EX-EMBAIXADOR RUSSO NO REINO UNIDO TEME CONFLITO RÚSSIA-OCIDENTE
A Rússia e o Ocidente estão cada vez mais perto de um conflito militar. É esta a convicção do ex-embaixador russo no Reino Unido, Anatoly Adamishin, na análise à expulsão de diplomatas em mais de vinte países na sequência do caso Skripal.
Em entrevista à euronews, o antigo oficial acredita mesmo que possa haver o corte de relações entre a Rússia e alguns países.
"Sem precedentes, na minha opinião, é o facto de que a expulsão de diplomatas está incluída na noção de sanções, porque as sanções geralmente foram, são e provavelmente serão limitadas ao comércio ou à economia - não lhe vou conceder empréstimos financeiros ou vender algo e assim por diante. Mas fazer da expulsão dos diplomatas uma sanção - e não por terem sido apanhados em flagrante - é uma nova medida dos britânicos. O segundo aspeto sem precedentes é que esta ação relacionada com um país foi apoiada por vários outros países, e foi apoiada precisamente nesta primeira forma sem precedentes: a expulsão de diplomatas como sanções", declarou.
Para Anatoly Adamishin, uma resposta do Kremlin é inevitável e poderá ter as mesmas proporções que as que mais de 20 países adotaram nas últimas duas semanas.
"A Rússia responderá com uma medida direta, como costumam dizer, por cada espirro. É possível que vários países entrem numa rota de agravamento da situação. Os britânicos já estão a dizer que estão a começar o arresto de imóveis ou capitais russos, os americanos estão a ameaçar que, se os russos responderem - e nós vamos definitivamente responder - então vão pensar noutra medida".
Paralelamente, o antigo diplomata lamentou o extremar de posições diplomáticas e alertou para os riscos dessa situação caso surja mesmo um confronto militar.
"Durante todos estes anos a possibilidade de um conflito militar foi considerada absolutamente impensável. Agora há realmente esse receio por causa desta situação de tensão. Com algum incidente ou uma faísca, podemos vir a enfrentar um desfecho desagradável e, além disso, desta vez não teremos oportunidades de contactos diplomáticos", rematou.
Fonte: euronews
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