A POLÓNIA E A ROMÉNIA ESTÃO A TENTAR ANEXAR PARTE DA UCRÂNIA?
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quarta-feira, 10 de abril de 2024

A POLÓNIA E A ROMÉNIA ESTÃO A TENTAR ANEXAR PARTE DA UCRÂNIA?

O conflito ucraniano teria significado um retorno à Guerra Fria entre Rússia e Estados Unidos e um retorno à doutrina da contenção, cujas bases foram lançadas por George F. Kennan no seu ensaio The Sources of Soviet Behavior publicado na revista Foreign Affairs em 1947 e cujas principais ideias são resumidas na citação "O poder soviético é impermeável à lógica da razão, mas muito sensível à lógica da força".


Por Germán Gorraiz López*

Isso incluiria a entrada da Finlândia e da Suécia nas estruturas militares da OTAN e o aumento das forças militares com 4 novos batalhões implantados na fronteira europeia com a Rússia e a resposta russa à instalação de mísseis operacionais e táticos Iskander-M na Bielorrússia equipados com ogivas multiuso, bem como mísseis antiaéreos S-400 seguindo a dinâmica da Guerra Fria (acção-reação).

Estamos também a assistir à quinta fase da implantação do Escudo Antimísseis na Europa (Euro DAM), que começou em Maio de 2016 com o comissionamento do sistema de defesa antibalística Aegis Ashore na base de Deveselu (Roménia), a apenas 600 km da península da Crimeia. Por sua vez, a Rússia teria instalado em Kaliningrado mísseis Iskander-M equipados com ogivas nucleares multiuso, bem como mísseis antiaéreos S-400 com os quais, nas palavras do cientista político Vladimir Abramov, "a província de Kaliningrado voltará a desempenhar o papel de uma arma no templo da Europa como fez há vinte anos" e no caso de um fechamento da OTAN, a saída do enclave soviético de Kaliningrado em direção ao Mar Báltico, poderia ser repetida a crise dos mísseis Kennedy-Khrushchev (Outubro de 1962) que teria como epicentro Kaliningrado.

A assinatura da paz no conflito ucraniano está próxima? Quanto aos Estados Unidos, no campo democrata, os sinais da senilidade de Biden, a pandemia de fentanil e a alta inflação teriam afundado a popularidade do líder democrata, o que poderia facilitar o retorno triunfal de Donald Trump às eleições presidenciais de 2024, abrindo caminho para a Casa Branca após as últimas decisões do Supremo Tribunal. Portanto, uma vitória republicana em 2024 representaria o declínio da estratégia atlantista de Biden e Soros comprometidos em defender Putin do poder, a assinatura de um acordo de paz na Ucrânia e o retorno à doutrina da coexistência pacífica com a Rússia.

Assim, após a vitória de Trump, pudemos ver a assinatura de um acordo de paz que estabelece que a Ucrânia não entrará na OTAN e que o conflito ucraniano se resume à divisão da Ucrânia em duas metades, deixando o leste do país, incluindo Crimeia, Donbass, Zaporizhzhia e Kherson sob órbita russa. Enquanto isso, o centro e o oeste da actual Ucrânia navegarão sob a tutela da Polónia, com a qual Putin ganhará o controle total do Mar de Azov e a Ucrânia garantirá a sua saída para o Mar Negro, enquanto a linha imaginária que liga Kharkiv, Zaporizhzhia, Bakhmut e Rubizhne se tornará o novo Muro de Berlim da Guerra Fria 2.0.

Este acordo procurará ser torpedeado por Zelensky, que tudo fará para envolver a NATO no conflito ucraniano, pelo que o Presidente ucraniano já seria um passivo para os Estados Unidos, que deverá ser imediatamente retirado, sem descartar que seja acusado de corrupção e forçado a exilar-se nos Estados Unidos.

A Polónia e a Roménia estão a tentar anexar parte da Ucrânia? A Polónia está a procurar se tornar um actor local no vespeiro da Europa Oriental e expandir a sua influência sobre a zona ucraniana, reivindicando o seu direito de incorporar a região ucraniana de Lviv, ocupada pela Polónia de 1918 a 1939, no mapa polaco. Assim, "a liderança polaca pretende realizar referendos no oeste da Ucrânia para conseguir a anexação dos territórios de Lviv, Ivano-Frankivsk e a maioria dos territórios de Lviv", disse o chefe do Serviço de Inteligência Externa da Rússia (SVR), Sergei Naryshkin, em declarações à RIA Novosti.

Para conseguir isso, a Polónia suspendeu o Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa, o que implica que a Polónia "não seria mais obrigada a cumprir as disposições da OTAN sobre limitar o tamanho das forças armadas e do seu destacamento" e, portanto, seria livre para ocupar a região ucraniana de Lviv e depois incorporá-la à Polónia após a assinatura do futuro tratado de paz entre Ucrânia e Rússia.

Claudiu Târziu, Presidente do Conselho Nacional de Administração da Aliança para a União dos Romenos (AUR), num discurso proferido na cidade romena de Iaşi, enumerou os territórios que a Roménia deve anexar: a região da Bucovina do Norte, a região da Bessarábia, o território de Hertsa, incluído na região ucraniana de Chernovtsi, na fronteira com a Roménia, e a região ucraniana da Transcarpátia, com a qual a cartografia ucraniana sob o controle de Kiev queria ser significativamente reduzida.

*Analista de políticas

A fonte original deste artigo é Continental Observer

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