Moscovo não foi convidada a participar da "conferência de paz" que a Suíça sediará em 15 e 16 de Junho. Autoridades russas observaram que foi concebido como mais um esforço para "empurrar a inviável 'fórmula de paz' que ignora os interesses russos". Além disso, qualquer processo de negociação sobre a Ucrânia sem o envolvimento da Rússia é "sem sentido".
Por Svetlana Ekimenko
O próximo encontro apelidado de "Cimeira da paz" da Ucrânia na Suíça está sendo prejudicado por todos os lados.
Brasil e China anunciaram uma iniciativa rival na sexta-feira, rebaixando ainda mais a conferência do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destinada a impulsionar a sua inviável "fórmula de paz".
Os dois países apoiam uma conferência internacional de paz "realizada num momento apropriado que seja reconhecido tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igual de todas as partes, bem como uma discussão justa de todos os planos de paz", disseram num comunicado.
O documento conjunto foi assinado por Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo chanceler chinês, Wang Yi, e afirmava:
- O diálogo e a negociação são a única solução viável para a crise na Ucrânia.
- Devem ser criadas condições para a retoma do diálogo directo, com uma desescalada até que um cessar-fogo abrangente esteja em vigor.
- Deverá realizar-se uma conferência internacional de paz com a participação da Rússia e da Ucrânia.
- Os ataques contra civis e instalações civis devem ser evitados.
- O ataque a centrais nucleares e outras instalações nucleares pacíficas tem de ser combatido.
- A utilização de armas de destruição maciça, em especial armas nucleares e armas químicas e biológicas, deve ser combatida.
- Devem ser envidados todos os esforços possíveis para evitar a proliferação nuclear e evitar a crise nuclear.
- O mundo não deve ser dividido "em grupos políticos ou económicos isolados", afirmaram os dois países.
A iniciativa do Brasil e da China veio depois que os seus presidentes se recusaram a participar da "conferencia da paz" da Ucrânia, marcada para 15 a 16 de Junho. O evento em Lucerna é atormentado por grandes faltas de comparecimento. A atenção de Joe Biden foi desviada para questões mais urgentes, como esfregar cotoveladas com celebridades de Hollywood na sua arrecadação de fundos.
Além dos líderes do Brasil e da China, a África do Sul também se recusou a participar do evento. Moscovo classificou a conferência, para a qual não foi convidada, como "sem sentido". O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a conferência claramente não é orientada para resultados, pois é impossível ter conversas efetivas sobre a Ucrânia sem a participação da Rússia.
No que diz respeito às próximas negociações na Suíça, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sugeriu que elas constituem um esforço dos patronos do regime de Kiev para conferir legitimidade a Zelensky, agora que o seu mandato legal como presidente expirou.
O mandato constitucional de Volodymyr Zelenesky como presidente da Ucrânia expirou em 21 de Maio. Ele cancelou as eleições previstas para Março ou Abril em Novembro passado.
Putin enfatizou na conferencia de imprensa desta sexta-feira que a Rússia continua pronta para retomar as negociações de paz com a Ucrânia. Minutas de Convênios Durante as negociações na Bielorrússia e Turquia na primavera de 2022, mas levando em conta as realidades actuais no terreno.
Em relação ao plano de paz de 10 pontos de Zelensky, não passa de um ultimato à Rússia, ministro dos Negócios Estrangeiros Sergey Lavrov observou na quarta-feira, enquanto presidia a uma reunião de sherpas e sous-sherpas dos Brics em Moscovo. Ele acrescentou que os EUA estavam impondo a fórmula de Zelensky em todos, convidando países do Sul Global para as suas plataformas, como o próximo encontro de Lucerna.
O chefe da diplomacia russa também revelou que o presidente ucraniano exigiu "histericamente" que outras nações apoiassem a sua proposta. Fórmula da Paz" antes do encontro.
Svetlana Ekimenko é correspondente da Sputnik especializada em relações internacionais, questões sociais e ciência. Anteriormente, trabalhou como apresentador de transmissões ao vivo da Rádio Sputnik.
Fonte: Sputnik
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