São vários os interesses que se movem por debaixo dos panos, fora dos olhares atentos das pessoas, o que resulta deste impacto entre estes diferentes actores, é o que se pode observar claramente, isto é, a espuma das redes sociais, manifestações, “fake news” e mesmo a posição da televisão e da imprensa tradicionalista.
Por Paulo Ramires
Os EUA já fizeram sentir a sua posição apoiando Bolsonaro, através de encontros com Steve Bannon, o ex-assessor do presidente Trump ou através da CIA, os EUA têm múltiplos interesses no Brasil, que pela sua dimensão continental influenciam toda a América Latina. Um dos grandes objectivos dos EUA é o de enfraquecer os BRICS através do seu elo à América Latina, palco futuro de grandes rivalidades geopolíticas, e para isso nada melhor que um presidente brasileiro com o perfil de Jair Messias Bolsonaro um militar na reforma sem conhecimentos de relações internacionais para desempenhar essa função, mas sobretudo um politico próximo de Washington e de Donald Trump com ideias completamente seguidistas aos EUA.
A Rússia e a China também não estão distraídas com o que se está a passar no Brasil, e não lhes interessará mesmo nada um presidente brasileiro como Bolsonaro, sobretudo com as tensões que tem havido entre estes dois países e os EUA, é uma disputa que se irá revelar mais acesa no futuro se Bolsonaro como as sondagens indicam sair vencedor.
Na Europa a ascensão de Jair Bolsonaro como possível presidente do Brasil está a gerar grande apreensão e preocupação nas capitais europeias, pois se a Europa não gosta de Trump, menos razão tem para gostar de Bolsonaro, e aqui existe mais uma evidencia da divisão existencial crescente do Ocidente que se diga na verdade não tem razão alguma para permanecer subjugada aos EUA. Os partidos tradicionalistas que vêem com grande preocupação a ascensão da extrema direita e os populismos de direita na Europa que põe um fim no sonho dos EUE, um presidente de extrema direita e liberal no Brasil é de certa forma visto com alguma antipatia, e isso é bem visível através da reacção da imprensa influenciada por estes partidos que apoiam um dos candidatos ‒ Fernando Haddad, um académico, advogado e político brasileiro do PT ‒ e insurgindo-se contra Bolsonaro que é para eles uma grande incógnita, mas Bolsonaro é uma incógnita mesmo para os brasileiros, esperando-se que a futura política brasileira dependa bem mais dos homens de Bolsonaro do que do próprio.
Todavia existem mais actores actuando nestas eleições brasileiras, segundo Dona Rohrabacher, membro do Congresso dos EUA, deu a conhecer a Mike Pompeo, secretário de estado dos EUA que a Venezuela, o Irão e o Hezbollah estariam a interferir na campanha das eleições do Brasil, para estes países a eleição de Bolsonaro como presidente do Brasil é no mínimo sombria devido à sua conhecida submissão a Israel e aos EUA, mas mais grave ainda para o cenário do Médio Oriente, é o facto de Bolsonaro ter feito saber que transferiria a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, isto significa uma alteração substancial da politica externa brasileira, que colocará a região em estado de revolta novamente, significa também uma machadada final na causa palestiniana de dois povos, dois estados, o que seria muito mal visto mesmo no mundo inteiro. Todos estes interesses movem-se por debaixo dos panos, fora dos olhares atentos das pessoas, o que resulta deste impacto entre estes diferentes actores, é o que se pode observar claramente, isto é, a espuma das redes sociais, manifestações, “fake news” e mesmo a posição da televisão e da imprensa tradicionalista.
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