A EUROPA DESISTIU DE DEFENDER OS SEUS INTERESSES, LIMITA-SE A SEGUIR A POLÍTICA EXTERNA DOS EUA- DIZ ÓRBAN
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sábado, 27 de julho de 2024

A EUROPA DESISTIU DE DEFENDER OS SEUS INTERESSES, LIMITA-SE A SEGUIR A POLÍTICA EXTERNA DOS EUA- DIZ ÓRBAN

"Nas próximas longas décadas, talvez séculos, a Ásia será o centro dominante do mundo", disse Orban, mencionando China, Índia, Paquistão e Indonésia como as futuras grandes potências mundiais.


BUDAPESTE, 27 de Julho (Reuters e AP) - O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, disse no sábado que a liderança da Rússia é "hiper racional" e que a Ucrânia nunca será capaz de concretizar as suas esperanças de se tornar membro da União Europeia ou da OTAN.

Orban, um nacionalista no poder desde 2010, fez os comentários durante um discurso no qual previu uma mudança no poder global, afastando-se do Ocidente "irracional" e caminhando em direcção à Ásia e à Rússia.

"Nas próximas longas décadas, talvez séculos, a Ásia será o centro dominante do mundo", disse Orban, mencionando China, Índia, Paquistão e Indonésia como as futuras grandes potências mundiais.

"E nós, ocidentais, também empurramos os russos para esse bloco", disse ele no discurso televisionado diante de húngaros étnicos em um festival na cidade de Baile Tusnad, na vizinha Roménia.

“A Europa  desistiu de defender os seus próprios interesses”, disse Orbán . “Tudo o que a Europa faz hoje é seguir incondicionalmente a política externa pró-democrata dos EUA… mesmo ao custo da sua própria destruição.”

Orban, cujo país actualmente ocupa a presidência rotativa da UE, difere fortemente do resto do bloco ao procurar laços mais próximos com Pequim e Moscovo, e irritou alguns líderes da UE quando fez visitas surpresa a Kiev, Moscovo e Pequim neste mês para conversas sobre a guerra na Ucrânia.

Ele disse que, em contraste com a "fraqueza" do Ocidente, a posição da Rússia nos assuntos mundiais é racional e previsível, dizendo que o país demonstrou flexibilidade económica ao se adaptar às sanções ocidentais desde que invadiu a Crimeia em 2014.

Orban, cujo próprio governo aprovou uma série de medidas anti-LGBT , disse que a Rússia ganhou influência em muitas partes do mundo ao reprimir os direitos LGBTQ+.

"O maior apelo internacional do soft power russo é a sua oposição à comunidade LGBTQ", disse ele.

Ele acrescentou que a Ucrânia nunca se tornaria membro da UE ou da OTAN porque "nós, europeus, não temos dinheiro suficiente para isso".

"A UE precisa abrir mão da sua identidade como projecto político e se tornar um projecto económico e de defesa", acrescentou Orban.

A UE iniciou negociações de adesão com a Ucrânia no final do mês passado, embora o país ainda tenha um longo e difícil caminho pela frente antes que possa se juntar ao bloco.

Em declaração no final da cimeira da OTAN deste mês afirma-se que a aliança apoiará a Ucrânia em "seu caminho irreversível" rumo à adesão.

(Reuters e AP) via Facebook de Carlos Fino

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