O FANATISMO ULTRA-LIBERAL NA ESSÊNCIA DO PROBLEMA DA CRISE EUROPEIA
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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O FANATISMO ULTRA-LIBERAL NA ESSÊNCIA DO PROBLEMA DA CRISE EUROPEIA

O FANATISMO ULTRA-LIBERAL NA ESSÊNCIA DO PROBLEMA DA CRISE EUROPEIA
 

Análise:

Por Paulo Ramires.
Licenciado em Gestão pela Universidade do Algarve.
Investigador em Politica Internacional.

Dado o elevado índice de desemprego que se vem registando na Europa e em particular nos países do sul, vários sectores ultra-liberais, banqueiros e o próprio BCE têm vindo a surgir como solução - não se sabe muito bem para quê - a redução dos salários nos países do sul, mas é de facto incompreensível como dirigentes com grandes responsabilidades podem dizer tal barbaridade só explicável por uma prática cega de crença ideológica, ou seja para o BCE o problema do elevado índice de desemprego é a retribuição do trabalho. Errado.  Não é de facto honesto pois o elevado e exponencial índice de desemprego que contribuiu praticamente para o fim do modelo social que funcionava bem, ou com a baixa competitividade e produtividade europeia, tem origem em políticas recessivas que impuseram e impõem a austeridade de índole ultra-liberal que arruína e estão a arruinar a Europa e por consequência o resto do mundo, isto é de facto evidente e está à vista de todos. O impacto destas políticas é tal que colocam em causa o próprio Euro e a soberania dos estados, em particular os do sul. O problema da Europa não é a Grécia mas sim a Alemanha e certos países do norte da Europa que não têm qualquer consciência solidária ou social, o que provoca certos atritos entre países, e pode-se afirmar já dividem a Europa entre norte e sul. Existe de facto um fanatismo ideológico ultra-liberal no norte da Europa e nas instituições da União Europeia que é imposto à Europa como o modelo de desenvolvimento ideal, mas nunca resultou nem nunca resultará e vai havendo muitos a dizerem que estas receitas não funcionam, mas antes agrava a já adiantada crise. A dramatização exclusiva com o défice não é também muito compreensível, pois EUA, RU, Japão têm défices ainda mais elevados que os países europeus e não estão a adoptar estas políticas de austeridade completamente radicais só por causa do défice. E mesmo com essas políticas estão a falhar em toda a linha esses objectivos e a fundamentalista Troika composta pelo FMI, BCE e comissão ainda dizem para flexibilizar mais o mercado de trabalho e as leis laborais e para se aumentar o tempo de trabalho sem a devida compensação remuneratória. Não existe qualquer intenção de corrigir os erros, mas sim de seguir em frente cegamente e de forma irracional.

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