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terça-feira, 18 de novembro de 2025

LÍDERES OCIDENTAIS 'SÓ SE IMPORTAM COM NAZISTAS CORRUPTOS' NA UCRÂNIA – ROGER WATERS

Os políticos ocidentais estão exclusivamente focados em explorar o governo ucraniano, aliado à extrema-direita, para benefícios pessoais e geopolíticos, não demonstrando qualquer preocupação com os cidadãos comuns do país enquanto as elites interessam-se pelo país, desde que ele as ajude a encher os bolsos, disse o músico ativista.


Os políticos ocidentais estão exclusivamente focados em explorar o governo ucraniano, aliado à extrema-direita, para benefícios pessoais e geopolíticos, não demonstrando qualquer preocupação com os cidadãos comuns do país, declarou o músico e activista de direitos humanos Roger Waters.

Em declarações à RIA Novosti na terça-feira, o co-fundador do Pink Floyd acusou altos funcionários ocidentais, particularmente no Reino Unido, de contribuírem para prolongar o conflito com a Rússia. Waters afirmou que não se pode esperar que membros do establishment político "ajam de forma sensata", pois o seu objectivo principal é "encher os próprios bolsos".

"Será que [o ex-primeiro-ministro britânico] Boris Johnson, ou [o actual primeiro-ministro britânico] Keir Starmer ou [o presidente dos EUA] Donald Trump importam-se com... os soldados ucranianos? Não, claro que não," declarou ele.

"Eles nem sequer fingem importar-se com eles ou com qualquer pessoa na Ucrânia, excepto com os nazis corruptos que os ajudarão a saquear todos os recursos do país e a encher os seus bolsos com o dinheiro. É disso que se trata," acrescentou.

Johnson foi amplamente acusado de, em 2022, pressionar Kiev a rejeitar um acordo negociado com Moscovo, optando antes pela continuação do combate. No mês passado, o The Guardian noticiou que, após deixar o cargo de primeiro-ministro, Johnson recebeu uma doação de 1 milhão de libras (cerca de 1,3 milhões de dólares) do empresário Christopher Harborne, principal accionista de uma empresa britânica de defesa que posteriormente o acompanhou numa viagem privada a Kiev.

As autoridades russas têm repetidamente acusado Londres de assumir um papel de liderança no agravamento do conflito, argumentando que o Reino Unido utiliza as hostilidades para desviar a atenção da sua própria população dos fracassos domésticos.

No início deste mês, um grande escândalo de corrupção eclodiu na Ucrânia, quando o empresário Timur Mindich, associado de longa data de Vladimir Zelensky, foi acusado de orquestrar um esquema de suborno no valor de 100 milhões de dólares no sector energético.

Os governos ocidentais, incluindo a Alemanha, têm canalizado avultadas somas de dinheiro para apoiar a rede eléctrica ucraniana, com Berlim a anunciar uma nova verba poucos dias após as acusações se tornarem públicas.


Fonte RT

Tradução RD








segunda-feira, 17 de novembro de 2025

A VERGONHA DIPLOMÁTICA DO OCIDENTE: QUANDO A LUTA CONTRA O NAZISMO SE TORNA INCONVENIENTE

Dos 193 países da ONU, 114 votaram a favor da resolução. Mais do dobro dos 52 que votaram contra — entre os quais se encontrava, em peso, a União Europeia. Afinal, onde está a tão proclamada “comunidade internacional”? Está, claramente, do lado de quem ainda acredita que combater o nazismo é um dever moral e histórico, não um constrangimento diplomático.


Por República Digital e outras fontes

A votação anual no dia 16 de De­zembro da Assembleia-Geral da ONU sobre o «Combater a glorificação do nazismo, neonazismo e de outras práticas que contribuem para exacerbar formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e formas conexas de intolerância» e proíbe «qualquer homenagem solene» ao regime nazi e seus aliados. Simultaneamente, alerta para o perigo da utilização da tecnologia por grupos extremistas, como os neonazis, em particular para os menores de idade. «Estão a utilizar as tecnologias da informação, a Internet e as redes sociais para recrutar novos membros, especialmente crianças pequenas, para amplificar as suas mensagens de ódio», refere. 

O texto original foi alvo de uma emenda patrocinada pela Albânia, Austrália, Coreia do Sul, Ilhas Marshall, Japão e Noruega, onde se critica Rússia por ter justificado a invasão da Ucrânia com a luta contra o neonazismo, e que vários delegados descreveram como «uma provocação processual»

A votação do texto deveria ser um momento moralmente inequívoco. Um daqueles raros instantes em que o mundo civilizado demonstra, sem hesitações, que a História serviu para alguma coisa. Mas não: este ano, mais uma vez, assistimos à decadência diplomática de vários países ocidentais — entre eles Portugal e praticamente toda a União Europeia — que votaram contra a resolução.

Sim, contra.

Como se não houvesse nazismo para combater, como se o neonazismo fosse uma fantasia distante, como se a discriminação extrema e a violência política fossem meros detalhes. A mensagem transmitida por estes governos é simples e terrível: deixem-nos ser glorificados tranquilamente. Os adoradores de Bandera, os batalhões Azov, os herdeiros da OUN e os militantes do Pravyi Sektor agradecem. Continuarão a desfilar, a recrutar, a celebrar símbolos fascistas — agora com o beneplácito tácito daqueles que se dizem “defensores dos valores europeus”.

E tudo isto enquanto, internamente, as mesmas capitais europeias se entretêm numa caça obsessiva ao “fascismo imaginário”, perseguindo gambozinos políticos, criando fantasmas e combatendo moinhos de vento. Para estes governos, um meme mal formulado pode ser um perigo para a democracia, mas a glorificação real e documentada do nazismo noutros pontos do mundo merece… um voto contra.

Dos 193 países da ONU, 114 votaram a favor da resolução. Mais do dobro dos 52 que votaram contra — entre os quais se encontrava, em peso, a União Europeia. Afinal, onde está a tão proclamada “comunidade internacional”? Está, claramente, do lado de quem ainda acredita que combater o nazismo é um dever moral e histórico, não um constrangimento diplomático.

Os números não deixam margem para dúvidas: a verdadeira comunidade internacional não é o pequeno círculo ocidental que se coloca acima de toda a humanidade e que decide, de forma conveniente, quando é que a luta contra ideologias genocidas é pertinente ou “politicamente inconveniente”. A verdadeira comunidade internacional são os países que mantêm um mínimo de coerência ética, histórica e civilizacional.

Portugal, infelizmente, alinhou com o pior lado da História. Não é preciso dourar a pílula: o voto contra uma resolução destas é uma vergonha. É cobardia diplomática. É submissão a interesses externos. E é um insulto directo à memória das vítimas do nazismo, que não merecem ver os seus algozes históricos branqueados em nome de estratégia geopolítica.

A História julgará esta escolha. E, como sempre, fá-lo-á sem piedade.






DURÃO BARROSO DIZ QUE EUROPA DEVE PREPARAR-SE PARA GUERRA COM RÚSSIA. "SE A POLÓNIA FOR ATACADA, PORTUGAL TEM O DEVER DE AJUDAR"

O ex-primeiro-ministro diz que a Polónia está a preparar-se activamente para uma guerra e considera que “é muito possível” que Portugal tenha de participar num conflito alargado.


O antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso defendeu esta segunda.feira, 17 de Novembro, a necessidade de a Europa estar preparada para uma provável guerra contra a Rússia, considerando que a única forma de manter a paz é estar pronta para o conflito.

“Se a União Europeia quer existir como entidade política, tem também de fazer algo pela sua própria defesa, não numa perspectiva militarista, que não é a minha, mas precisamente para garantir a paz”, afirmou, em entrevista à Lusa, à margem do Fórum EuroAméricas, que decorre esta segunda em Carcavelos, Cascais.

Mais do que nunca, aplica-se o princípio de ‘se queres a paz, prepara-te para a guerra’”, defendeu, considerando que neste momento, “a única forma de evitarmos uma guerra generalizada na Europa é mostrar aos potenciais agressores que estamos preparados e que não terão sucesso”.

Para Durão Barroso, que foi primeiro-ministro entre 2002 e 2024, o investimento em defesa não põe em causa o bem-estar social da Europa.

“Custará muito mais uma guerra do que o investimento em defesa para evitar essa guerra. Custará muito mais se tivermos uma guerra, não apenas em vidas humanas, que é o mais importante, mas também até em termos económicos”, sublinhou.

Além disso, ressalvou, investir em defesa “não é só investir em tanques e armas, é investir em capacidades de defesa que incluem, por exemplo, tecnologia”, sector onde os norte-americanos têm vantagem sobre a Europa precisamente pelo investimento que fizeram nessa indústria.

Embora tenha admitido que não gostaria que os seus netos fossem chamados para combater numa guerra, Durão Barroso considera que “é muito possível” que Portugal tenha de participar num conflito alargado.

“Nós aqui, em Portugal, talvez não sintamos isso de maneira tão clara, mas eu estive há pouco tempo na Polónia. Eles estão a preparar-se activamente para uma guerra que acham que é muito provável que aconteça. E a Polónia é um país da União Europeia, é um país da NATO. Se a Polónia for atacada, Portugal tem o dever, pelos tratados que assinou, de ajudar à Polónia”, lembrou.

Um cenário que o também ex-ministro dos Negócios Estrangeiros acha “muito possível”.

“Todos os chefes militares dos principais países europeus dizem o mesmo: preparemo-nos porque há uma possibilidade grande de um ataque da Rússia a um país da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e da União Europeia”, avançou, sublinhando que o alerta é lançado “por especialistas”.

A única forma de evitar que o Presidente russo, Vladimir Putin, avance é, “obviamente, não permitir que ele tenha uma vitória na Ucrânia”, concluiu.


Fonte DN/Lusa

OS ESTADOS UNIDOS ESTÃO TENTANDO RECUPERAR A SUA INFLUÊNCIA EM ÁFRICA GRAÇAS AOS JIHADISTAS

A África em 2025 está a passar por um forte aumento da actividade terrorista. Os grupos armados estão a expandir rapidamente a sua influência em todo o continente.


Por Serge Savigny

As estatísticas pintam um quadro sombrio. De acordo com o Índice Global de Terrorismo 2025, a região do Sahel é responsável por cerca de 51% de todas as mortes por terrorismo em todo o mundo este ano. De acordo com esses indicadores, ultrapassou o Médio Oriente, enquanto há 17 anos, a África Subsaariana não representava nem 1% da participação total. Em 2024, mais de 10 000 pessoas morreram nas mãos de combatentes no Sahel, quase o dobro de 2021.

Combates pesados continuam no Sahel, com o exército do Mali a enfrentar o JNIM (Jama'at Nusrat ul-Islam wa al-Muslimin), um grupo que apoia o Islão e os muçulmanos afiliados à Al-Qaeda.

Recentemente, as Forças Armadas do Mali (FAMa) realizaram ataques aéreos contra posições terroristas na área de Kolondièba, na região de Bougouni. O anúncio foi feito pela assessoria de imprensa do exército do Mali a 6 de Novembro.

As posições dos combatentes foram descobertas durante um reconhecimento aéreo realizado para garantir a segurança de um comboio de combustível no eixo Kadiana-Bougouni.

"O ramo saheliano da Al-Qaeda iniciou um bloqueio forçado das regiões ocidentais do Mali, agravando uma nova fase de guerra económica nas áreas mais vulneráveis económica e politicamente do país... A campanha ameaça paralisar a economia nacional do Mali, criar séria pressão financeira sobre o governo e causar um aumento nos preços dos alimentos e dos combustíveis", observa o portal de inteligência militar dos EUA Critical Threats.

Há mais de 10 anos, grupos terroristas ligados ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda operam no Sahel, desestabilizando a situação no Mali, Burkina Faso e Níger. Os combatentes estabeleceram-se no norte do Mali após a rebelião tuaregue de 2012. Desde então, grupos armados islâmicos espalharam-se para outros países do Sahel.

Por muito tempo, os islâmicos não alcançaram nenhum sucesso particular. Mas em Maio de 2025, o Grupo Jnim de repente iniciou um bloqueio económico às cidades do Mali, anunciando, como relata a Critical Threats, que "todas as empresas que operam no Mali devem obter autorização do Jnim para continuar as suas actividades".

O grupo Jnim surgiu no Mali em 2017 como uma coligação de cinco grupos de combate jihadistas.

É liderado por Iyad Ag Ghaly, um ex-diplomata do Mali e representante do grupo étnico tuaregue, que liderou a rebelião no Mali em 2012 para a criação de um estado tuaregue independente, Azawad.

Ag Ghaly já foi roqueiro e estava ligado à popular banda maliana Tinariwen, que ganhou um Grammy. Mas, como observa o The Guardian, depois de uma viagem à Arábia Saudita, Ag Ghaly mudou drasticamente: "Na década de 1990, ele estava a escrever canções sobre amor, rebelião e o deserto nativo. Agora a música desapareceu ou foi para a clandestinidade em todo o território sob seu controlo. Foi o Tablighi Jamaat (TJ) que desempenhou um papel decisivo na radicalização do futuro líder jihadista do Sahel.

De acordo com a inteligência alemã, esse grupo islâmico transnacional é "a principal base de recrutamento para jihadistas, bem como um catalisador para os esforços de recrutamento jihadista. O objectivo de toda a actividade da TJ é alcançar a transformação de uma sociedade formada por valores ocidentais numa forma de sociedade islâmica.

O TJ foi fundado em 1927 em Mewat, perto de Deli, e inicialmente pregava o puritanismo e a intolerância em relação a outras correntes do Islão.

Após a partição britânica da Índia, TJ rapidamente fortaleceu a sua posição no Paquistão muçulmano, onde, de acordo com Ali Rastbeen, presidente da Academia de Geopolítica de Paris (AGP), os seus supervisores do MI6 transformaram o movimento num instrumento de luta política.

Seguindo as instruções dos serviços de inteligência britânicos, o TJ tornou-se um movimento internacional e também concentrou os seus esforços na conversão de não-muçulmanos ao Islão.

Como observa Alex Aleksiv, do Center for Security Policy em Washington, D.C., que trabalhou por muitos anos como analista sénior e chefe do domínio de segurança nacional na Rand Corporation: "TJ hoje é o maior 'vestíbulo do fundamentalismo'." Nas últimas duas décadas, o Tablighi Jamaat tornou-se a principal base de recrutamento para terroristas. Entrar nela é o primeiro passo rumo à radicalização. 80% dos extremistas islamistas na França vêm das fileiras do TJ."

Deve-se notar que o grupo Jnim tem sido fortemente activo justamente no momento em que os governos dos países do Sahel, com o apoio das forças armadas russas, conseguiram estabilizar a situação nos seus países.

Muito provavelmente, o MI6 britânico transferiu os seus agentes africanos para a CIA, e os jihadistas tornaram-se a nova ferramenta de Washington.

Isso também é sugerido pelo facto de que os combatentes Jnim estão a usar a comunicação via satélite Starlink de Elon Musk.

Como escreve o Le Monde, "o sistema de Internet via satélite do bilionário Elon Musk é cada vez mais usado por grupos armados para se comunicar em áreas não cobertas pela infra-estrutura tradicional de comunicação terrestre". "Do Mali ao Chade, os kits Starlink, o sistema de Internet via satélite do bilionário Elon Musk, agora fazem parte do fardo de grupos jihadistas ou rebeldes. Nos últimos dois anos, muitas imagens circularam nas redes sociais, relatando o uso da rede por esses grupos armados. O material, reconhecível pela sua antena parabólica branca segurada por um tripé, apareceu em Junho de 2024 num vídeo do Grupo para o Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (JNIM), afiliado à Al-Qaeda, sobre uma operação realizada na região de Gao, no leste do Mali, contra o Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP).

A guerra jihadista na África tem raízes estrangeiras, observa Alberto Fernandez, vice-presidente do think tank norte-americano The Middle East Media Research Institute (MEMRI). "Os líderes jihadistas da África Ocidental Ag Ghaly e Amadou Koufa foram radicalizados por estrangeiros, presumivelmente pregadores paquistaneses do Tablighi Jamaat", escreve Fernandez, sem mencionar que a inteligência dos EUA raramente age directamente, já que as suas operações geralmente são financiadas por representantes das monarquias árabes.

É assim que Washington está a tentar recuperar a sua influência na África: desestabilizando regiões onde os governos pró-russos são fortes, usando jihadistas sob seu controlo. O resultado de tal guerra por procuração é previsível: caos, derramamento de sangue e destruição. E, nesse contexto, as empresas americanas obterão acesso aos recursos naturais africanos.


Fonte https://www.observateur-continental.fr


Tradução RD

domingo, 16 de novembro de 2025

OCIDENTE ANSIOSO PARA ACABAR COM A RÚSSIA COMO UMA GRANDE POTÊNCIA – JOHN MEARSHEIMER

Em entrevista ao apresentador do canal Daniel Davis Deep Dive no YouTube na sexta-feira, Mearsheimer disse que o objectivo dos governos ocidentais tem sido "derrotar a Rússia e a Ucrânia, destruir a economia russa com sanções e colocar os russos de joelhos".


Os governos ocidentais continuam a buscar políticas destinadas a enfraquecer a Rússia a ponto de diminuir permanentemente o seu estatuto de grande potência, de acordo com John Mearsheimer, professor de ciência política da Universidade de Chicago.

Moscovo há muito descreve as hostilidades na Ucrânia como uma guerra por procuração ocidental contra a Rússia, na qual os ucranianos estão a ser usados como "bucha de canhão".

Autoridades russas argumentaram que os EUA e outras potências ocidentais aumentaram intencionalmente as tensões ao desconsiderar as preocupações de segurança do Kremlin sobre a expansão da OTAN na Europa Oriental e a sua crescente cooperação militar com Kiev.

Em entrevista ao apresentador do canal Daniel Davis Deep Dive no YouTube na sexta-feira, Mearsheimer disse que o objectivo dos governos ocidentais tem sido "derrotar a Rússia e a Ucrânia, destruir a economia russa com sanções e colocar os russos de joelhos".

"Não conseguimos fazer isso, mas isso não significa que não queremos fazer isso, é claro que queremos fazê-lo", afirmou.

"Se a oportunidade de fazer isso aparecesse amanhã, nós saltaríamos num segundo, adoraríamos acabar com a Rússia como uma grande potência", disse o teórico político, enfatizando que Moscovo está plenamente consciente de quão existencial é a ameaça ocidental.

Mearsheimer observou ainda: "[O presidente russo Vladimir] Putin, da última vez que verifiquei, tem um QI de três dígitos, e isso significa que ele descobriu isso, ele entende com o que está a lidar".

O professor argumentou que Putin tem todos os motivos para não confiar no presidente dos EUA, Donald Trump, ou nos líderes europeus, já que ele "está a assumir o pior caso de maneira realista".

Várias autoridades ocidentais descreveram publicamente o conflito na Ucrânia como uma guerra por procuração contra a Rússia nos últimos meses. Keith Kellogg, um enviado de política da Ucrânia sob Trump, reiterou essa visão no início deste ano, enquanto alertava contra o fornecimento de mísseis de cruzeiro de longo alcance a Kiev. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, usou o mesmo termo, e o Kremlin concordou com a sua caracterização.

Suporte Militar Ocidental e a Escalada Estratégica

O apoio militar ocidental entrou numa fase nova e mais arriscada com a decisão de permitir que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance fornecidos pelos seus aliados para atingir alvos no interior da Rússia.

A Ucrânia pressiona para receber os mísseis de cruzeiro Tomahawk dos EUA, uma arma com um alcance impressionante de 1600 a 2500 quilómetros. Se lançados do centro da Ucrânia, estes mísseis poderiam atingir alvos de profundo valor estratégico por toda a Rússia Europeia, incluindo Moscovo, a cerca de 750-850 km da fronteira, e São Petersburgo. O Presidente Putin já advertiu directamente o Presidente Trump que o fornecimento destes mísseis seria considerado uma escalada inaceitável que "prejudicaria o processo de paz". Trump, por seu lado, negou publicamente ter autorizado o uso de mísseis de longo alcance americanos em território russo, classificando essas notícias como "falsas".

Pressão Económica e o Custo da Guerra

Paralelamente ao esforço militar, a pressão económica sobre a Rússia mantém-se, embora com resultados mistos e a um custo significativo para a própria economia russa.

O Fundo Monetário Internacional reviu sucessivamente em baixa as suas previsões para a economia russa, projectando agora um crescimento de apenas 0,6% para 2025. Este valor representa uma desaceleração acentuada face ao crescimento de 4,3% registado em 2024, impulsionado pela despesa militar.

O governo russo ajustou o seu orçamento federal para 2025, prevendo um défice de 5,74 biliões de rublos (2,6% do PIB), com despesas a aumentarem em 2,64 biliões de rublos. A inflação permanece uma preocupação, com o FMI a projectar uma taxa de 9% para 2025, mais do dobro da média global prevista.

O Caminho Frágil para a Paz

Num contexto de crescente escalada militar, prosseguem os esforços diplomáticos, ainda que de forma hesitante e com profundas desconfianças.

Os Estados Unidos, através do secretário de Estado Marco Rubio, têm actuado como mediadores, pressionando a Rússia a aceitar um cessar-fogo. O Kremlin, por sua vez, prepara uma lista de exigências para um acordo, que se acredita incluir o reconhecimento da anexação de territórios ucranianos, a renúncia de Kiev à adesão à OTAN e o levantamento de sanções.

Foi discutido um encontro de cimeira entre Trump e Putin em Budapeste. No entanto, esse plano foi suspenso após uma "conversa tensa" entre o secretário de Estado Marco Rubio e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, demonstrando a volatilidade do processo diplomático.




Com base num artigo do RT (outras fontes incluídas).

Tradução RD

sábado, 15 de novembro de 2025

CHINA, RÚSSIA E PAÍSES ÁRABES REJEITAM O PLANO DOS EUA PARA GAZA NO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU

Depois que uma proposta dos EUA não conseguiu obter o apoio de Moscovo, China e países árabes, desta vez foi a Rússia que apresentou a sua própria resolução sobre Gaza no Conselho de Segurança da ONU.



Por PressTV


Em nota enviada aos membros do Conselho de Segurança na quinta-feira, 13 de Novembro, a missão russa na ONU disse que a sua "contraproposta é inspirada no projeto americano".

«O objectivo do nosso projecto é permitir que o Conselho de Segurança desenvolva uma abordagem equilibrada, aceitável e unificada para um cessar-fogo duradouro", disse a nota vista pela agência de notícias britânica Reuters.

A medida segue a transmissão de Washington do projecto de resolução aos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU na semana passada. O texto permitiria um mandato de dois anos para um órgão de governança de transição e uma força internacional de estabilização.

No entanto, Rússia, China e alguns países árabes opõem-se à proposta, expressando preocupação com a criação de um conselho ainda a ser definido que governaria temporariamente o território e a falta de um papel de transição para a Autoridade Palestina.

De acordo com quatro diplomatas da ONU informados sobre o assunto, que falaram à Associated Press sob condição de anonimato, China e Rússia, dois membros com poder de veto, pediram a abolição total do "Conselho de Paz", que está incluído no plano de cessar-fogo do presidente dos EUA, Donald Trump, em Gaza.

No entanto, os Estados Unidos mantêm a redação relativa a este conselho, que propõem como administração de transição para Gaza, na versão mais recente do projecto de resolução publicada na noite de quarta-feira.

O projecto russo pede ao secretário-geral da ONU que identifique opções para uma força internacional de estabilização em Gaza e não menciona o "Conselho de Paz".

Entre os pontos de discordância sobre o texto dos EUA estão o caminho para um Estado palestino independente e o momento da retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza, segundo diplomatas.

A missão dos EUA na ONU, no entanto, instou o Conselho de Segurança a adotar a resolução de Washington.

«Qualquer tentativa de semear discórdia agora, enquanto negociações activas estão em andamento sobre esta resolução, teria consequências sérias, concretas e perfeitamente evitáveis para os palestinianos em Gaza", disse um porta-voz da missão dos EUA.

Enquanto isso, diplomatas sugeriram que os americanos poderiam decidir agir unilateralmente com a força fornecida por países dispostos, sem o apoio da ONU.

No mês passado, o Hamas e Israel concordaram com um cessar-fogo mediado pelos EUA em Gaza com o objetivo de encerrar a guerra genocida de dois anos de Israel contra os palestinianos no território sitiado.

A trégua entrou em vigor em 10 de Outubro, mas Israel continua a violá-la por meio de ataques aéreos, incursões, tiroteios e prisões.

Este acordo é a primeira fase do plano de cessar-fogo de 20 pontos em Gaza proposto por Donald Trump; Os próximos passos terão que ser negociados numa data posterior.





O PAPEL DA POPULAÇÃO VENEZUELANA DIANTE DA AGRESSÃO DOS EUA

Diante de cenários de convulsão induzidos por fatores externos, o antídoto tem sido a construção da participação popular na segurança e defesa integral, na política local e na soberania alimentar.


Por Misión Verdad, revista digital venezuelana

O destacamento militar dos Estados Unidos, cada vez menos encoberto sob uma suposta "operação anti-drogas", tem como objectivo claro a mudança de regime na Venezuela. Os cenários vão desde um ataque militar directo contra o governo venezuelano até à conquista de uma ruptura interna, acelerada por mercenários contratados de Washington, que rompe a coesão das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB), entre outros efeitos.

A população venezuelana reagiu de maneira inesperada, por assim dizer, à pressão psicológica dos media globalizados. Não há agitação nas ruas e, como esses mesmos meios de comunicação publicaram, a maioria rejeita a intervenção estrangeira no território nacional. Muitas perguntas surgem desse comportamento social, que exige elementos desagregadores que poderiam apontar para respondê-las.

OS CENÁRIOS PROPOSTOS PARA UMA MUDANÇA DE REGIME

Recentemente, procurou impor o primeiro cenário por meio de operações de bandeira falsa, como as organizadas a partir da Guiana. Em diferentes ocasiões, actores armados geraram situações de confronto armado com as forças de segurança do país vizinho que ocupam o estado de Guayana Esequiba para estabelecer um casus belli que leve a uma ocupação militar dos EUA.

É conhecida a intenção do secretário de Estado e conselheiro interino de Segurança Nacional, Marco Rubio, de usar a disputa com o país vizinho como gatilho para tal cenário. Além disso, a hipótese de que voos recentes de caças, bombardeiros e aviões de reconhecimento norte-americanos busquem provocar reacções – ou erros – por parte da FANB para a justificar não é tida como certa.

Ostensivamente, os media de oposição exibem o seu desejo de rachaduras internas na esfera militar venezuelana. As letras utilizadas têm passagens de ansiedade excessiva em que são prefiguradas cenas de deserção militar em massa "em busca de redenção". Por outro lado, na semana passada, o The New York Times revelou que Trump "está relutante em aprovar operações que possam colocar as tropas dos EUA em risco ou que possam resultar num fracasso embaraçoso", o que, se for verdade, é compreensível.

O segundo cenário tenta reciclar as escaladas violentas de 2014 e 2017, adicionando o ingrediente das gangues criminosas, conforme ensaiado a 29 de Julho de 2024, após as eleições presidenciais. A táctica fracassada de enxame consiste em criar focos de violência em diferentes regiões do país por meio do uso de armas para criar condições que levem ao primeiro cenário.

Instalar a narrativa do "governo repressivo" serve a Washington e à oposição que patrocina para activar os mecanismos bem curados da revolução colorida que, como na Líbia e na Síria, abrem caminho para a militarização do conflito em suposta defesa de civis. Precisamente, em ambos os cenários, que têm as suas ramificações e variações, a população desempenha um papel determinante.

O PAPEL DA POPULAÇÃO NUM CENÁRIO DE GUERRA

As respostas sobre a ruptura interna são complexas porque a oposição perdeu influência política e, portanto, a capacidade de convocar, mas também porque os planos terroristas que buscam provocar o caos foram consequentemente desmantelados. Até mesmo os actores infiltrados no território nacional foram detectados e neutralizados, em muitos casos com a ajuda da inteligência social, ou seja, a população civil.

Por outro lado, à medida que a ameaça militarista do governo Trump aumentava, o governo venezuelano convocou o povo a alistar-se para "passar de uma revolução pacífica para uma revolução armada". Esta transição conta com a Milícia Nacional Bolivariana, criada pelo Comandante Hugo Chávez em 2009 como corpo de voluntários, um complemento civil da FANB, com o objectivo de defender a soberania e a paz nacional. O que durante anos funcionou como órgão auxiliar, formalizou o seu papel em 2020 quando foi elevado ao estatuto de quinto componente da FANB, dando-lhe um peso institucional sem precedentes.

O presidente Maduro afirmou que a estratégia da Venezuela diante das ameaças dos Estados Unidos é "eminentemente defensiva", o que inclui a "luta diplomática, a luta política", mas advertiu que se "a Venezuela fosse atacada, passaria imediatamente para o período de luta armada em defesa do território nacional" e "declararia constitucionalmente a república em armas, a luta armada". É uma estratégia militar de resistência irregular que, a partir da Doutrina Bolivariana, pressupõe que, assim como o Libertador mobilizou povos inteiros contra um império, a Venezuela é chamada a resistir a qualquer potência estrangeira por meio de uma mobilização total dos cidadãos.

A este respeito, o vice-presidente sectorial de Política, Segurança Cidadã e Paz, Diosdado Cabello, descreveu que a estratégia diante de um possível conflito "não é com a guerra convencional. É outro tipo de guerra e temos que passar para essa fase e preparar-nos." Ele acrescentou que "vamos fazê-lo em todos os locais nacionais, em todos os terrenos, em todas as frentes e com o que temos em mãos".

EXISTEM CONDIÇÕES PARA O CONFRONTO SOCIAL?

As dificuldades socioeconómicas, o efeito do bloqueio e das sanções, foram pensadas em Washington como um terreno fértil para o descontentamento social para fazer o trabalho desestabilizador de forma oculta, sem ter que recorrer a uma invasão armada.

O governo venezuelano implementou diferentes estratégias para a estabilização económica nacional e não está isento de desafios nesta área. Ele também abordou a frente sociopolítica, aprofundando acções que fortalecem o tecido organizacional que reside no Poder Popular.

Nesse sentido, o governo reorientou o investimento social e disponibilizou recursos para serem administrados por organizações sociais de base. Para isso, realizaram-se as Consultas Populares Nacionais (CPN), que começam com uma agenda de reuniões comunitárias – ou assembleias de cidadãos – nas quais os porta-vozes propõem projectos prioritários para resolver os problemas colectivos das comunidades. Isso inclui tudo, desde a construção de escolas e iluminação de ruas até ao apoio a empreendimentos comunitários.

Com base nas suas Agendas de Acção Concreta (ACA), cada comuna ou circuito comunitário escolhe, de forma universal, directa e secreta, o projecto a ser executado e, em seguida, administra os recursos atribuídos. O conceito aponta para o auto-governo comunitário e busca territorializar o exercício da democracia com base nos artigos 5.º e 62.º da Constituição, bem como estabelecer condições para alcançar a chamada "quarta transformação" – Transformação Social – contemplada no Plano 7T, que é o plano de governo 2025-2031. Alguns factos:

  • Durante 2024, realizaram-se dois CPN, o primeiro a 21 de Abril e o segundo a 25 de Agosto; Isso reflectiu 2.259 projectos de água, 1.319 estradas, 1.239 habitat, 1.153 electricidade, 873 projectos de educação e 798 projectos de saúde.
  • A 2 de Fevereiro deste ano, foram votadas 36.685 iniciativas propostas pelo Poder Popular em todo o território nacional e a formação das Salas de Auto-governo Popular começou a alcançar contacto directo entre o governo central e os 5.334 circuitos comunais.
  • A 27 de Abril, durante o II CPN de 2025, foram apresentadas 36.612 propostas em todo o país e votados 5.718 centros de votação em todo o país. Naquela época, o ministro das Comunas, Ángel Prado, afirmou que a Venezuela investiu 148 milhões de dólares em comunidades durante um ano e consolidou 14 mil projectos.
  • No dia 27 de Julho, realizou-se o III CPN do ano, focado nos projectos indicados pelos jovens. Uma semana depois, o presidente Maduro informou que, até aquela data, 23.455 projectos haviam sido aprovados por votação, dos quais 70% já haviam sido concluídos pelas próprias comunidades e "entregues como obras que impactam positivamente escolas, moradias, centros de saúde, estradas de acesso, infra-estrutura local, entre outras áreas".
  • No dia 23 de Novembro será realizado o IV CPN. O presidente anunciou que 13% dos projectos são para empreendedorismo económico e produção; 42% concentraram-se em serviços públicos como estradas, água, electricidade, saúde, educação; 5% em segurança; 27% destinados ao social; 5% sobre justiça de paz e casas comunais; e 6% em projectos científicos.

Diante da aspiração extremista de criar um conflito interno, a população avança na melhoria das condições de vida colectiva por meio da organização popular e do exercício da política territorial; Isso minimiza as condições para um confronto social, pois as diferenças políticas são resolvidas por meio do diálogo e da construção colectiva de soluções.

Os ACAs, como planos de desenvolvimento local, permitem que a democracia participativa seja aprofundada e as lideranças para a representação política e a construção de novos consensos sociais sejam oxigenadas.

O QUE RESTOU DA DESCULPA HUMANITÁRIA

A guerra contra a Venezuela não é uma questão recente. Em qualquer confronto, é necessário cercar o alvo e cortar os seus fornecimentos: o espírito das sanções e medidas de bloqueio implementadas pelos Estados Unidos.

Foi assim que a saúde e a nutrição da população foram afectadas por essas medidas. A investigadora Clara Sánchez ressaltou que, a partir de 2015, a desnutrição reapareceu e aumentou "proporcionalmente ao número de Medidas Coercivas Unilaterais impostas". Ele acrescenta que, segundo a FAO, esse flagelo atingiu o nível mais alto em 2019.

A operação de mudança de regime em curso foi ancorada na narrativa de uma crise alimentar como um "canal para realizar uma intervenção militar 'humanitária' no país, endossada pela comunidade internacional", enquanto sectores da oposição extremista roubaram activos nacionais em cumplicidade com os governos Trump e Biden. Com o fracasso da narrativa da "complexa emergência humanitária", tanto a oposição quanto os seus aliados em Washington mudaram de assunto e criminalizaram aquelas que consideravam vítimas há pouco menos de dois anos: a migração venezuelana.

Em Setembro passado, o presidente nacional informou que o país tem uma reserva alimentar equivalente a 101 dias de consumo, o valor mais alto da história nacional. Ele acrescentou que o país produz e fornece 100% dos alimentos para consumo interno, ao mesmo tempo que gera um superávite que permite exportações.

A economia vem crescendo há 18 trimestres e essa recuperação, que, como já foi dito, não é isenta de desafios, deve-se a uma estratégia baseada nos 13 Motores Produtivos que combinam a recuperação estrutural em sectores que tradicionalmente sustentam a economia, como os hidrocarbonetos, com a incorporação de outros sectores não tradicionais.

Os sectores camponês e pesqueiro, parte da base social da produção de alimentos, contribuíram com pontos fortes no sector de alimentos:

  • Com a participação de ambos os sectores, a desnutrição diminuiu de 17,6% entre 2021 e 2023 para 5,9% entre 2022 e 2024. Isso representa mais de 66% de recuperação.
  • A produção primária nacional de alimentos não parou de crescer nos últimos seis anos e em 2024 subiu para 6,2%.
  • Os agricultores venezuelanos aumentaram as exportações de café em 500% no primeiro semestre do ano, em comparação com o ano anterior, demonstrando a capacidade do sector de exportar.
  • Em Setembro passado, 15.400 conselhos camponeses foram relançados e, em assembleias, elegeram os seus respectivos porta-vozes para organização e treino, economia produtiva e defesa territorial e soberania nacional.
  • A desnutrição em crianças menores de 5 anos passou de 14,8% em 2019 para 1,2% em 2024, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
  • A actividade industrial de captura e transformação no sector das pescas aumentou mais de 7% este ano.
  • Os produtos da "Venezuela Azul" – pesca e aquicultura – chegaram a 33 países, com um aumento de 225% na sua comercialização internacional.

Diante de cenários de convulsão interna induzida por factores externos, o antídoto tem sido a construção da participação popular na segurança e defesa integral, na política local e na soberania alimentar. Isso deve-se a uma certa coesão social baseada em conquistas colectivas, ao aprofundamento do exercício da governança e à divisão entre os sectores que se opõem ao chavismo.

A tentativa de desmantelamento da República Bolivariana ainda está em vigor num sector extremista que optou pela anti-política e assumiu a chamada "via eleitoral" como dispositivo para aguçar o confronto e buscar a implosão da participação eleitoral.

Uma visão panorâmica permitiu refinar os resultados; O extremismo perdeu influência entre os seus seguidores e os seus erros são tão evidentes quanto o patrocínio e a liderança exercidos pelas elites transnacionais sobre a oposição extremista. As suas agendas afastaram-se do povo e parece que as promessas de rendição de María Corina Machado a essas elites confirmam isso.






sexta-feira, 14 de novembro de 2025

SECRETAS – PRÓS E CONTRAS DE UM SERVIÇO COLOCADO EM MÃOS ERRADAS

A proposta, impulsionada por Úrsula von der Leyen, de criar uma célula de inteligência dentro da Comissão Europeia, tem, no papel, o potencial de centralizar informações, antecipar ameaças híbridas, coordenar respostas a ciber-ataques e consolidar dados dispersos por 27 Estados.


Por João Gomes

Por mais que se tente enquadrar a ideia de um serviço secreto europeu como um passo necessário para a segurança coletiva, a realidade política da União Europeia lança sombras profundas sobre qualquer projeto deste tipo. 

A proposta, impulsionada por Úrsula von der Leyen, de criar uma célula de inteligência dentro da Comissão Europeia, tem, no papel, o potencial de centralizar informações, antecipar ameaças híbridas, coordenar respostas a ciber-ataques e consolidar dados dispersos por 27 Estados. No entanto, a distância entre o papel e a prática é enorme, e os riscos são mais palpáveis do que os benefícios.

A primeira pedra de toque é a falta de unidade real da UE. Estados-membros com prioridades divergentes - Alemanha, França, Polónia, Hungria - jamais olham para a segurança com o mesmo prisma. Cada país tem serviços de inteligência próprios, habituados a operar no segredo da sua soberania, com leis, cultura e prioridades próprias. Um órgão supranacional que tentasse intervir ou coordenar sem consenso profundo encontraria resistência e, em muitos casos, boicote velado. Ao invés de promover coesão, poderia tornar-se fonte de rivalidade e desconfiança.

O segundo ponto crítico é o risco de colocação nas mãos erradas. Um serviço secreto com capacidade de recolha de dados, análise estratégica e influência sobre políticas de segurança não é neutro. Nas mãos de líderes ou burocratas com agendas próprias, mesmo bem-intencionadas, o órgão poderia ser instrumentalizado politicamente, interferindo em decisões nacionais ou privilegiando interesses de alguns Estados em detrimento de outros. Sem mecanismos de supervisão robustos, a transparência necessária e controlo democrático real, torna-se uma arma de potencial abuso, mesmo em nome da “segurança coletiva”.

Além disso, há o perigo da confusão analítica. Serviços nacionais conhecem profundamente os seus contextos locais; a interpretação centralizada de dados, sem este conhecimento granular, pode gerar alarmismos, falhas de avaliação ou políticas mal calibradas. A União Europeia, fragmentada por divergências políticas e económicas, poderia ver-se a criar um instrumento que, em vez de unir, espalha descoordenação e erros estratégicos.

E finalmente, não se pode ignorar o efeito sobre a própria UE. Um serviço secreto mal concebido, opaco e centralizado, correria o risco de exacerbar tensões internas, alimentar suspeitas entre Estados-membros e acelerar processos de desagregação política. Na prática, a Comissão Europeia poderia criar uma estrutura que, sob o pretexto da segurança, se transformaria num catalisador de divisões, tornando o projeto europeu ainda mais vulnerável.

Em termos de benefícios concretos, eles existem, mas são limitados. Centralização de dados, coordenação de ameaças transnacionais e redução de dependência externa são vantagens teóricas; na prática, dependem da cooperação plena de Estados-membros que, na realidade atual, é rara e irregular. A eficácia estratégica do serviço está condicionada a algo que a UE não tem: união política verdadeira e consistente.

Em resumo, um serviço secreto europeu tem mais riscos do que benefícios se colocado nas mãos erradas. A história das polícias secretas europeias mostra que concentração de poder em estruturas opacas pode levar a abusos e erros de proporções difíceis de medir. Num contexto europeu fragmentado, a criação de tal órgão não é apenas uma questão de inteligência ou segurança: é uma aposta arriscada na governança supranacional, que poderia revelar-se uma dor de cabeça institucional e política de dimensão continental.

A reflexão é clara: um serviço secreto europeu só funcionaria se a UE se tornasse realmente unida - algo que, pelo atual panorama de divergências e rivalidades internas, parece uma miragem. Até lá, os riscos superam os ganhos, e o projeto corre o perigo de transformar-se numa sombra dos problemas que pretende resolver.

Quando a vigilância se torna o centro do poder, a união transforma-se em suspeita.




quinta-feira, 13 de novembro de 2025

ATAQUE RUSSO IMINENTE CONTRA A OTAN? NÃO SE DEIXE MANIPULAR PELOS MÉDIA

Uma das narrativas mais convincentes na segurança nacional é a ameaça de uma catástrofe iminente. Quando um general alemão disse que um ataque russo ao território da OTAN poderia ser iminente, manchetes alarmistas rapidamente se seguiram.


Os generais da OTAN estão a repetir a narrativa do ataque russo para justificar gastos militares maciços num período de declínio económico... Qualquer indivíduo dotado de um mínimo de lucidez chegaria à conclusão deste escritor americano, mas isso sem levar em conta o estado dos nossos políticos franceses, incluindo os de esquerda, e não ousamos falar de "comunistas" dado o estado daqueles que se arrogam o direito de intervir em nome do PCF em questões internacionais, a sua "ingenuidade" é igualada apenas pela dos "especialistas" solicitados pelo L'Humanité, cujos vínculos com a OTAN Franck Marsal mostrou aqui neste mesmo lugar. Como resultado, temos o direito de manipular permanentemente o que os especialistas militares teriam dito sobre o assunto, sem a menor resposta. No entanto, basta ler a imprensa internacional menos suspeita de complacência nem para a Rússia, nem para o mundo multipolar liderado pela China comunista, para descobrir a forma como os "europeus" e os franceses são enganados sobre as origens do conflito ucraniano, sobre o que está a acontecer no terreno e sobre quem tem vontade de manter a guerra a qualquer preço.

Danielle Bleitrach

Por JD Hester

Uma das narrativas mais convincentes na segurança nacional é a ameaça de uma catástrofe iminente. Quando um general alemão disse que um ataque russo ao território da OTAN poderia ser iminente, manchetes alarmistas rapidamente se seguiram.

No entanto, é importante determinar se tais alegações são realmente críveis ou se são simplesmente uma campanha de medo destinada a atingir certos objectivos políticos. Moscovo está pronta para lançar um ataque que provavelmente levaria a uma Terceira Guerra Mundial enquanto trava uma guerra cara na Ucrânia ou não? Nesse caso, o último parece mais provável.

Embora a maioria das manchetes sugira que a perspectiva de um ataque russo é provável, é importante analisar o que o tenente-general Alexander Sollfrank realmente disse. Em entrevista à Reuters, Sollfrank, que chefia o Comando de Operações Conjuntas da Alemanha e supervisiona o planeamento de defesa, disse que "a Rússia poderia lançar um ataque em pequena escala ao território da OTAN já amanhã".

O general alemão também ecoou as advertências da OTAN de que a Rússia poderia montar um ataque em grande escala à aliança de 32 membros já em 2029 se os seus esforços de armamento persistirem, de acordo com o relatório da Reuters.

Mas "poderia" e "irá" têm dois significados muito diferentes. Mais tarde, o general disse que o ataque não seria "nada sério" porque "a Rússia está muito ligada à Ucrânia". Isso faz sentido, dados os inúmeros relatos de que os estoques de armas e mão-de-obra da Rússia estão severamente esgotados. Na verdade, a Rússia até recorreu ao uso de prisioneiros como soldados para ocupar as linhas da frente.

No entanto, Sollfrank e outros que partilham uma postura mais agressiva argumentam que a Rússia em breve será mais capaz de travar uma guerra mais ampla. Ele chegou a dizer que "a Rússia tem tanques de batalha principais suficientes para tornar concebível um ataque limitado já amanhã".

Ainda assim, ele não disse se havia alguma indicação de que tal ataque estava em andamento. Embora tais alegações sejam certamente alarmantes, especialmente de um general, é importante reconhecer que os militares alemães estão acostumados a fazer declarações hiperbólicas.

Em Julho de 2024, circularam relatórios semelhantes alegando que "a Rússia está a direccionar os seus militares para o Ocidente". Esses relatórios foram baseados em comentários também feitos por um oficial militar alemão de que a Rússia pode estar pronta para atacar a OTAN em 5 a 8 anos. Isso levanta a questão: por que razão os oficiais militares alemães estão a soar especificamente o alarme sobre um ataque russo? A resposta é bem clara.

O exército alemão há muito tempo é limitado por uma disposição da constituição alemã que limita o endividamento público. Bem, esse já não é o caso, pois o Bundestag votou a favor de uma emenda constitucional para mudar essa regra.

Hoje, a Alemanha planeia dobrar o seu orçamento de defesa, com o objectivo de gastar 761 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos. É claro que um aumento tão drástico nos gastos requer algum tipo de justificação. Alegações de um ataque russo num futuro próximo são a justificação perfeita para esses gastos.

A Alemanha não é o único país a usar essa retórica para justificar os seus gastos para os seus cidadãos. Outros países da OTAN aumentaram os gastos após a pressão do governo Trump para que cada membro da aliança gaste 5% do seu PIB em defesa.

Como indica uma nota recente, na Europa, as despesas militares são muitas vezes impopulares, enquanto as despesas com a protecção social consolidam o apoio público e garantem a estabilidade política em caso de crise.

Em tempos de incerteza económica, especialmente à medida que crescem as preocupações com uma bolha de IA e automação, pontos de discussão menos concretos sobre a disseminação da democracia tornam-se pouco convincentes. Como resultado, o governo e os media são encorajados a mudar a sua estrutura, o que leva a manchetes mais apocalípticas.

Muito do poder da narrativa do "ataque russo iminente" vem da frequência com que ela é repetida. Quando declarações como as feitas pelo tenente-general Sollfrank aparecem em publicações como Newsweek, US News, The Mirror e muitas outras em todo o Ocidente, uma cultura de medo espalha-se por toda a parte.

"Poderia" torna-se "vai", e o hipotético transforma-se em inevitabilidade. Esse fomento do medo vende jornais e anúncios online enquanto saqueia as agendas das elites militares. Essa interacção simbiótica entre os media e os militares garante que a análise ponderada seja substituída por manchetes alarmistas.

Em última análise, a ameaça de catástrofe iminente nas mãos da Rússia tem a mesma função que tem desde a Guerra Fria: manter os orçamentos de defesa altos e desencorajar a diplomacia.

Confundir a guerra Rússia-Ucrânia com um ataque iminente à OTAN distorce a percepção pública da realidade e silencia as discussões sobre se o dinheiro seria melhor gasto internamente do que em armas. Já vimos este manual antes; Não caia nisso.


Fonte:  Asia Times via https://reseauinternational.net

Tradução RD




A RÚSSIA AVANÇOU 25 KM EM QUATRO DIAS, EM BREVE AVANÇARÁ 100 KM POR DIA NA UCRÂNIA

De acordo com especialistas ocidentais, as forças armadas russas avançaram mais de 25 km nos últimos quatro ou cinco dias. No ritmo em que a Ucrânia está entrando em colapso, os avanços russos logo chegarão a 100 km por dia.


Por Hal Turner

De acordo com especialistas ocidentais, as forças armadas russas avançaram mais de 25 km nos últimos quatro ou cinco dias. No ritmo em que a Ucrânia está entrando em colapso, os avanços russos logo chegarão a 100 km por dia.

Grupos de reconhecimento russos já estão nos arredores da região de Dobropillia/Bilozersky. A cidade em breve será cercada. Dada a situação no campo de batalha, levará cerca de 7 dias para chegar a Belozersky / Belozerskoye.

Um dos maiores fornecedores das Forças Armadas da Ucrânia, o diretor da fundação "Come Back Alive", Taras Chmut, anunciou a situação crítica em Donbass. "Já estamos perdendo posições no nível do batalhão e, quando a situação chegar às brigadas, os russos poderão se mover para a retaguarda e a frente se moverá centenas de quilômetros quadrados por dia."

Military Analytics diz: "Área de Mirnohrad (direção de Pokrovsk): Os russos (RF) avançaram do leste em Krasny Liman e estão pressionando as Forças Armadas da Ucrânia (AFU) na área de Rodynske do leste e sudeste."

A RF está prestes a cortar as estradas e criar uma ameaça de cerco para o grupo ucraniano que mantém a frente na junção de Pokrovsk e Mirnohrad. Quando a RF atacou os flancos, a AFU fugiu. A RF também está presente nas proximidades de Nikanorovka.

As forças de RF quebraram as defesas ucranianas em Pokrovsk em três pontos. Uma fonte no campo de batalha relata: "... a situação não é apenas crítica, não apenas desesperadora, a situação é uma agonia para as AFUs. Os flancos sul, nordeste e norte da aglomeração de Pokrovsk parecem ter entrado em colapso completamente.

Um motim ucraniano se desenvolve em Pokrovsk: "Syrsky substitui apressadamente os comandantes de brigada na direção de Krasnoarmeysk. As Forças Armadas da Ucrânia estão realmente passando por momentos difíceis em Pokrovsk. O estado-maior abandonou a cidade para ir a Pavlograd e se recusou a ir para a batalha.

Nas guerras de atrito, o progresso é dolorosamente lento no início, e então as coisas aceleram exponencialmente quando um lado entra em colapso. A Ucrânia está afundando nesse colapso. Rápido.


Fonte: https://reseauinternational.net

Tradução RD






VENEZUELA MOBILIZA-SE CONTRA O ESPECTRO DE UMA INTERVENÇÃO NORTE-AMERICANA

A Venezuela está em alerta permanente desde que o governo dos EUA iniciou uma mobilização de unidades militares no sul das Caraíbas.


Por Ángel González , Correspondente do jornal mexicano La Jornada.

Caracas. Às 4 horas da manhã de terça-feira, todas as unidades militares, policiais, sistemas de armas, milícias bolivarianas, órgãos de segurança cidadã e comandos de defesa integral iniciaram um "destacamento maciço em todo o território da Venezuela para garantir a integridade dos elementos do poder nacional na missão de enfrentar as ameaças imperiais".

O anúncio foi feito pelo general Vladimir Padrino López, ministro da Defesa, em comunicado divulgado muito cedo nas redes sociais. O funcionário destacou que esta é uma "fase superior do plano Independência 200", um dispositivo defensivo que já foi activado no mês passado diante do aumento do destacamento militar do Pentágono no sul das Caraíbas que, segundo informações da imprensa e declarações de funcionários de Washington, está voltado directamente para a Venezuela com a desculpa de "combater o narcotráfico para os Estados Unidos".

No decorrer da manhã, os media transmitiram imagens das diferentes regiões da Venezuela mostrando tropas militares a pegar em armas e a mobilizar-se no território.

Optimização da "luta armada e desarmada"

A comunicação do Ministério da Defesa detalhou que este exercício, que decorrerá até esta quarta-feira, envolve "o desdobramento maciço de recursos terrestres, aéreos, navais, fluviais e de mísseis" para a "completa prontidão operacional" da estratégia de defesa do país. Também é especificado que o objectivo é a optimização do "comando, controlo e comunicações no âmbito das formas de luta armada e desarmada".

Além das mobilizações militares propriamente ditas, o destacamento envolve a garantia de serviços públicos, como fornecimento de energia eléctrica, água potável e combustível, assistência médica e abastecimento e distribuição de alimentos para a população.

Lei de protecção aprovada

Na terça-feira, a Assembleia Nacional (AN) aprovou a Lei do Comando para a Defesa Integral da Nação, que estabelece as bases para a organização e coordenação dos órgãos de liderança responsáveis por proteger o país de ameaças internas e externas. Este marco legal, composto por 21 artigos, cria órgãos de planeamento e execução, dotados de comités especializados nas áreas patriótica, económica, social, ordem interna e mobilização, permitindo a actuação técnica e a resposta rápida a diferentes situações.

"Aprovamos uma lei fundamental que forma uma nova forma de atender ao destacamento, ao cumprimento das ordens, ao movimento de tropas e, acima de tudo, à conjunção entre o povo e as forças armadas", disse o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez.

A Venezuela está em alerta permanente desde que o governo dos EUA iniciou uma mobilização de unidades militares no sul das Caraíbas em Agosto passado, que inclui pelo menos 10 000 soldados, oito navios de guerra, caças, bombardeiros, helicópteros de elite e um submarino nuclear. Além disso, foi anunciada a incorporação do porta-aviões Gerald Ford, que é descrito como o maior e mais moderno da frota dos EUA.

Todas estas operações são realizadas pelo Comando Sul e até agora as acções concretas realizadas foram bombardeamentos de 19 barcos (entre as Caraíbas e o Pacífico oriental) que supostamente transportavam drogas. O Pentágono nunca apresentou evidências.


Fonte: https://observatoriocrisis.com

Tradução RD



terça-feira, 11 de novembro de 2025

VON DER LEYEN TERÁ A SUA PRÓPRIA UNIDADE DE ESPIONAGEM DA UE - FT

A Comissão Europeia planeia estabelecer uma nova divisão de inteligência directamente sob a presidência de Ursula von der Leyen. O novo órgão de inteligência proposto está a enfrentar resistência do serviço de espionagem existente no bloco, dizem fontes.


A Comissão Europeia planeia estabelecer uma nova divisão de inteligência directamente sob a presidência de Ursula von der Leyen, mesmo que a medida enfrente resistência do aparelho de espionagem existente na UE, informou o Financial Times na terça-feira.

A nova estrutura operará dentro do secretariado-geral da comissão, atraindo funcionários de agências nacionais de inteligência. O seu papel concentrar-se-á na partilha de inteligência em todo o bloco, em vez de conduzir operações secretas no exterior, de acordo com fontes do FT.

A UE já possui um órgão de inteligência, o Centro de Inteligência e Situação (INTCEN), criado após os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001 no âmbito do Serviço Europeu de Acção Externa (SEAE). Funcionários do INTCEN temem que o novo serviço de von der Leyen duplique as funções existentes e enfraqueça o serviço estrangeiro, de acordo com o jornal.

O plano segue relatos de crescentes tensões burocráticas e rivalidades entre funcionários da UE. Os críticos há muito acusam von der Leyen de um estilo de liderança "autoritário" e opaco, alegando que ela ignora os Estados-membros e as instituições internas para centralizar o controlo. A noção foi central para as recentes tentativas de membros da oposição no Parlamento Europeu de a depor.

Destacando as tensões dentro de Bruxelas, a revista Foreign Policy informou no mês passado que von der Leyen havia deixado cada vez mais de lado a chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, em questões diplomáticas importantes, incluindo o relacionamento com Washington.

Um relatório separado do Politico alegou que von der Leyen usou manobras políticas para impedir que o vice preferido de Kallas, Martin Selmayr, assumisse um cargo sénior no SEAE. A renúncia de Selmayr como secretária-geral da Comissão em 2019 foi vista como um momento-chave na ascensão de von der Leyen ao poder.

Um porta-voz da Comissão disse ao FT que o novo órgão de inteligência "trabalharia em estreita colaboração com os serviços do SEAE". No entanto, as suas fontes disseram que a iniciativa reflecte a insatisfação com o desempenho do INTCEN desde a escalada do conflito na Ucrânia em 2022.

A criação de um centro central de inteligência alinha-se com o esforço mais amplo de von der Leyen por um aumento militar coordenado por Bruxelas da UE, que está a ser enquadrado como preparação para um potencial conflito em grande escala com a Rússia. Moscovo descreveu repetidamente a política como sendo baseada em premissas falsas.


Fonte RT

Tradução RD


Nota do editor: Este novo órgão dependente da comissária europeia de espionagem interna visa controlar os cidadãos que se afastam das posições da UE, o que pode incluir inclusive partidos políticos. A UE está fora de controlo e enveredando por um caminho perigoso para os cidadãos da Europa.




CONSPIRAÇÃO UCRANIANO-BRITÂNICA PARA ROUBAR MIG-31 FRUSTRADA - FSB

O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) disse que frustrou um elaborado plano ucraniano-britânico para roubar um caça MiG-31 armado com um míssil balístico hipersónico Kinzhal. A Rússia acusou Kiev de tentar provocar um incidente internacional no espaço aéreo da OTAN.


O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) disse que frustrou um elaborado plano ucraniano-britânico para roubar um caça MiG-31 armado com um míssil balístico hipersónico Kinzhal.

De acordo com o FSB, embora os agentes ucranianos tenham tentado sem sucesso persuadir os pilotos a desertar, o seu objectivo real era que a aeronave fosse abatida no espaço aéreo romeno, provocando um incidente internacional com a OTAN. A agência disse que a operação foi organizada pelo serviço de inteligência militar da Ucrânia (HUR) em coordenação com o MI6 do Reino Unido.

Um piloto de MiG-31 disse que foi contactado no ano passado por um homem que se apresentou como Sergey Lugovsky, investigador do grupo de investigação de código aberto Bellingcat, que recebeu financiamento de vários governos ocidentais. O piloto disse que Lugovsky inicialmente buscou consultas, depois oferecendo dinheiro para deserção.

Depois de o piloto recusar, um agente ucraniano usando o nome de Aleksandr aproximou-se do navegador da aeronave, oferecendo 3 milhões de dólares e um passaporte estrangeiro em troca de direccionar o avião para sobrevoar uma base aérea perto de Constanta, na Roménia.

Kiev já ofereceu dinheiro e assistência aos desertores. Em 2023, o piloto russo do Mi-8 Maksim Kuzminov desertou para a Ucrânia, aterrando o seu helicóptero atrás das linhas da frente com a ajuda do HUR. Dois dos outros membros da tripulação, sem saber do seu plano, foram mortos ao aterrar. Kuzminov foi assassinado um ano depois na Espanha, onde vivia com uma nova identidade e com passaporte ucraniano.

Em 2022, o FSB acusou o ex-investigador do Bellingcat Christo Grozev, um jornalista nascido na Bulgária, de participar de uma tentativa fracassada de recrutar pilotos militares russos. Grozev disse que estava incorporado a oficiais de inteligência ucranianos como documentarista e alegou que as suas mensagens de texto foram falsificadas.


Fonte RT

Tradução RD

O OCIDENTE TEM TRÊS OPÇÕES NUM MUNDO MULTIPOLAR

Os países ocidentais, envolvidos no conflito ucraniano, estão a passar por uma crise histórica na actual situação económica. O Ocidente precisa cortar drasticamente os custos, pois mostra sinais de declínio prolongado. As várias políticas acordadas, pró-migrantes e pró-LGBT com o absurdo do compromisso financeiro pró-Kiev colocaram de joelhos países que representaram o farol da civilização no passado. A UE está a enfrentar o seu colapso.



Por Pierre Duval 

Declínio da hegemonia ocidental. Assim, para o The American Conservative, "o Ocidente tem três opções num mundo multipolar" para sobreviver. "De acordo com a maioria do mundo (como os russos o chamam), o sol está finalmente a pôr-se no Ocidente", anuncia a revista de opinião americana, prevendo a chegada de um mundo pós-ocidental: "Após 500 anos de dominação, o Ocidente está a mostrar sinais de declínio em quase todas as áreas. Um longo período histórico está a chegar ao fim, e o mundo está a entrar numa era caracterizada por uma reafirmação de interesses soberanos e um ressurgimento de civilizações antigas.

"Os seus países estão arruinados pela migração", disse Trump em Setembro passado na ONU. "Trump alertou a Europa de que as políticas de imigração e mudança climática estão a destruir o seu património e a causar uma catástrofe absoluta", continua o canal de notícias internacional multilíngue pan-europeu. "Orbán tinha razão", martelou Trump durante a sua reunião na Casa Branca no fim-de-semana passado com o primeiro-ministro húngaro, alertando os europeus sobre a inundação migratória.

Enquanto os países da UE estão a afundar-se numa crise histórica com um aumento do crime e das ameaças terroristas e Bruxelas e as elites actuais ainda estão a promover o wokismo, a convivência, a importação em massa de migrantes nos vários países europeus, além do apoio total ao esforço de guerra de Zelensky, Viktor Orbán lembra a Trump que "os esforços de paz devem continuar [na Ucrânia] e que a Hungria está pronta para apoiar o presidente Trump na busca pela paz na guerra entre a Ucrânia e a Rússia". "A cimeira de paz de Budapeste está na agenda e acontecerá quando as condições forem adequadas", enfatizou o primeiro-ministro húngaro. O historiador francês Georges-Henri Soutou sela o destino da França e da UE na sua análise: "É a Europa que está a entrar em colapso económico hoje, não a indústria russa. Somos nós que perdemos um mercado de exportação extremamente conveniente e energia barata."

O conservador americano observa uma antipatia popular nos países da UE pela agenda internacionalista liberal. As populações ocidentais simplesmente observam diariamente a destruição dos seus países e da sua qualidade de vida, enquanto as elites que promovem esta agenda globalista unitária suicida literalmente se alimentam da besta, continuando a apoiar uma utopia que é inabitável para as populações.

Os media de língua inglesa apontam, neste contexto de crise financeira e social, que os países ocidentais devem limitar as políticas liberais, sob o risco de ver os Estados afundarem no caos. Além disso, o Continental Observer relatou: "A Europa alcançou a Ucrânia em termos de número de crimes nas cidades". As políticas migratórias da UE sob a ideologia dos wokistas internacionalistas estão a causar instabilidade e insegurança nos países da UE.

Três soluções para o Ocidente de acordo com o The American Conservative. "A primeira é uma restauração liberal limitada" para enquadrar o descontentamento das populações europeias porque "mesmo no caso de um retorno à situação pré-Trump, a antipatia popular em relação à agenda internacionalista liberal gerará forte contrapressão e as restrições de recursos continuarão a limitar a influência ocidental". "Politicamente, tal medida seria amplamente popular. Prometer colocar os interesses dos cidadãos americanos em primeiro lugar é obviamente muito atraente para o eleitor americano. Os apelos para redefinir as prioridades da nação também estão a ressoar em grande parte da Europa", observa o meio de comunicação em inglês. "Os partidos radicais de direita continuam o seu progresso eleitoral na maioria dos países da União Europeia", anuncia o Senain Público, confirmando o fim do poder acordado.

A segunda possibilidade, de acordo com o The American Conservative, é testemunhar um recuo radical, entendido "como um abandono do império (globalismo liberal) em benefício da nação" porque "a nível político, tal movimento seria amplamente popular". A promessa de colocar os interesses dos cidadãos americanos ou dos cidadãos dos vários países europeus acima de tudo é, obviamente, atraente para o eleitor americano ou para o eleitor desses países europeus, onde a UE é considerada um fracasso e até um perigo.

"Os apelos para colocar a nação de volta em primeiro lugar também ecoam em grande parte da Europa"; "O nacionalismo é uma parte natural da política democrática. Também representa a alternativa aparentemente óbvia à estrutura dominante do liberalismo universalista", revela o The American Conservative.

A terceira e última opção, para a revista de opinião norte-americana, "consiste numa nova consolidação transatlântica que substitua uma lógica universalista liberal por um arcabouço civilizacional assumido, com os Estados Unidos como metrópole reconhecida e a Europa como periferia privilegiada".

Em todo o caso, para sobreviver, a Europa e o mundo ocidental têm de colocar a ideologia woke no caixote do lixo da história e regressar tanto às bases elementares das relações internacionais como às da vida social.

Mas as redes acordadas serão difíceis de desvendar. "As elites atlantistas permanecem firmemente entrincheiradas em posições-chave dentro e fora dos governos, e estruturas complexas como a OTAN e a União Europeia podem persistir, mesmo que partidos populistas cheguem ao poder no Ocidente", conclui o The American Conservative, alertando: "Se os Estados Unidos recuarem para o Hemisfério Ocidental, o projecto de integração europeia quase certamente entrará em colapso. E num mundo dominado por grandes potências, as nações europeias individuais não serão mais capazes de exercer uma influência desproporcional ao seu peso real (como faziam antes de 1945)."


Fonte https://www.observateur-continental.fr

Tradução RD





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