
A Cimeira quadripartida de Istambul sobre a Síria respaldou as propostas políticas russas, mas acabou a não decidir nada. Moscovo empenhou-se em fazer pedagogia com os seus parceiros turcos, franceses e alemães. Os aliados de Washington penam para digerir a sua derrota e a tirar conclusões.
Por Thierry Meyssan
Desde o acordo russo-americano de Helsínquia, em Julho passado, o Presidente Donald Trump tenta retirar as suas tropas da Síria, enquanto o Pentágono insiste em mantê-las afim de não deixar a Rússia decidir sozinha o futuro do país. Além disso, os aliados de Washington recusam a derrota.
A Cimeira quadripartida de Istambul devia aproximar os pontos de vista da Rússia, da Turquia, da França e da Alemanha. Lendo o comunicado final [1] o entendimento parece perfeito, mas ao compará-lo com a imprensa dos países envolvidos nada disso é muito certo.
O ponto de discórdia, que nem sequer é mencionado no comunicado, é a Constituição síria, adoptada por referendo em 2012.



No fim da Segunda Guerra Mundial, o «Partido colonial» francês (que não era um partido político mas um lóbi interpartidário) não aceitou a descolonização. Sem autorização do governo de Paris, o exército francês bombardeou não apenas a Síria, em 1945 (quer dizer, após a independência), mas também a Argélia (massacres de Setif, Guelma e Kherrata, 1945) e a Indochina (massacre de Haiphong, 1946).
Seguindo esta ideologia, a França encarou criar igualmente um «lar nacional curdo» dentro do modelo posto em prática pelos Britânicos na Palestina.

A Chancelaria constata um pouco tarde [5] que, tendo em conta a atracção exercida pela Alemanha sobre os países do Sul, o número de migrantes teria sido o mesmo com ou sem guerra, desde que Berlim anunciasse aceitar todos os estrangeiros que desejassem imigrar.
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[1] “Joint Statement by the Quadrilateral Summit on Syria”, Voltaire Network, 27 October 2018.
[2] The Cyprus Conspiracy: America, Espionage and the Turkish Invasion, Brendan O’Malley & Ian Craig, I.B. Tauris, 1999.
[3] « Serment national turc », Réseau Voltaire, 28 janvier 1920. “A estratégia militar da nova Turquia”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 14 de Outubro de 2017.
[4] “Strategic Engineered Migration as a Weapon of War”, Kelly M. Greenhill, Civil War Journal, Volume 10, Issue 1, July 2008. Understanding the Coercive Power of Mass Migrations,” in Weapons of Mass Migration: Forced Displacement, Coercion and Foreign Policy, Kelly M. Greenhill, Ithaca, 2010. “Migration as a Coercive Weapon: New Evidence from the Middle East”, in Coercion: The Power to Hurt in International Politics, Kelly M. Greenhill, Oxford University Press, 2018.
[5] “Como a União Europeia manipula os refugiados sírios”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 2 de Maio de 2016.
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