A DIREITA VENEZUELANA APOSTA NA VIOLÊNCIA PERANTE UMA DERROTA NAS URNAS, MAS DIREITA VAI À FRENTE NAS SONDAGENS
O República Digital faz todos os esforços para levar até si os melhores artigos de opinião e análise, se gosta de ler o RD considere contribuir para o RD a fim de continuar o seu trabalho de promover a informação alternativa e independente no RD. Apoie o RD porque ele é a alternativa portuguesa aos média corporativos.

domingo, 28 de julho de 2024

A DIREITA VENEZUELANA APOSTA NA VIOLÊNCIA PERANTE UMA DERROTA NAS URNAS, MAS DIREITA VAI À FRENTE NAS SONDAGENS

A direita não apenas buscará turvar e silenciar a decisão de milhões de venezuelanos, mas também gerar um clima de confusão generalizada em todo o país, todavia sondagens dão vitória à direita.


Por Santiago Masetti, Jornalista do CLAE

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Rander Peña, acendeu a luz vermelha do alerta democrático. Diante de um grupo de observadores internacionais, ele denunciou que, diante da sua provável derrota nas urnas, a principal força de oposição se prepara para iniciar uma onda de violência contra ela, apelando para uma técnica desestabilizadora recorrente: proclamar-se vencedor antes que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) torne públicos os resultados oficiais.

As palavras do chefe da área latino-americana do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Venezuela sintetizam quase às vésperas das eleições o que o próprio presidente e candidato Nicolás Maduro vem apontando nos últimos dias em cada uma das suas apresentações. Nesse sentido, Peña ressaltou que a direita não só buscará turvar e silenciar a decisão de milhões de venezuelanos, mas também gerar um clima de confusão generalizada em todo o país.

A menos de 48 horas das eleições presidenciais, a direita recorre sistematicamente à desinformação e busca criar um cenário de caos pós-eleitoral como estratégia antidemocrática.

Durante duas semanas, a direita venezuelana e continental saíram em uníssono para inundar a média tradicional e as redes [sociais] com todas as suas baterias de propaganda.

Um passeio pelos ecrãs das principais redes de TV dos Estados Unidos e da América Latina replica o mesmo discurso manipulador: eles falam de "fraude eleitoral" do governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) para as eleições que serão realizadas neste domingo, 28 de Julho.

É a ponta de lança da média para justificar as acções violentas e terroristas que a oposição tem diante de uma derrota muito possível.

As operações de desestabilização não foram muito originais. Eles se baseiam na publicação de artigos jornalísticos carregados de falsidades; editoriais políticos que buscam ferir a legitimidade do PSUV.

No mesmo sentido, devemos acrescentar o aparecimento de sondagens de rigor duvidoso e tudo com o objectivo de questionar não apenas o que parece ser um triunfo confortável de Nicolás Maduro, mas também o sistema de votação que governa esta nação sul-americana.

O chamado "trabalho de campo" publicado durante esses dias por várias empresas de consultoria varia muito entre si e a grande maioria está associada a ONGs e centros de estudos ligados à oposição. Um facto relevante: as famosas "sondagens à boca-das-urnas" que a oposição afirma serem proibidas pela legislação eleitoral venezuelana.

A estratégia da direita na Venezuela persegue a mesma coisa que a política dos EUA propõe no mundo: a destruição do Estado para abrir caminho para os negócios de grandes corporações em busca de recursos estratégicos, incluindo água potável, petróleo, petróleo e outras fontes de energia, lítio, biodiversidade e bacias de produção de alimentos.

Essa é uma estratégia admitida na época pela general do Exército dos EUA Laura Richardson, quando listou as razões pelas quais os Estados Unidos estão de olho no continente.

Na América Latina e na Venezuela em particular, dois modelos estão em disputa: um que propõe um papel central para um Estado que garanta aos seus cidadãos o acesso à saúde, educação, cultura, lazer e desporto; contra outro que propõe um modelo económico e cultural que busca condenar milhões de pessoas à pobreza. É simples assim, embora os dispositivos de comunicação da direita tendam a escondê-lo.

https://observatoriocrisis.com

De acordo com a última sondagem referida pelo diário brasileiro Poder360:


Uma sondagem AtlasIntel divulgada na 6ª feira (26.jul.2024) indica que Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro), tem 51,9% das intenções de voto nas eleições da Venezuela, marcadas para domingo (28.jul). Edmundo representa a coligação formada por 11 partidos de centro-esquerda e centro-direita, em oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, de esquerda), que aparece em 2º lugar na disputa, com 44,2% dos votos.  Foram entrevistadas 2.576 pessoas de 19 a 21 de Julho, escolhidas por meio de recrutamento digital aleatório. A margem de erro é de 2%.


Sem comentários :

Enviar um comentário

Apoie o RD

Enter your email address:

Delivered by FeedBurner