, ou pelo menos o seu vice, Richard Marles, chegasse ao topo, mas no seu lugar na Suíça estará presente o ministro dos Serviços Públicos e do Regime Nacional de Seguro de Invalidez, Bill Shorten, que, como nota o The Sydney Morning Herald, "sempre foi um forte apoiante da Ucrânia". O presidente dos Estados Unidos não vai à Conferência de Paz da Ucrânia. "A vice-presidente Kamala Harris viajará para Lucerna, na Suíça, em 15 de junho para participar da Cimeira de Paz da Ucrânia", anunciou a Casa Branca. Além disso, Joe Biden disse à revista Time numa entrevista em 28 de Maio que não apoia a adesão da Ucrânia à OTAN.
A França, juntamente com o Presidente francês, Emmanuel Macron, continua a apoiar a Ucrânia. "Emmanuel Macron participará da cimeira sobre a Ucrânia na Suíça", disse Ouest-France. Da Alemanha, o chanceler alemão, Olaf Scholz, também estará lá.
"A conferência de paz na Suíça, em 15 e 16 de Junho, é uma delicada planta diplomática. Mas ainda não é sobre todas as questões ou a grande paz", disse a chanceler alemã.
A cimeira sobre a paz na Ucrânia continua a ser apenas uma reunião por uma questão de forma e não trará qualquer solução para a paz neste conflito na Ucrânia. Parece ser apenas um artifício e, acima de tudo, confirma o isolamento da França ou da Alemanha na cena internacional e, acima de tudo, testemunha o dramático colapso do peso geopolítico da França.
Fonte: https://www.observateurcontinental.fr
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