O EIXO ANTI-SECESSÃO AMEAÇA A ESCÓCIA E OUTROS PAÍSES ASPIRANTES
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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O EIXO ANTI-SECESSÃO AMEAÇA A ESCÓCIA E OUTROS PAÍSES ASPIRANTES

O EIXO ANTI-SECESSÃO AMEAÇA A ESCÓCIA E OUTROS PAÍSES ASPIRANTES





Por Wayne Madsen

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, obteve o apoio do escocês ex-Secretário Geral da NATO e de um travesti actor-comediante Inglês para a campanha do «Better Together»  que pretende manter a Escócia no Reino Unido. Políticos ingleses e os seus «traidores» escoceses estão a ficar preocupados com o fraco desempenho da campanha do «Não» no referendo na Escócia que até 18 de Setembro de 2014, simplesmente colocará a questão aos eleitores: "Deve a Escócia ser um país independente ? "

O Partido Nacional Escocês (SNP) do primeiro ministro [first minister (cargo equivalente a primeiro-ministro no governo autonómico da Escócia.)] Alex Salmond, que espera se tornar no primeiro-ministro de uma Escócia independente, tem visto o apoio ao voto "Sim" no referendo da independência flutuar nas sondagens entre os 33 e os 40 por cento. Mas tudo isso pode mudar a favor do lado pró-independência.

Edimburgo, capital da Escócia

Alex Salmond, primeiro ministro [ first minister ] da Escócia

O apoio crescente em Inglaterra do partido anti-União Europeia, UK Independence Party (UKIP) para as eleição para o Parlamento Europeu, tem sido visto por muitos observadores na Grã-Bretanha também como uma subida do UKIP como uma contribuição para apoiar o «Sim» no referendo escocês, especialmente entre os eleitores trabalhistas escoceses.

Por toda a Inglaterra, o UKIP está posicionado em segundo lugar nas sondagens logo atrás do Partido Trabalhista e bem à frente do Partido Conservador do primeiro-ministro Cameron. Os nacionalistas escoceses têm acusado que os conservadores e os trabalhistas estão a trabalhar juntos para derrotar o voto "Sim" escocês pela independência, com os conservadores a contribuírem com dinheiro para a campanha do «Não» enquanto os trabalhistas fornecem as actividades de activistas.

A tendência pelo voto à direita em Inglaterra a favor do UKIP pode resultar numa opção dos membros da esquerda do Partido Trabalhista escocês em apoiar o SNP no referendo. Os Verdes escoceses anunciaram que eles também são a favor da independência. Uma divisão de pontos de vistas na próxima conferência do Partido Trabalhista Escocês em Março entre anti e pró-independência é esperada por muitos observadores políticos.

 
Parlamento da Escócia localizado na área de Holyrood da capital de Edimburgo

O «Better Together» é presidido pelo escocês Trabalhista Alistair Darling, ex-chanceler britânico do Tesouro, cujo desempenho medíocre em angariar apoio para a campanha do «Não» escocês tem preocupado muitos líderes anti-secessão. Um determinado número de "barões" do Partido Trabalhista escocês está irritado por Darling estar a trabalhar com os conservadores de forma a arruinar a independência escocesa. Na Escócia, o ódio popular pelos conservadores é mais forte do que qualquer desprezo pela independência. Por essa razão, os Tories escoceses asseguram um único assento entre o conjunto dos lugares da Escócia no parlamento nacional britânico em Westminster.

Parlamento do Reino Unido, em Westminster, Londres

O ex-secretário geral da NATO, Sir George Robertson, um Trabalhista escocês, foi convidado para escrever uma coluna de opinião que apareceu em vários jornais nos Estados Unidos, incluindo o pró-regime Washington Post, avisando como a independência da Escócia seria a «re-balcanização» da Europa. Robertson usou o velho refrão já gasto da Catalunha e do País Basco de Espanha  seguirem a Escócia também para a independência com a Flandres da Bélgica que se juntaria também ao clube.

Robertson também advertiu como uma Escócia independente eliminaria a presença no seu território da força de submarinos nucleares da Grã-Bretanha ai fundeada. Em geral, Robertson expressou medo por um alegado voto "Sim" na Escócia que levaria à retirada do Reino Unido e da Escócia da UE e da retirada da Escócia da NATO. O SNP declarou que a Escócia permaneceria tanto na UE como na NATO.

A opinião de Robertson é típico das forças pró-unionistas lideradas nos bastidores pelo ex-primeiros-ministros trabalhistas Tony Blair e Gordon Brown, assim como o líder trabalhista cripto-sionista da Oposição em Westminster, Ed Miliband. O mau desempenho de Darlings em captar eleitores pró-unionistas na Escócia resultou em pedidos para que Brown para saia do seu "backbenches" (membro do parlamento do Reino Unido que não detém uma pasta no governo ou governo sombra da oposição) e substitua Darlings como o líder das forças anti-independência no Reino Unido.


A base de submarinos nucleares Faslane poderá tornar-se num enclave Inglês no meio da Escócia, se o país se torna independente.

Os apoiantes da independência têm chamado a campanha anti-independência de «Projeto Medo» por causa das tácitas usadas pelo lado do voto «Não». A campanha do «Better Together» tem sido representada pelo actor travesti e comediante Eddie Izzard que tem sido o seu porta-voz não oficial para a campanha do «Não». Izzard, nascido em Aden quando seu pai era um funcionário da British Petroleum durante o tempo em que o MI-6 da Grã-Bretanha foi mais do que activo na colónia rebelde quando atingida por uma rebelião Nasserista (ideologia política nacionalista árabe de esquerda baseada no pensamento de Gamal Abdel Nasser, um dos dois principais líderes da revolução egípcia de 1952, e que combinava elementos do socialismo árabe, o republicanismo, o nacionalismo, o anti-imperialismo, o desenvolvimento da solidariedade mundial, e o não-alinhamento internacional), não é o que os apoiante do «Não» à Escócia encaram como um líder celebre para sua causa. A escolha de Izzard é particularmente preocupante para os pró-unionistas que têm de lidar com a celebridade bem mais conhecida que a campanha do "Sim" arranjou como líder de relações públicas. Nada mais nada menos que Sean Connery, a primeiro figura do 007 James Bond. Na Escócia, quando se trata de escolher entre o macho Connery e o Izzard "cross-dressing", não há sequer concurso.

O que é mais irritante para os escoceses é que, de acordo com a agência de notícias russa ITAR-TASS, Cameron insistiu com o presidente russo Vladimir Putin para o ajudar a derrotar a campanha do "Sim". De acordo com a reportagem, um assessor sénior de Cameron próximo de Putin, actualmente presidente do G8, pediu-lhe para o ajudar a atrapalhar a campanha do sim escocês. A reportagem da agência de notícias russa, também refere que Cameron, e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, herdeiro político do partido fascista Francisco Franco, forjou um eixo «anti-separatista» para derrotar os referendos da Escócia e da Catalunha.

O Jornal de Espanha El Pais informou que o principal conselheiro de Cameron para a Escócia, Andrew Dunlop, reuniu-se com Rajoy em Madrid para discutir a cooperação anglo-espanhola na luta contra a secessão da Escócia e da Catalunha.

Rajoy, tal como Cameron, está preocupado com o referendo sobre a independência marcado pelo presidente regional da Catalunha Artur Mas. O escrutínio está previsto na Catalunha para 9 de Novembro, dois meses após o referendo escocês. Um voto "Sim" na Escócia poderia reforçar dramaticamente as forças pró-independência da Catalunha. Um voto "Sim" em ambas as regiões, sem dúvida, que irá aumentar os apoios para as independências e autonomias em toda a Europa, desde Cornwall e País de Gales para a Flandres, e do País Basco para Brittany, Veneza e Córsega.

O actor Sean Connery e o líder do Partido Nacional Escocês Alex Salmond
Há também o medo do outro lado do Atlântico, no Canadá que o voto sim na Escócia e Catalunha estimule a deriva da francófona do Quebec para a independência. Um referendo sobre a independência do Quebec tal como a planeada para a Escócia falhou numa votação muito equilibrada em 1995. Embora o separatista Parti Québécois (PQ) do premier de Quebec Pauline Marois tenha reunido-se com Salmond em Edimburgo em 2013, as ligações públicas entre os governos PQ e SNP foram desvalorizadas. No entanto, acredita-se que a pergunta do referendo do SNP -  "Deve a Escócia ser um país independente ? " - foi escolhida pela sua simplicidade, devido à natureza complexa do referendo no Quebec, que perguntava «Aceita que o Quebec deva se tornar soberano, após ter sido oferecido formalmente pelo Canadá uma nova parceria económica e política, no âmbito da legislação sobre o futuro do Quebec e do acordo assinado em 12 de Junho de 1995? »

Salmond e outras forças pró-independência da Escócia acusaram Cameron de utilizar países estrangeiros para acabar com o seu infortúnio no referendo escocês. É claro que os movimentos pró-independência na Europa estão surgindo em paralelo com os sentimentos anti-UE. Embora os nacionalistas escoceses e catalães favoreçam a continuação da adesão à UE das suas nações, cada vez mais partidos políticos de direita nacionalista da Europa aumentam a sua popularidade, incluindo a Frente Nacional Francesa, o UKIP, e o flamengo separatista Vlaamse Blok na Bélgica e que não estão nada mesmos interessados ​​na UE.

Nigel Farage, lider do partido nacionalista de extrema direita da Inglaterra

O apoio crescente dos nacionalistas de direita e dos separatistas de centro e de esquerda, é a criação de uma «tempestade perfeita» para a Europa. É uma tempestade que os globalistas e "central bankers" temem por varrê-los do mapa e restaurar a Europa para um continente de nações em vez de uma união de Estados subservientes aos burocratas em Bruxelas e banqueiros em Frankfurt e Londres, bem como a um obscuro grupo de industrias militares com representação dentro da sede da NATO, ao Pentágono, e ao covil da CIA em Langley, Virginia.

 
Fonte:  Financial Times

*Wayne Madsen é um jornalista de investigação on-line norte-americano, autor e colunista especializada em inteligência e assuntos internacionais.

http://www.strategic-culture.org

Tradução do original por Paulo Ramires


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