NELSON MANDELA - 1918/2013
A História de Nelson Mandela
Mandela foi, durante muitos anos, ex-líder político a favor dos rebeldes e é hoje ex-presidente da África do Sul, exercendo essa função de 1994 a 1999. Este é graduado em Direito, fazendo do mesmo um Advogado por natureza.
Foi o
principal representante sobre o movimento que lutava contra a regra
política imposta pelo governo na África do Sul que separava a raça
branca da raça negra, mais conhecido como o Apartheid, foi um activista,
sabotador, antes e durante a sua prisão e foi ainda um guerreiro nativo
perante a sua nação, defendendo os seus ideais e do seu país.
Apesar de este ser um nacionalista que apenas lutava pela liberdade, não só do povo Sul-Africano mas também de quem lá habitava, era ainda assim para muitos considerado um terrorista de alto nível, principalmente para o governo que comandava na altura.
Durante bastantes e árduos anos, Mandela não baixou a cabeça perante o que vinha a estabelecer para o país durante tantos anos. Valendo-lhe estas batalhas, um prémio Nobel da Paz em 1993.
Nelson viveu basicamente toda a sua infância numa região chamada Thembu, antes de ter escolhido seguir a carreira de Direito. Em 1990 foi ainda atribuído o Prémio Lênin da Paz, que foi recebido anos depois, em 2002.
Este é ainda conhecido pelo seu país como “Madiba”, titulado assim pelos membros do clã Mandela.
Biografia de Nelson Mandela
Nelson Mandela proveniente da etnia Xhosa, nasceu num pequeno vilarejo de Qunu, distrito de Umtata, na região de Transkei. Logo aos seus sete anos de idade Nelson torna-se o primeiro membro de toda a sua família a frequentar uma escola, onde lhe foi o nome inglês Nelson. Logo após a sua entrada para a escola, pouco tempo depois, o seu pai morre e Nelson Mandela foi para uma escola próxima do palácio do Regente. Seguindo sempre as tradições Xhosa, Nelson foi inserido na sociedade aos 16 anos de idade, ido assim para o Instituto Clarkebury, onde estudou a Cultura Ocidental.
No ano de 1934, Mandela muda-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e foi ali que ganhou interesse no boxe e nas corridas. Após fazer a sua matrícula, começou o curso para se formar em Direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu os seus compatriotas Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.
No final do seu primeiro ano, Nelson envolve-se no movimento de estudantes, num boicote contra as políticas universitárias, tendo acabado por ser expulso da universidade. Após a sua expulsão da faculdade Nelson foi para Johanesburgo, onde terminara a sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA), por intermédio de correspondência. Continuo assim os estudos de Direito na Universidade de Witwatersand.
Sendo Nelson um jovem estudante de Direito, este veio a envolver-se na oposição do regime de Apartheid, que por sua vez negava à raça negra, que era a população maioritária, a mestiços e Indianos os seus direitos políticos, sociais e económicos. Juntou-se ainda ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois junta-se com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros amigos que veio a formar durante a sua formação e forma a Liga Jovem do CNA.
Nelson Mandela casou por 3 vezes. A sua primeira esposa foi Evelyn Ntoko Mase, a qual veio a divorciar-se em 1957 após 13 anos de casados. Pouco depois casou-se com Winnie Madikizela, e ficaram casados por 38 anos, divorciando-se assim em 1996, com as divergências políticas entre o casal virem a público. Com 80 anos e no seu aniversário, Nelson Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente Moçambicano.
Winnie Madikizela foi a esposa que acompanhou todo o processo de prisão de Nelson Mandela, estando ela casada antes, durante e após a sua prisão. Sendo que dos 38 anos de casados, 27 foram passados à distância praticamente sem se verem.
Nelson Mandela Durante a sua Prisão
Mandela foi preso em Agosto de 1962 e recebeu como sentença 5 anos de prisão, sendo esta detenção feita por Mandela viajar ilegalmente até ao exterior e incentivar o povo a aderir a greves.
Em 1967, Nelson Mandela volta a ser sentenciado novamente, mas desta vez a sentença atribuída foi de prisão perpétua. Importante referir que este escapara a uma pena de enforcamento por planear acções armadas, sabotagem e conspirações para ajudar outros países a invadir a África do Sul, apesar de ter sido negado por Nelson Mandela.
Nesta altura, 20 milhões indivíduos de raça negra eram totalmente dominados por apenas 4 milhões de indivíduos de raça branca durante o brutal e criminoso regime de Apartheid.
Ainda nesta altura, os indivíduos de raça negra não possuíam qualquer direito de votação, direito a propriedades transacções, casas, nem educação. Não podendo assim qualquer individuo possuir uma moradia, um terreno, ou outras propriedades como um carro ou uma mota. Sendo praticamente impossível um jovem descendente de raça negra poder ingressar à faculdade. Para isto acontecer, teriam de acontecer grandes feitos por parte da família.
Determinado a manter o poder, o governo elimina a existência de muitos partidos políticos liderados por negros, enviando os mesmos para a prisão com penas de prisão perpétua. Estas penas eram cumpridas na famosa e conhecida Ilha de Robben.
Esta ilha era uma prisão, de alta segurança e isolada do povo para que ninguém soubesse o que se passava nestas instalações. Nesta mesma altura, mesmo na prisão nunca eram misturados indivíduos de raça negra com indivíduos de raça branca. Cada raça era posta em prisões diferentes.
Guardas prisionais ou polícias que seguiam este tipo de profissão, caso fossem escolhidos para ir trabalhar para a Ilha de Robben, eram-lhes dadas casa e salário para poderem habitar e viver na própria ilha onde trabalhavam. Nesta altura a mulher não exercia qualquer tipo de função, sendo que eram praticamente todas donas de casa, fazendo assim o salário que o marido ganhava como guarda prisional o único salário em casa.
Mandela não mantinha qualquer contacto com o povo enquanto esteve preso na Ilha de Robben. Pois nesta prisão era expressamente proibido aos reclusos falarem de política, do país ou da sua situação, ou de assuntos que fossem ligados a comunismo e ao governo, com as suas visitas. Sendo que estas visitas eram acompanhadas pelos guardas prisionais, caso estas regras fossem quebradas, a visita teria fim imediato.
Mandela era visto como o maior criminoso existente no país. Estando ligado ao ANC (Congresso Nacional Africano), que lutava para estabelecer a paz e liberdade no país, independentemente de quem lá habitasse, e que era a favor do nacionalismo e do bem para com a pátria. Esta regra seria então praticada para todas as raças.
Nelson Mandela tinha muitas dificuldades em saber como estava o povo e o que se passava no seu país, tendo em conta o controlo das visitas e das cartas, que por suas vez também eram inspeccionadas antes de entregar aos reclusos seguindo as mesmas regras que eram aplicadas nas visitas, estas cartas eram enviadas, uma de 6 em 6 meses, com o máximo de 500 palavras por carta e as visitas tinham o mesmo método, uma visita de 6 em 6 meses, podendo falar num prazo máximo de 30 minutos, caso não fossem infringidas as regras impostas para as visitas.
Na África do Sul eram, antigamente e nos dias de hoje, faladas duas línguas. O Xhosa e o Inglês. Tendo em conta esta situação, dentro da prisão, eram necessários guardas que soubessem falar a língua do Sul-Africanos. Contudo, era quase impossível encontrar um guarda prisional de raça branca que soubesse ambos os dialectos. Quando encontraram um, destacaram-no como guarda prisional privado de Nelson Mandela, este estava encarregue de transmitir ao Governo tudo o que Mandela falava que não fosse em inglês. Importante referir que isto custou-lhe a vida de um filho, que estima-se ter sido assassinado pelo Governo derivado às informações reveladas por este guarda.
O filho de Nelson morreu num acidente de viação ao cair de uma ponte. Contudo, nunca ninguém descobriu se foi realmente acidente, se foi planeado pelo Governo este tipo de acção. Tendo em conta que o governo estava em guerra com o próprio Nelson Mandela, fazendo de tudo para que este ordenasse ao povo para parar de lutar.
Enquanto prisioneiro, Nelson Mandela pediu, através da sua mulher, para o seu pessoal aliado aumentasse a luta armada para que o país se tornasse ingovernável. Pois enquanto o país era governado pelos descendentes brancos, os de raça negra mal podiam andar na rua descansados sendo estes abordados em qualquer lugar, na rua, na loja, em casa, etc. Quando abordados, eram pedidos os seus passaportes, caso não tivessem consigo tal documento seriam torturados à vista de todos. O que acabava por instalar o caos na cidade.
Estes guardas não faziam escolha de adultos e crianças, eram torturados independentemente da sua idade. Havendo até, cenários de bebés envolvidos nestas torturas, deixando-os cair ao chão como se fossem pessoas mais velhas.
Ideais de Nelson Mandela
Nelson Mandela apresentava-se como opositor referente ao regime aplicado pelo estado, Apartheid, que era como uma linha imaginária entre a raça negra e a raça branca. Estes não podiam ser misturados nem partilhar ideias sobre política, socialismo, economia e até direitos. Fez-se assim aliado do Congresso Nacional Africano, conhecido na altura como o ANC. Tendo fundado uma instituição chamada NCA/ANC com o seu amigo Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, esta era uma organização mais jovem e dinâmica para lutar contra este regime e declarar paz e liberdade para todos os povos.
Anos depois, após a sua eleição para o Partido Nacional Africânder, no qual exercia a função de promotor da política da segregação racial, Mandela adere ao Congresso do Povo, sendo percursor do ANC, divulga assim a Carta da Liberdade, documento que continha informações secretas para com o povo. Esta exigia liberdade para todos os que habitassem a África do Sul, fossem de raça negra ou branca, exigia que as riquezas do país fossem distribuídas pelo povo, que a escolaridade a nível de faculdade fosse obrigatória para os mais novos, mantendo a mentalidade que só assim os jovens seriam alguém na vida, exigindo paz entre os povos entre outras exigências.
Mandela e os seus compatriotas decidiram recorrer à luta armada após o sangrento e violento massacre imposto pela parte dos brancos, sendo conhecido como o Massacre de Sharpeville, ocorrido em 21 de Março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou contra os manifestantes negros, estando estes desarmados. Foram mortas 69 pessoas e 180 foram feridas gravemente.
Após um ano, a seguir ao massacre, Nelson torna-se comandante do braço armado do ANC, o conhecido Umkhonto we Sizwe, que significa “Lança da Nação”, fundado por esse e por outros membros.
Mandela coordenou assim uma campanha de sabotagem contra alvos militares do governo, fazendo ainda planos para uma possível guerra caso a sabotagem falhasse em acabar com o regime de Apartheid. Viajou ainda com para o exterior na tentativa de angariar fundos para o MK, criando assim condições para treinos e actuação paramilitar do grupo por si criado.
Nelson Mandela Após a Sua Prisão
Nelson Mandela foi libertado, após várias transferências entre as diversa prisões que existiam na África do Sul. Sendo que todas as prisões em que passou eram consideradas de alta segurança. Quanto ao dia da sua libertação, Mandela foi escoltado até à saída da sua última prisão, que era mais confortável e com as condições iguais as de uma casa de habitação, apenas sem família e mulheres, apenas reclusos. Foi assim escoltado pelos seus guardas prisionais particulares, que tinham sido atribuídos para este tipo de trabalho, até à saída. Onde saiu de cabeça erguida e em paz, como se nunca se imaginasse que tivesse prendido por praticamente 3 décadas da sua vida.
Sorrindo e caminhando em direcção ao povo que o aguardava no exterior da prisão, foi assim que Nelson Mandela saiu. Aplaudido e bem recebido por todos os membros presentes nesse dia. Certamente um dia marcante para o povo e para as noticias a nível mundial.
Sendo importante referir que Mandela rejeitou variadas vezes a sua libertação em regime de liberdade condicional derivado aos pedidos que lhe eram feitos para que ordenasse ao povo e aos seus aliados para terminarem com a luta contra os seus direitos e os direitos do país. A última vez que rejeitou esta proposta foi em Fevereiro de 1985, tendo Mandela continuado preso até Fevereiro 1990, quando a campanha do ANC e a pressão internacional conseguiram que este fosse libertado em 11 de Fevereiro, por ordem do novo Presidente Frederik Willem de Klerk. Tendo ainda retirado o ANC da lista de ilegalidades.
Nelson recebe o prémio Internacional Al-Gaddafi de Direitos Humanos em 1989. Em 1993, juntamente com Klerk, recebe o prémio Nobel da Paz, pelos esforços desenvolvidos no sentido de encerrar a guerra entre os povos e a discriminação racial na África do Sul, naquelas que foram as primeiras eleições multirraciais do país. Mandela cercou-se, para governar, de personalidades do ANC, mas também de representantes de linhas políticas.
Curiosidades Sobre Nelson Mandela
Em 1994 Nelson Mandela tornou-se o primeiro Presidente de raça negra da África do sul, quatro anos após a sua libertação. Onde governou o seu país até 1999, sendo o maior responsável pelo fim do regime de racismo existente na África do Sul e ainda pela reconciliação dos grupos internos.
Chegando ao fim do seu mandato de presidente, Nelson Mandela afastou-se da política dedicando-se a causas de variadas organizações sociais em prol dos direitos humanos. Onde, até à data, recebeu diversas homenagens e congratulações internacionais pelo reconhecimento da sua vida e da luta pelos direitos sociais.
Desde o ano de 2010, começou a ser celebrado a 18 de Julho de cada ano, o dia Internacional de Nelson Mandela. A data foi definida pela Assembleia Geral da ONU e corresponde ao dia do seu nascimento.
No decorrer da sua prisão, os 27 anos que Nelson Mandela ficou preso, tornou-se de tal forma associado à oposição do Apartheid que o povo clamava a frase “Libertem Nelson Mandela”, o que acabou por se tonar o lema das campanhas antiapartheid em vários países do mundo.
Nelson Mandela quando foi libertado tinha nada mais, nada menos do que 72 anos de idade. Mandela passou quase 3 décadas da sua vida na prisão como esforço para com o seu país.
Mandela fez alguns pronunciamentos, em 2003, atacando assim a política extrema do presidente norte-americano George Bush. Ao mesmo tempo, Nelson anuncia o seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS, na qual deu o nome de “46664”, número de presidiário enquanto o seu mandato na prisão.
Em Junho de 2004, aos 85 anos de idade, Nelson Mandela anunciou a sua retirada referente à vida pública. Fez apenas uma excepção, no entanto, pelo seu compromisso em lutar contra a AIDS.
O ex-presidente Sul-Africano comemorou o seu 90º aniversário em Londres em 2008, onde estiveram presentes diversas estrelas, celebridades e artistas que estiveram presentes na altura da guerra pelos direitos na África do Sul, ou que acompanharam o sucedido.
No ano de 1934, Mandela muda-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e foi ali que ganhou interesse no boxe e nas corridas. Após fazer a sua matrícula, começou o curso para se formar em Direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu os seus compatriotas Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.
No final do seu primeiro ano, Nelson envolve-se no movimento de estudantes, num boicote contra as políticas universitárias, tendo acabado por ser expulso da universidade. Após a sua expulsão da faculdade Nelson foi para Johanesburgo, onde terminara a sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA), por intermédio de correspondência. Continuo assim os estudos de Direito na Universidade de Witwatersand.
Sendo Nelson um jovem estudante de Direito, este veio a envolver-se na oposição do regime de Apartheid, que por sua vez negava à raça negra, que era a população maioritária, a mestiços e Indianos os seus direitos políticos, sociais e económicos. Juntou-se ainda ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois junta-se com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros amigos que veio a formar durante a sua formação e forma a Liga Jovem do CNA.
Nelson Mandela casou por 3 vezes. A sua primeira esposa foi Evelyn Ntoko Mase, a qual veio a divorciar-se em 1957 após 13 anos de casados. Pouco depois casou-se com Winnie Madikizela, e ficaram casados por 38 anos, divorciando-se assim em 1996, com as divergências políticas entre o casal virem a público. Com 80 anos e no seu aniversário, Nelson Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente Moçambicano.
Winnie Madikizela foi a esposa que acompanhou todo o processo de prisão de Nelson Mandela, estando ela casada antes, durante e após a sua prisão. Sendo que dos 38 anos de casados, 27 foram passados à distância praticamente sem se verem.
Nelson Mandela Durante a sua Prisão
Mandela foi preso em Agosto de 1962 e recebeu como sentença 5 anos de prisão, sendo esta detenção feita por Mandela viajar ilegalmente até ao exterior e incentivar o povo a aderir a greves.
Em 1967, Nelson Mandela volta a ser sentenciado novamente, mas desta vez a sentença atribuída foi de prisão perpétua. Importante referir que este escapara a uma pena de enforcamento por planear acções armadas, sabotagem e conspirações para ajudar outros países a invadir a África do Sul, apesar de ter sido negado por Nelson Mandela.
Nesta altura, 20 milhões indivíduos de raça negra eram totalmente dominados por apenas 4 milhões de indivíduos de raça branca durante o brutal e criminoso regime de Apartheid.
Ainda nesta altura, os indivíduos de raça negra não possuíam qualquer direito de votação, direito a propriedades transacções, casas, nem educação. Não podendo assim qualquer individuo possuir uma moradia, um terreno, ou outras propriedades como um carro ou uma mota. Sendo praticamente impossível um jovem descendente de raça negra poder ingressar à faculdade. Para isto acontecer, teriam de acontecer grandes feitos por parte da família.
Determinado a manter o poder, o governo elimina a existência de muitos partidos políticos liderados por negros, enviando os mesmos para a prisão com penas de prisão perpétua. Estas penas eram cumpridas na famosa e conhecida Ilha de Robben.
Esta ilha era uma prisão, de alta segurança e isolada do povo para que ninguém soubesse o que se passava nestas instalações. Nesta mesma altura, mesmo na prisão nunca eram misturados indivíduos de raça negra com indivíduos de raça branca. Cada raça era posta em prisões diferentes.
Guardas prisionais ou polícias que seguiam este tipo de profissão, caso fossem escolhidos para ir trabalhar para a Ilha de Robben, eram-lhes dadas casa e salário para poderem habitar e viver na própria ilha onde trabalhavam. Nesta altura a mulher não exercia qualquer tipo de função, sendo que eram praticamente todas donas de casa, fazendo assim o salário que o marido ganhava como guarda prisional o único salário em casa.
Mandela não mantinha qualquer contacto com o povo enquanto esteve preso na Ilha de Robben. Pois nesta prisão era expressamente proibido aos reclusos falarem de política, do país ou da sua situação, ou de assuntos que fossem ligados a comunismo e ao governo, com as suas visitas. Sendo que estas visitas eram acompanhadas pelos guardas prisionais, caso estas regras fossem quebradas, a visita teria fim imediato.
Mandela era visto como o maior criminoso existente no país. Estando ligado ao ANC (Congresso Nacional Africano), que lutava para estabelecer a paz e liberdade no país, independentemente de quem lá habitasse, e que era a favor do nacionalismo e do bem para com a pátria. Esta regra seria então praticada para todas as raças.
Nelson Mandela tinha muitas dificuldades em saber como estava o povo e o que se passava no seu país, tendo em conta o controlo das visitas e das cartas, que por suas vez também eram inspeccionadas antes de entregar aos reclusos seguindo as mesmas regras que eram aplicadas nas visitas, estas cartas eram enviadas, uma de 6 em 6 meses, com o máximo de 500 palavras por carta e as visitas tinham o mesmo método, uma visita de 6 em 6 meses, podendo falar num prazo máximo de 30 minutos, caso não fossem infringidas as regras impostas para as visitas.
Na África do Sul eram, antigamente e nos dias de hoje, faladas duas línguas. O Xhosa e o Inglês. Tendo em conta esta situação, dentro da prisão, eram necessários guardas que soubessem falar a língua do Sul-Africanos. Contudo, era quase impossível encontrar um guarda prisional de raça branca que soubesse ambos os dialectos. Quando encontraram um, destacaram-no como guarda prisional privado de Nelson Mandela, este estava encarregue de transmitir ao Governo tudo o que Mandela falava que não fosse em inglês. Importante referir que isto custou-lhe a vida de um filho, que estima-se ter sido assassinado pelo Governo derivado às informações reveladas por este guarda.
O filho de Nelson morreu num acidente de viação ao cair de uma ponte. Contudo, nunca ninguém descobriu se foi realmente acidente, se foi planeado pelo Governo este tipo de acção. Tendo em conta que o governo estava em guerra com o próprio Nelson Mandela, fazendo de tudo para que este ordenasse ao povo para parar de lutar.
Enquanto prisioneiro, Nelson Mandela pediu, através da sua mulher, para o seu pessoal aliado aumentasse a luta armada para que o país se tornasse ingovernável. Pois enquanto o país era governado pelos descendentes brancos, os de raça negra mal podiam andar na rua descansados sendo estes abordados em qualquer lugar, na rua, na loja, em casa, etc. Quando abordados, eram pedidos os seus passaportes, caso não tivessem consigo tal documento seriam torturados à vista de todos. O que acabava por instalar o caos na cidade.
Estes guardas não faziam escolha de adultos e crianças, eram torturados independentemente da sua idade. Havendo até, cenários de bebés envolvidos nestas torturas, deixando-os cair ao chão como se fossem pessoas mais velhas.
Ideais de Nelson Mandela
Nelson Mandela apresentava-se como opositor referente ao regime aplicado pelo estado, Apartheid, que era como uma linha imaginária entre a raça negra e a raça branca. Estes não podiam ser misturados nem partilhar ideias sobre política, socialismo, economia e até direitos. Fez-se assim aliado do Congresso Nacional Africano, conhecido na altura como o ANC. Tendo fundado uma instituição chamada NCA/ANC com o seu amigo Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, esta era uma organização mais jovem e dinâmica para lutar contra este regime e declarar paz e liberdade para todos os povos.
Anos depois, após a sua eleição para o Partido Nacional Africânder, no qual exercia a função de promotor da política da segregação racial, Mandela adere ao Congresso do Povo, sendo percursor do ANC, divulga assim a Carta da Liberdade, documento que continha informações secretas para com o povo. Esta exigia liberdade para todos os que habitassem a África do Sul, fossem de raça negra ou branca, exigia que as riquezas do país fossem distribuídas pelo povo, que a escolaridade a nível de faculdade fosse obrigatória para os mais novos, mantendo a mentalidade que só assim os jovens seriam alguém na vida, exigindo paz entre os povos entre outras exigências.
Mandela e os seus compatriotas decidiram recorrer à luta armada após o sangrento e violento massacre imposto pela parte dos brancos, sendo conhecido como o Massacre de Sharpeville, ocorrido em 21 de Março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou contra os manifestantes negros, estando estes desarmados. Foram mortas 69 pessoas e 180 foram feridas gravemente.
Após um ano, a seguir ao massacre, Nelson torna-se comandante do braço armado do ANC, o conhecido Umkhonto we Sizwe, que significa “Lança da Nação”, fundado por esse e por outros membros.
Mandela coordenou assim uma campanha de sabotagem contra alvos militares do governo, fazendo ainda planos para uma possível guerra caso a sabotagem falhasse em acabar com o regime de Apartheid. Viajou ainda com para o exterior na tentativa de angariar fundos para o MK, criando assim condições para treinos e actuação paramilitar do grupo por si criado.
Nelson Mandela Após a Sua Prisão
Nelson Mandela foi libertado, após várias transferências entre as diversa prisões que existiam na África do Sul. Sendo que todas as prisões em que passou eram consideradas de alta segurança. Quanto ao dia da sua libertação, Mandela foi escoltado até à saída da sua última prisão, que era mais confortável e com as condições iguais as de uma casa de habitação, apenas sem família e mulheres, apenas reclusos. Foi assim escoltado pelos seus guardas prisionais particulares, que tinham sido atribuídos para este tipo de trabalho, até à saída. Onde saiu de cabeça erguida e em paz, como se nunca se imaginasse que tivesse prendido por praticamente 3 décadas da sua vida.
Sorrindo e caminhando em direcção ao povo que o aguardava no exterior da prisão, foi assim que Nelson Mandela saiu. Aplaudido e bem recebido por todos os membros presentes nesse dia. Certamente um dia marcante para o povo e para as noticias a nível mundial.
Sendo importante referir que Mandela rejeitou variadas vezes a sua libertação em regime de liberdade condicional derivado aos pedidos que lhe eram feitos para que ordenasse ao povo e aos seus aliados para terminarem com a luta contra os seus direitos e os direitos do país. A última vez que rejeitou esta proposta foi em Fevereiro de 1985, tendo Mandela continuado preso até Fevereiro 1990, quando a campanha do ANC e a pressão internacional conseguiram que este fosse libertado em 11 de Fevereiro, por ordem do novo Presidente Frederik Willem de Klerk. Tendo ainda retirado o ANC da lista de ilegalidades.
Nelson recebe o prémio Internacional Al-Gaddafi de Direitos Humanos em 1989. Em 1993, juntamente com Klerk, recebe o prémio Nobel da Paz, pelos esforços desenvolvidos no sentido de encerrar a guerra entre os povos e a discriminação racial na África do Sul, naquelas que foram as primeiras eleições multirraciais do país. Mandela cercou-se, para governar, de personalidades do ANC, mas também de representantes de linhas políticas.
Curiosidades Sobre Nelson Mandela
Em 1994 Nelson Mandela tornou-se o primeiro Presidente de raça negra da África do sul, quatro anos após a sua libertação. Onde governou o seu país até 1999, sendo o maior responsável pelo fim do regime de racismo existente na África do Sul e ainda pela reconciliação dos grupos internos.
Chegando ao fim do seu mandato de presidente, Nelson Mandela afastou-se da política dedicando-se a causas de variadas organizações sociais em prol dos direitos humanos. Onde, até à data, recebeu diversas homenagens e congratulações internacionais pelo reconhecimento da sua vida e da luta pelos direitos sociais.
Desde o ano de 2010, começou a ser celebrado a 18 de Julho de cada ano, o dia Internacional de Nelson Mandela. A data foi definida pela Assembleia Geral da ONU e corresponde ao dia do seu nascimento.
No decorrer da sua prisão, os 27 anos que Nelson Mandela ficou preso, tornou-se de tal forma associado à oposição do Apartheid que o povo clamava a frase “Libertem Nelson Mandela”, o que acabou por se tonar o lema das campanhas antiapartheid em vários países do mundo.
Nelson Mandela quando foi libertado tinha nada mais, nada menos do que 72 anos de idade. Mandela passou quase 3 décadas da sua vida na prisão como esforço para com o seu país.
Mandela fez alguns pronunciamentos, em 2003, atacando assim a política extrema do presidente norte-americano George Bush. Ao mesmo tempo, Nelson anuncia o seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS, na qual deu o nome de “46664”, número de presidiário enquanto o seu mandato na prisão.
Em Junho de 2004, aos 85 anos de idade, Nelson Mandela anunciou a sua retirada referente à vida pública. Fez apenas uma excepção, no entanto, pelo seu compromisso em lutar contra a AIDS.
O ex-presidente Sul-Africano comemorou o seu 90º aniversário em Londres em 2008, onde estiveram presentes diversas estrelas, celebridades e artistas que estiveram presentes na altura da guerra pelos direitos na África do Sul, ou que acompanharam o sucedido.
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