
Estima-se que, desde Outubro de 2023, Israel tenha morto pelo menos 800 atletas palestinianos em Gaza. Apesar disso, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) continua a adiar a suspensão de Israel das suas competições.
A relatora especial da ONU para os direitos humanos nos territórios palestinianos ocupados, a francesa Francesca Albanese, reiterou o apelo para que a União das Associações Europeias de Futebol (UEFA) expulse Israel das suas competições, invocando crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos em Gaza.
As declarações foram divulgadas pela agência noticiosa Anadolu.
«Vamos tornar o desporto livre do genocídio e do apartheid», escreveu Albanese na rede social X (antigo Twitter). «Um chute de cada vez, um golo de cada vez.»
A relatora acrescentou: «É hora de expulsar os assassinos das suas competições», assinalando na publicação a conta oficial da UEFA.
Os comentários coincidiram com a homenagem da UEFA ao ex-jogador palestiniano Suleiman al-Obeid, conhecido como o «Pelé da Palestina». Contudo, a entidade não mencionou as circunstâncias da sua morte: foi morto por disparos israelitas enquanto procurava alimento.
Obeid faleceu na quarta-feira (6) num posto assistencial militarizado criado pela denominada Fundação Humanitária de Gaza (GHF) — uma estrutura israelo-americana que substituiu mecanismos da ONU, denunciada como uma «armadilha mortal».
Segundo dados das Nações Unidas, desde 27 de Maio — quando a GHF foi implementada em pleno cerco e crise de fome — pelo menos 1.373 palestinianos foram mortos, incluindo centenas de crianças.
Estima-se que, desde Outubro de 2023, Israel tenha morto pelo menos 800 atletas palestinianos em Gaza. Apesar disso, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) continua a adiar a suspensão de Israel das suas competições.
Al-Obeid, de 41 anos, natural de Gaza e pai de cinco filhos, era uma das maiores figuras do futebol palestiniano. Representou a selecção nacional em 24 jogos, conquistando enorme popularidade entre os adeptos.
Desde Outubro de 2023, Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza, causando mais de 62 mil mortos e dois milhões de desalojados, sob condições de cerco, destruição e fome.
O Estado israelita responde, no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em Haia, a um processo por genocídio movido pela África do Sul, cuja denúncia foi aceite em Janeiro de 2024.
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