Por Paulo Ramires
Há reconhecidamente a necessidade de se rever o Acordo Ortográfico de 1990 e isso vai sendo evidente nas afirmações de várias personalidades que surgem a manifestar-se sobre o Acordo Ortográfico de 1990, como é o caso de José Luís Cardoso, presidente da Academia de Ciências de Lisboa (ACL) que quando confrontado pelo jornalista da Visão diz que não deve haver receio de se falar do Acordo Ortográfico, e de facto deve ser assim, mas não é o que se passa nos meios de comunicação social que evitam a todo o custo a discussão e o debate do Acordo Ortográfico, eles têm receio de debater.
São ainda muitas as pessoas que se vão manifestando contra o Acordo Ortográfico, vendo nele uma ameaça à língua portuguesa e ao manifesto caos que ele trouxe à língua portuguesa. É assim urgente voltarmos a debater o Acordo Ortográfico e o impacto que ele produziu na língua portuguesa. O debate é fundamental ocorrer nos meios de comunicação social, de forma a que se atinja o objectivo de rever o dito acordo pela liderança política.
Repare-se que qualquer acordo que seja realizado entre Portugal, Brasil e restantes países lusófonos não poderá ser ditado pelo Brasil como foi o actual, sob pena de ter consequências graves para os restantes países. Este acordo trouxe confusão e incongruências para a língua portuguesa, como é o caso do impacto da perda dos acentos, das consoantes mudas (tão importantes que o Brasil não as eliminou) e do travessão, importantíssimos para haver uma boa ortografia que funcione bem para a língua portuguesa.
A formula que o actual Acordo Ortográfico teve na língua portuguesa é negativa, inconsequente e foi aplicado contra a vontade dos portugueses por políticos medíocres sem capacidade para ver o prejuízo que o Acordo Ortográfico trouxe para a língua portuguesa. Perante a evidência de todos, incluindo os apologistas do Acordo Ortográfico de 1990, este acordo não respeita a língua portuguesa, e veio ampliar os problemas da ortografia portuguesa, tendo sido introduzido na legislação portuguesa de forma ilegítima, isto segundo especialistas em direito.
É importante entender-se que a ortografia não é uma mera disciplina da língua, mas sim o seu reflexo, não devendo ela ser interferida e influenciada por acordos técnicos ortográficos, todavia tendo-se enveredado pelo caminho da regulação da língua portuguesa, será necessário amenizar ou mesmo eliminar essa regulamentação constada no Acordo Ortográfico.
A língua portuguesa do Brasil rege-se por diferentes parâmetros que a língua portuguesa de Portugal e de África, não sendo possível acordizar a língua portuguesa como um todo, assim é aconselhável rever o Acordo Ortográfico de 1990 o mais depressa possível, até porque já foram feitas várias acções para tornar nulo este acordo que ainda vigora na legislação portuguesa.
Fonte: RD
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