GEOPOLÍTICA MUNDIAL - EUROPA
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terça-feira, 23 de setembro de 2014

GEOPOLÍTICA MUNDIAL - EUROPA

GEOPOLÍTICA MUNDIAL - EUROPA

O surgimento de várias organizações anti-ocidentais na sua maioria compostas por países ainda chamados de subdesenvolvidos é uma clara rejeição ao mundo ocidental e unilateral criado pelos EUA, mas também um desafio à hegemonia dos EUA que têm ditado as regras unilaterais através do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e do uso dólar como moeda de transacções internacionais e que é imposto a todo o mundo funcionando como imposto imperial, é também uma resposta ao bloco Ocidental pelos sucessivos desrespeitos ao Direito Internacional e ao monopólio do sistema financeiro. 


 
Por Paulo Ramires



A tensão entre os EUA - e países da NATO - e a Rússia tem aumentado bastante desde a cimeira da NATO em Cardiff no País de Gales. Nesta cimeira em que participou Petro Poroshenko, a NATO decidiu criar uma força de intervenção rápida para a região do leste europeu que poderá ser accionada em alguns dias e o envio de armas para a Ucrânia e assistência técnico-militar a este país, decidiu também a criação de novas sanções -com a UE - contra a Rússia no sector financeiro, energético, e de defesa. Estas medidas foram criadas na altura em que por iniciativa da Rússia, se conseguiu um cessar fogo entre os independentistas pró-russos de Donestsk e Lugansk e as autoridades de Kiev, logo violada nos dias seguintes pela aviação ucraniana que bombardeou alvos civis. A decisão da cimeira da NATO pareceu um contra-censo, mas não, é apenas a implementação da doutrina de Washington de confrontação e de cerco à Rússia. Nesta crise deve-se reconhecer que a Europa perdeu a soberania por completo para os EUA, não tem uma Política Externa e de Segurança Comum (PESC) que foi um dos pilares da União Europeia instituída no tratado de Maastricht e permite que vastos prejuízos ocorram para a economia europeia, os mais penosos a longo prazo que se traduzirão por uma reposição estratégica da Rússia para a Ásia. Parece que lideres os europeus não compreendem os efeitos desta situação no longo prazo, e o risco da perda de importância da Europa no futuro, assim como o reforço da aliança entre a Rússia e a China..

Mas a Europa e a Euroásia são apenas um ponto de tensão entre dois blocos globais que poderemos designar pelo bloco pró-Ocidental [NATO, Austrália, Israel e monarquias árabes] liderado pelos EUA, e pelo bloco não-Ocidental, liderado pelos BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] - uma aliança a nível comercial e financeiro - com particular destaque para a Rússia na sua dinamização e pensamento estratégico, a Organização de Cooperação de Xangai (OCX) uma aliança que tem como objectivo principal a cooperação para a segurança - nomeadamente, quanto a terrorismo, separatismo e extremismo - e temas de cooperação no âmbito económica, cultural e mais recentemente, finanças, energia, educação, saúde, turismo, desporto e cooperação militar. A OCX deverá ser alargada à Índia, Paquistão e Mongólia, o Irão terá de esperar porque a organização impede a adesão de membros com sanções da ONU. A outra organização será a Organização do Tratado de Segurança Colectivo (OTSS) que foi formado por iniciativa da Rússia e que engloba vários países da Euroásia à Excepção da China, mas que poderá ser fundida com a OCX. A outra organização alternativa ao bloco não-Ocidental será a futura União da Euroásia formada com alguns países da União Aduaneira. O surgimento destas organizações na sua maioria compostas por países ainda chamados de subdesenvolvidos é uma clara rejeição ao mundo ocidental e unilateral criado pelos EUA, mas também um desafio à hegemonia dos EUA que têm ditado as regras unilaterais através do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e do uso dólar como moeda de transacções internacionais e que é imposto a todo o mundo funcionando como imposto imperial, é também uma resposta ao bloco Ocidental pelos sucessivos desrespeitos ao Direito Internacional e ao monopólio do sistema financeiro. Assim a guerra entre estes dois blocos será entre duas visões distintas do mundo, uma unilateral imposta pelos EUA e pela NATO através da força militar e de sanções económicas e a outra multilateral e mais diplomática e cooperativa que rejeita de forma clara e categórica o dólar e a ordem financeira criada pelos EUA em 1973. Esta guerra global há muito que começou e está a ser disputada em todo o mundo, tendo como palcos principais, a Ásia, a Europa e a Euroásia, o Médio Oriente, África, e Árctico.

A EUROPA


A estratégia para a Europa do actual e antigo conselheiro de segurança dos EUA, respectivamente Ben Rhodes e Zbigniw Brzezinski consiste na integração de todos os países do leste da Europa e mesmo alguns que integraram a União Soviética como a Ucrânia, Geórgia ou Moldávia, na NATO e UE. O objectivo é conter e isolar a Rússia na sua expansão para ocidente e minar os esforços da Rússia na criação de uma comunidade económica concorrente da União Europeia, a União da Euroásia e que foi pensada para integrar também a Ucrânia. A Rússia tem como objectivo a criação de um espaço comum político e económico de Lisboa a Vladivostok, que aliás estava previsto desde o fim da União Soviética. Isto é uma ameaça séria aos EUA, pois perderiam a Europa. Para anular as intenções da Rússia, os EUA forçaram os europeus a aceitarem uma zona de comercio livre entre os EUA e a UE, que tem vindo a ser negociado de forma secreta e nas costas dos europeus, isto porque este acordo é bastante prejudicial para os europeus, anulando inclusivo a recorrência aos tribunais quando os interesses das grandes corporações estão em causa. Este acordo comercial serve os interesses estratégicos dos EUA de isolar a Rússia e de a empurrar para a Euroásia, mas vai contra os interesses da Europa. Com os acordos do gás entre a China e a Rússia em que esta fornecerá à China 38 biliões de metros cúbicos anualmente a partir de 2018 e por 30 anos seguintes, a Rússia acelerará o afastamento da Europa e estrategicamente aproxima-se da China e da Ásia - A Rússia já colabora com a Ásia e Cooperação Económica do Pacífico (APEC) - com cada vez maiores efeitos nefastos para os europeus que dependem largamente do gás russo e sofrem a pesada concorrência da China.

As sanções impostas à Rússia por iniciativa e imposição dos EUA só irão a agravar as relações entre Rússia e Ocidente e acelerar o processo de diversificação dos fornecimentos de gás da parte da Rússia, para além de agravar ainda mais o confronto com a Rússia. A China procura mais gás mais barato, e em grandes quantidades para substituir a quota do carvão que é altamente poluente, e está disposta a investir bastante nessa rede de gasodutos, assim um novo contrato será assinado em Novembro entre a China e a Rússia, que fornecerá gás à China do mesmo poço que é fornecido aos europeus. Esta situação irá trazer uma nova realidade à Europa em que a energia será mais cara. Adicionalmente e por razões de mercado os europeus verão o preço do gás aumentar ainda mais. Nada disto interessa à Europa, mas a política dos burocratas europeus é a de provocação, sanções e de reduzir os investimentos da Gazpron no ocidente como é o caso do Southstream.  Esta política é obviamente imposta pelos EUA através desses burocratas de Bruxelas.

Mas uma das grandes divergências entre os EUA - a UE é aqui utilizada como uma ferramenta para punir a Rússia - e a Rússia são os acordos energéticos entre a Rússia e a China, em que a moeda a ser utilizada não será o dólar mas sim o Yuan e o Rublo, o que põe em causa a economia dos EUA que se baseia no dólar como moeda de reserva internacional, e o sistema financeiro ocidental, actualmente envolvido em crises sucessivas. Para agravar esta situação a Rússia e a China pretendem criar um sistema financeiro alternativo, um sistema de acordos que poderá substituir o sistema global de pagamentos ocidental SWIFT, este sistema foi criado em 1973 em Bruxelas para regular a cotação do dólar após a suspensão do tratado que vinculava o dólar à base do ouro. Desde esse momento todas as vendas de petróleo passaram a ser efectuadas em dólares, dando significativa força aos EUA e transformando-os num império. A Rússia e a China não são os únicos a desejarem abandonar o dólar como moeda de transacção internacional, logo este acordo é um passo largo para o desmantelamento ou enfraquecimento do sistema financeiro ocidental, até porque outros países tomarão medidas idênticas, nomeadamente países como os BRICS, e em outros regiões da América Latina, como a Argentina, e da Ásia. Assim o tempo joga contra os EUA porque estes tendem a perder influência, enquanto outros como a China, Índia, Rússia vão ganhando-a.

Todavia não é do interesse da Rússia provocar instabilidade com os países ocidentais, porque a Rússia tem interesses em comum com os europeus, mas esse não é o caso dos EUA, que são obrigados a reforçar a ocupação e o controlo da Europa, via NATO e UE e a promover a expansão da NATO para Leste, de forma a provocar a maior confrontação possível com a Rússia. A zona de maior tensão deu-se juntamente na Ucrânia, país vital para a segurança da Rússia porque faz parte da sua zona de vizinhança, mas também alvo do interesse de corporações do ocidente - americanas e europeias. A Ucrânia é o país onde passa a maior parte do gás russo para a Europa, o surgimento de um conflito mais abrangente do que aquele que ocorre no Donbass - Donestsk e Lugansk- será preocupante para os europeus e russos, mas os jogos geopolíticos entre os EUA e a Rússia afim do controlo do país têm sido uma constante desde muito cedo. Poroshenko tem vindo a ser contactado pelos americanos desde 2006, segundo o Wikileaks, e os partidos de extrema direita, fascistas, nazis e liberais pró-europeus apoiados com enormes fundos vindos do exterior, nomeadamente dos EUA.

O objectivo é claro, para além de prevenir que a Ucrânia faça parte da União da Euroásia, criou-se também um movimento político polarizado com base nesses partidos, que levassem a Ucrânia a ser integrada tanto na UE como na NATO, já antes tentado pela administração W. Bush e com a Revolução Laranja fomentada através do Departamento de Estado norte-americano, e entidades como institutos, fundações e bilionários como George Soros. Ao contrário do que se tem dito pelos média ocidentais não é verdade que a Rússia invadiu a Ucrânia, mas os EUA invadiram claramente a Ucrânia ao ponto de planearem um golpe de estado e meterem no poder facções extremistas e radicais de extrema direita formados e preparados pelos EUA e treinados na Polónia por serviços secretos do ocidente. Estes factos fazem parte de uma sucessão de intervenções lideradas pelos EUA que acabaram com a ordem internacional da Guerra Fria, não foi portante a Rússia como os media têm dito, inclusivamente em Portugal, mas sim a NATO. A primeira intervenção sem qualquer justificação, pelo menos da forma como foi feita, foi a invasão da Sérvia, aliada da Rússia e que violou todos os pontos da acta Final de Helsínquia de 1975. A NATO invadiu e agrediu a Servia, depôs o seu presidente Slobodan Milošević e retirou por fim parte do seu território, o Kosovo, que foi integrado logo a seguir na NATO como estado independente. A resposta da Rússia foi a ocupação da Ossétia do Sul e da Abkhazia, províncias independentistas da Geórgia, quando este país estava a ser seduzido e pressionado para fazer parte do bloco ocidental. Em causa estava também o controlo de um gasoduto que passa por este país.

Os acontecimentos de expansão da NATO e da UE voltaram-se a repetir e a insistir na Ucrânia ao ponto de se ter gerado um confronto militar entre as forças de Kiev e os independentistas pró-russos de Donestsk e Lugansk. Durante a cimeira da NATO um cessar fogo foi conseguido em Minsk, capital do Bielorrússia, por iniciativa russa mas violado de imediato através de bombardeamentos às populações civis por parte da aviação ucraniana. Um segundo acordo foi conseguido com a saída das forças de Kiev para a preferia, todavia este conflito está longe de terminar pois as regiões de Donestsk e Lugansk -Donbass - não aceitam mais integrar a Ucrânia nem reconhecem mais a autoridade de Kiev sobre o seu território, posição inaceitável para Kiev. Esta situação pode também não agradará muito a certos países da NATO como os EUA e a Polónia, pois segundo as normas da NATO, um país não pode integrar esta organização, sem que este controle todo o seu território, e Kiev cada vez controla menos a parte sul e leste do seu território e perdera a Crimeia para a Rússia. Esta integração na Rússia não é reconhecida pelo ocidente, logo a Ucrânia está impossibilitada de integrar a NATO. Mas não é só, os estatutos da NATO implicam também o cumprimento de critérios, económicos, políticos e militares, na qual a Ucrânia não cumpre nem está em condições de cumprir nenhuns deles. Não menos importante é o facto da Ucrânia estar vinculada à Rússia, não só por se tratar de uma questão de segurança para a Rússia, mas principalmente por haver milhões de russos e ucranianos casados entre si.

Na prática a adesão da Ucrânia na NATO é quase impossível se as normas da NATO se manterem desta forma para serem cumpridas. E se mesmo assim a Ucrânia aderir à NATO será de se esperar medidas mais drásticas da parte da Rússia, mas não que possa aumentar o conflito pois a Rússia quer estabilizar a região e os EUA criarem uma zona de guerra que possa envolver a Rússia.

Este jogo dos EUA é também jogado na Síria, onde os vários grupos terroristas [Al-Qaeda, Frente al-Nusra ou Jabhat al-Nusra e ISIL/ISIS - são os principais e que formava ou formam o Exercito Sírio Livre[ESL/FSA] com o braço politico sediado em Londres e protegido pelas autoridades do Reino Unido] - criados pelos próprios EUA são empurrados estrategicamente para a Síria para lutarem contra Bashar al-Assad e servirem de pretexto para que a Síria seja bombardeada para servirem os interesses geopolíticas dos EUA. Existe ainda a possibilidade destes terroristas [os moderados assim designados pelos EUA] terem o apoio da aviação da dita coligação formada pelos EUA - supostamente para combater o Estado Islâmico - de forma a ganharem melhor posição estratégica no combate a Bashar al-Assad e diminuir a posição do EI no Iraque e na Síria. Na verdade são os mesmos elementos terroristas que mudam de grupo com facilidade ou simplesmente têm parentescos nas mesmas actividades terroristas em grupos diferentes, mas com opções estratégicas e ideológicas diferentes. A outra pressão para o desenvolvimento do conflito na Ucrânia por iniciativa Rússia, é a entrega de armas a estes terroristas para lutarem contra um governo legítimo e secular da Síria que nunca violou nada mas que tem um pecado mortal que é o de ser aliada da Rússia e um obstáculo aos interesses dos EUA e Israel. Assim o bombardeamento na Síria é um ataque directo aos interesses da Rússia e uma provocação e uma ilegalidade à luz do Direito Internacional. A tensão é assim exercida contra a Rússia em primeiro plano na Europa e Médio Oriente, e na Ásia contra a China.

Outra questão que estará também a incendiar a Europa é a implementação na Europa do Sistema de Mísseis de Defesa Anti-balísticos (MD), que os americanos desejam colocar na Europa e próximo das fronteiras da Rússia. Esta questão desestabilizará com toda a certeza a Europa e a Euroásia e iniciará um novo período de muita tensão, bem mais grave que o período da guerra fria e com corrida ás armas estratégicas - que já começou. Uma das reacções já prometida da Rússia é a saída do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START). Para se ter uma ideia melhor desta perigosa iniciativa dos americanos, basta lembrar a crise que se gerou com a instalação dos misseis nucleares em cuba em Outubro de 1962.

Neste braço de ferro entre os EUA e a Rússia, os grandes derrotados serão sem qualquer duvida os europeus que já perderam a independência, a autonomia na política externa e a política comercial e vão acabar por perder por completo o mercado comum, com a zona de comercio livro entre os EUA e a UE, com as consequências que isso implica por exemplo a nível do desemprego ou a falência de empresas, desregulamentação, etc. Mas não só, os principais custos desta disputa serão pagos pelos contribuintes europeus e o próprio mercado interno, já com problemas de funcionamento em que está já a sofrer problemas a nível de concorrência e escoamento de produtos. Nos próximos tempos a situação só poderá se agravar com o agravamento da crise mundial.

Todavia para os EUA o objectivo estratégico é mesmo destruir a Rússia, para Lbigniew Brzezinki, intelectual poláco-americano e antigo conselheiro de segurança de Jim Carter, tem vindo mesmo a defender essa destruição da Rússia através de uma gradual desintegração e transferência de poder para as regiões. Não se trata apenas de uma discussão de académicos e Think Tanks, esta visão tem tido seguidores dentro das várias administrações dos EUA, talvez consciente disso Putin tenha definido como as maiores ameaças para a Rússia, aquelas a nível interno e só depois as de nível externo. Assim tomam particular importância no Conceito de Segurança Nacional da Federação Russa, as ameaças a nível interno, dando ênfase às políticas de integração entre a população russa, ao combate ao terrorismo, e ás aspirações separatistas de várias partes constituintes da Federação Russa, ao aumento da instabilidade política e do enfraquecimento do domínio da Rússia unificada, a desintegração económica, a tensão entre as regiões e o centro que podem representam uma ameaça para a estrutura federal e do tecido sócio-económico da Federação Russa, o combate à migração descontrolada e à promoção ao nacionalismo, ao extremismo e o etno-separatismo político e religioso, propensos à criação de um terreno fértil para conflitos.




4 comentários :

  1. Caro Dr. Paulo Ramires,
    Muitos parabéns pela excelência do seu artigo e pela análise nele contida.
    Melhores cumprimentos
    Miguel Mattos Chaves

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  2. Caro Miguel Mattos,

    Agradeço a sua simpatia, faço o melhor para informar da melhor formas as pessoas.

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  3. Excelente artigo.
    Já não me sinto só.

    http://artedeomissao.wordpress.com/2014/09/23/quem-compo%CC%83e-o-emirado-islamico/

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  4. Ottimo articolo. Ma il problema principale è la Federazione Russa.
    Che dev'essere finalmente privata di tutte le sue colonie zariste, ecc. La repubblica della Carelia con Kola finlandesi, la regione della Prussia polacca, la federazione delle repubbliche della Caucasia, la federazione delle repubbliche della Siberia, le isole Curili giapponesi..
    Che deve smetterla con la politica ''euroasiatica'' perchè contraria ora agli interessi europei ed un domani anche ai suoi.
    L'altro problema è la la mancata unità europea nel passato quinquennio.. a causa del blocco russo sovietico. E quindi della relativa perdurante dipendenza anche militare dagli Usa..

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