COREIA DO NORTE ANUNCIA QUE ESTÁ EM "ESTADO DE GUERRA" COM O SUL
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domingo, 31 de março de 2013

COREIA DO NORTE ANUNCIA QUE ESTÁ EM "ESTADO DE GUERRA" COM O SUL

COREIA DO NORTE ANUNCIA QUE ESTÁ EM "ESTADO DE GUERRA" COM O SUL
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Norte-coreanos fazem manifestação de apoio ao governo do país nesta sexta-feira (29) (Foto: Jon Chol Jin/AP)


SEUL — O governo da Coreia do Norte anunciou neste sábado que está em "estado de guerra" com a Coreia do Sul, em uma nova ameaça que gerou uma onda de reações críticas e apelos por moderação para evitar uma catástrofe na problemática península coreana.

"A partir de agora, as relações intercoreanas estão em estado de guerra e todas as questões entre as duas Coreias serão tratadas segundo o protocolo adaptado à guerra", declarou o governo da Coreia do Norte em um comunicado atribuído a todos os organismos oficiais.

"A situação que prevalece há muito tempo, segundo a qual a península coreana não está em guerra e nem em paz, acabou", afirmou o texto divulgado pela agência oficial de notícias norte-coreana, KCNA.

O comunicado também adverte que qualquer provocação militar próxima às fronteiras terrestres ou marítimas entre o Norte e o Sul levará a "um conflito em grande escala e a uma guerra nuclear".
O governo também ameaçou fechar o complexo industrial binacional com a Coreia do Sul da localidade de Kaesong, a 10 quilômetros da fronteira.

O anúncio de Pyongyang é a mais recente de uma série de ameaças da Coreia do Norte, recebidas com duras advertências pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos e que preocupam o mundo.

Na sexta-feira, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenou o início dos preparativos para atacar com mísseis o território dos Estados Unidos e suas bases no Pacífico e na Coreia do Sul, em resposta aos voos de treinamento de bombardeiros americanos B-2, invisíveis a radares.

Em caso de provocação imprudente dos Estados Unidos, as forças norte-coreanas "deverão atacar sem piedade o (território) continental americano (...), as bases militares do Pacífico, incluindo Havaí e Guam, e as que se encontram na Coreia do Sul", declarou Kim, citado pela agência oficial.

Rússia pede "responsabilidade e moderação"

Em Seul, o Ministério de Unificação afirmou que as ameaças do Norte não são novas, e sim "mais um elemento em uma série de ameaças provocadoras".

Já o Ministério da Defesa sul-coreano indicou que não era observado movimento de tropas norte-coreanas perto da fronteira.

Os Estados Unidos declararam imediatamente após o anúncio que levam a sério estas novas ameaças.
"Vimos as informações sobre uma nova declaração não construtiva da Coreia do Norte. Levamos estas ameaças a sério e estamos em contato direto com nosso aliado sul-coreano", disse Caitlin Hayden, porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, na Casa Branca.

Por sua vez, a Rússia pediu neste sábado responsabilidade máxima e moderação das partes na península coreana para evitar que a escalada de tensões se torne um conflito armado.

"Esperamos que todas as partes mostrem responsabilidade máxima e moderação, e que ninguém cruze uma linha depois da qual não seja possível voltar atrás", disse Grigory Logvinov, responsável pela península coreana na chancelaria russa, citado pela agência Interfax.

Já a chancelaria francesa emitiu uma nota na qual pediu encarecidamente à Coreia do Norte que evite "novas provocações, que cumpra com suas obrigações internacionais, sobretudo no âmbito das resoluções pertinentes das Nações Unidas, e retome rapidamente o caminho do diálogo".

E o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, publicou um artigo no periódico Bild no qual pediu que a Coreia do Norte pare de brincar com fogo, reiterando a solidariedade da Alemanha com a Coreia do Sul.

A China já havia pedido na sexta-feira às partes interessadas "que façam esforços coletivos para resolver a situação".

"A paz e a estabilidade na península coreana são benéficas para todos", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Lei.

Tecnicamente, as duas Coreias seguem em guerra desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com um armistício, e não com um tratado de paz.

A anulação do cessar-fogo abre, teoricamente, o caminho para uma retomada das hostilidades, mas, segundo os observadores, esta não é a primeira vez que a Coreia do Norte anuncia o fim do armistício.

O armistício foi aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, e a ONU e a Coreia do Sul rejeitam uma retirada unilateral deste acordo por parte do Norte.

Na quinta-feira, em um contexto de escalada de tensões, dois bombardeiros B-2 sobrevoaram a Coreia do Sul, em uma forma de os Estados Unidos ressaltarem sua aliança militar com Seul em caso de agressão do Norte.

Pouco depois, o secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, disse que os Estados Unidos estão preparados para enfrentar qualquer eventualidade.

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