LIÇÕES APRENDIDAS COM O OCIDENTE DESTRUÍDO PELA IMIGRAÇÃO
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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

LIÇÕES APRENDIDAS COM O OCIDENTE DESTRUÍDO PELA IMIGRAÇÃO

A mesma coisa está a acontecer agora com a União Europeia e os globalistas. Eles acreditam que mais imigração é melhor; que a imigração deve ser tratada com ainda mais imigração, estupidez com ainda mais estupidez, e perversões com ainda mais perversões. Eles tratam a degeneração da sua própria actividade mental com uma prótese na forma de inteligência artificial.


Por Aleksandr Dugin

O mundo ocidental está em desmoronamento. Enquanto a União Europeia e os globalistas tentam operar num "mecanismo de degradação em fases", os eleitores americanos levantaram-se. E agora são também os europeus que se levantam. Para onde isto conduzirá e o que deve fazer a Rússia?

O governo Starmer na Grã-Bretanha e os liberais na União Europeia representam o cerne da ideologia liberal, insistindo na sua visão apesar do estado real do mundo. Sob este aspecto, assemelham-se aos detentores do poder no final da União Soviética, quando a elite do partido e o governo soviético continuavam a basear-se em modelos teóricos que contrastavam fortemente com a realidade. Em vez de tentar conciliar as suas noções — talvez parcialmente correctas — com a realidade — uma realidade que evolui segundo as suas próprias leis e ritmos, exigindo novas soluções — começaram a insistir nas suas ideias como se representassem a verdade última. E, no fim, tudo desmoronou.

O filósofo Nick Land introduziu o termo "catraca degenerativa" (uma referência ao mecanismo do pinhão degradante). Eu chamo-lhe "república": sistemas políticos e sociais que, uma vez autónomos e deixados a si mesmos, sem impulsos externos, inevitavelmente terminam numa única coisa: declínio, colapso, crise e degradação. Qualquer sistema ressequido baseado num algoritmo ideológico que perdeu a sua conexão com a realidade — o que se chama verificação da realidade — inevitavelmente acabará numa catraca no processo de deterioração.

No fim, resta apenas um caminho: a acumulação de uma massa crítica de erros. Uma decisão má conduz a outra; depois do terceiro, vêm o quarto, o quinto e o sexto. Toda decisão má é seguida por uma decisão ainda pior. Tudo isto faz parte de conceitos ideológicos, mas entra em absoluto conflito com a realidade. A União Soviética desmoronou precisamente por esta razão: o mecanismo de catraca da ideologia soviética atingiu um ponto crítico, recusando-se em todas as circunstâncias a adaptar-se à realidade ou responder aos seus desafios. Com esta república degenerativa, o nosso país, infelizmente, também entrou em colapso.

A mesma coisa está a acontecer agora com a União Europeia e os globalistas. Eles acreditam que mais imigração é melhor; que a imigração deve ser tratada com ainda mais imigração, estupidez com ainda mais estupidez, e perversões com ainda mais perversões. Eles tratam a degeneração da sua própria actividade mental com uma prótese na forma de inteligência artificial. Este é o mecanismo de catraca da república. Qualquer modelo político secular, mais cedo ou mais tarde, termina num colapso deste tipo.

Este colapso está a acontecer agora no mundo ocidental. Os eleitores americanos posicionaram-se contra isso, e agora os eleitores europeus estão a levantar-se em resposta. Ainda assim, os líderes políticos europeus — os liberais — insistirão até ao fim em preservar e promover os seus modelos totalmente ineficazes. Eles nomearão imigrantes como curadores da imigração, incentivarão imigrantes ilegais, receberão muçulmanos e deixarão cristãos de lado. Por outras palavras, qualquer acção absurda que possa ser imaginada certamente será implementada pela União Europeia.

Estamos a testemunhar uma demonstração clara do mecanismo de catraca que conduz à degeneração. E se não animarmos o nosso próprio Estado, o nosso sistema político, com significados emanados de uma ordem superior, com objectivos mais elevados, sacralidade e espírito, chegaremos ao mesmo ponto. Deixar um sistema político sozinho inevitavelmente conduz exactamente para onde estamos hoje. Especialmente porque, infelizmente, somos oficialmente uma república — o que significa que estamos condenados à mesma degeneração que os países ocidentais. Embora, obviamente, eles estejam muito mais avançados neste caminho do que nós.

Perante isto, é importante compreender o que está a acontecer com a imigração islâmica nos países ocidentais. Os globalistas fazem uma distinção clara entre o Islão nos seus países tradicionais e a imigração islâmica. Eles estão a travar guerra contra o ISIS — invadindo, bombardeando e demonizando-os no cenário internacional. Mas as diásporas islâmicas no Ocidente, por outro lado, são recebidas de braços abertos — especialmente os grupos mais radicais, desenraizados e fortemente criminalizados, que deram ao Islão uma imagem muito má, uma paródia do Islão, na Europa e noutros lugares.

Por outras palavras, os globalistas têm dois pesos e duas medidas. Muçulmanos que vivem nos seus próprios países são "maus". Muçulmanos que vêm para países ocidentais são "bons". Porque eles distorcem a sua própria tradição, que é preservada nos seus países de origem, e destroem as tradições dos outros povos entre os quais se estabelecem. Países muçulmanos são retratados como inimigos; as diásporas muçulmanas, por outro lado, são vistas como aliadas dos globalistas.

A Inglaterra é um exemplo de escola nesta área. Starmer — cuja popularidade agora está quase nula — está a adoptar políticas que muitos vêem como acelerando o declínio da Inglaterra, e suspeito que o seu destino político reflectirá isso. Figuras como ele podem finalmente enfrentar um ajuste severo de contas por parte dos seus próprios cidadãos — figuras como o activista de direita Tommy Robinson já incorporam esta crescente reacção negativa. Esta trajectória é previsível, e as comunidades muçulmanas incorporadas ao projecto globalista só vão amplificar o caos, dado o papel disruptivo que lhes é atribuído nesta agenda globalista.

Mas o que deve isto ensinar-nos, russos? Primeiro, os países muçulmanos devem ser nossos amigos, e os muçulmanos que vivem nos seus territórios tradicionais — nas suas áreas povoadas — são pessoas maravilhosas — portadores da tradição. Em segundo lugar, quando começam a espalhar-se excessivamente e sem motivos sérios como uma espécie de micélio fúngico noutras sociedades, é preciso combatê-los. Por outras palavras, devemos ser amigos e aliados dos muçulmanos e dos países islâmicos, enquanto reduzimos a imigração islâmica ao máximo.

Quanto aos nossos muçulmanos tradicionais e indígenas — como tártaros, chechenos e outros povos do Cáucaso — eles são inteiramente nossos próprios povos. Esta é outra questão; eles são simplesmente um de nós. Mas os muçulmanos estrangeiros que vêm ao nosso país devem adoptar os nossos costumes ou voltar para os seus países de origem, amigos.

Não devemos temer ofender alguém como Emomali Rahmon(1) deportando todos os imigrantes tajiques ilegais da Rússia. Tudo deve ser o mais rigoroso possível. Aqueles que querem tornar-se como nós são nossos amigos. Quem não quer, quem quer usar todo o tipo de adereços estranhos — por favor, volte para casa. Em casa, pode fazer o que quiser. Vista o que quiser. Vamos tratá-lo com grande respeito, amor, amizade, reverência e parceria estratégica — mas somente quando regressar ao seu país. Se está aqui, torne-se como nós.

A nossa tarefa, portanto, é fazer exactamente o oposto do que Starmer está a fazer na Grã-Bretanha e outros globalistas na União Europeia: fazer amizade com países islâmicos, apoiá-los e simplesmente parar a imigração islâmica, reduzi-la a zero. Claro, isso exclui os nossos próprios muçulmanos, que vivem na sua própria terra natal e respeitam as nossas leis.


Fonte: geopolitika.ru via https://strategika.fr

(Traduzido do russo para o francês e do francês para o português europeu)

(1) Nota do tradutor: Emomali Rahmon é o Presidente do Tajiquistão, no cargo desde 1994. Nos últimos anos, ele reclamou publicamente do tratamento dado aos trabalhadores migrantes tajiques na Rússia.





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