MARÍA CORINA MACHADO: TODAS AS INFORMAÇÕES CONCORDAM QUE EDMUNDO GONZÁLEZ OBTEVE 70% DOS VOTOS
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segunda-feira, 29 de julho de 2024

MARÍA CORINA MACHADO: TODAS AS INFORMAÇÕES CONCORDAM QUE EDMUNDO GONZÁLEZ OBTEVE 70% DOS VOTOS

A líder democrata María Corina Machado garantiu na segunda-feira que defenderá a vitória de Edmundo González, a quem declarou como o novo presidente eleito da Venezuela, apesar dos resultados precipitados ordenados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). 

A líder da oposição, María Corina Machado, manifestou-se do Comando de Campanha da Venezuela para rejeitar os resultados divulgados no primeiro boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na madrugada de 29 de julho.

"A Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González Urrutia. Vencemos e todos sabem disso", disse Machado.

Ele acrescentou que eles têm mais de 40% dos minutos com os quais o triunfo do candidato da oposição é refletido.

"Temos 100% das atas emitidas pela CNE. Todas as informações concordam que Edmundo González Urrutia obteve 70% dos votos", disse Machado.

"Os venezuelanos sabem o que aconteceu no dia da eleição hoje, todas as regras foram violadas a ponto de nem todas as atas ainda terem sido entregues", disse González.

O candidato também reiterou a sua mensagem de reconciliação e mudança na paz e disse estar convencido de que a grande maioria dos venezuelanos aspira a isso igualmente.

"A nossa luta continua e não descansaremos até que a vontade do povo da Venezuela seja respeitada", acrescentou o candidato da Mesa da Unidade Democrática (MUD).

O pronunciamento foi proferido minutos após o resultado eleitoral oferecido pelo presidente da CNE, Elvis Amoroso, no qual nomeou Nicolás Maduro eleito com 5.150.092 milhões de votos, o que se traduz em 51,20% e uma tendência irreversível.

Por sua vez, o candidato da oposição obteve 4.445.978 milhões de votos, totalizando 42,2%, com 80% das urnas apuradas.

Qual tem sido a reação internacional?

As reacções dos líderes latino-americanos foram mistas. Países da região, alguns deles aliados de Maduro, como Cuba, Bolívia e Honduras; deram os parabéns pela reeleição, enquanto outros, como Costa Rica e Peru, o rejeitaram. O Chile, por sua vez, disse que não aceitaria nenhum resultado que não fosse verificável.

O presidente argentino, Javier Milei, descreveu o resultado oficial como uma fraude. O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, escreveu na rede social X: "Não assim! Era um segredo aberto. Eles iriam 'vencer' sem prejuízo dos resultados reais. O processo até o dia da eleição e a contagem foram claramente enganosos. Você não pode reconhecer um triunfo se não confiar na forma e nos mecanismos usados para alcançá-lo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Peru, Javier Goznález-Olaechea, aludiu a "irregularidades" no processo eleitoral venezuelano e rejeitou o resultado de domingo.

"Condeno em todos os seus extremos a soma de irregularidades com intenção de fraude por parte do governo da Venezuela. O Peru não aceitará a violação da vontade popular do povo venezuelano".

O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, pediu "transparência".

"A Venezuela merece resultados transparentes e precisos que estejam ligados à vontade de seu povo. Recebemos com muitas dúvidas os resultados anunciados pela CNE. Por isso, são essenciais os relatórios das missões de observação eleitoral, que hoje mais do que nunca, devem defender o voto dos venezuelanos".

O governo da Costa Rica, por sua vez, afirmou que "rejeita categoricamente a proclamação de Nicolás Maduro como presidente da República Bolivariana da Venezuela, que consideramos fraudulenta".

Os Estados Unidos insistiram que têm sérias preocupações de que os resultados anunciados pela autoridade eleitoral venezuelana não reflitam os votos do povo. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu na segunda-feira que uma recontagem detalhada dos votos fosse divulgada.

Da Europa, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Espanha, José Manuel Albares, pediu à Venezuela na manhã de segunda-feira que tornasse públicos os dados desagregados e verificáveis da votação.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, apelou à "total transparência do processo eleitoral" na Venezuela, após a declaração de vitória de Nicolás Maduro, que está a ser contestada pela oposição.

O presidente russo, Vladimir Putin, deu os parabéns nesta segunda-feira ao seu aliado Nicolás Maduro pela sua reeleição, dizendo que Moscovo desfruta de uma parceria estratégica com Caracas e que Maduro sempre será bem-vindo à Rússia.

Já China, um dos principais credores da Venezuela, felicitou diretamente Nicolás Maduro pela sua reeleição como chefe de Estado. "A China felicita a Venezuela pelo sucesso das suas eleições presidenciais e felicita o Presidente Maduro pela sua reeleição", declarou o porta-voz da diplomacia chinesa, Lin Jian, em conferência de imprensa. "A China está disposta a enriquecer a parceria estratégica [com a Venezuela] e a fazer com que os povos dos dois países beneficiem desta", acrescentou.

De acordo com o portal de notícias UOL, o governo do Brasil pedirá aos voluntários do Centro Carter e especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) que investiguem os dados fornecidos pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) e os comparem com os resultados que a Plataforma Democrática Unitária (PUD) conseguiu documentar.

“Neste momento estão a formar-se três blocos - por um lado, temos a Costa Rica, Argentina, Uruguai e Perú, que se recusam reconhecer os resultados de qualquer eleição. Temos um bloco mais cauteloso, com o Chile, Colômbia, EUA e União Europeia e Brasil, que pedem para que haja transparência no processo de contagem. Também temos um bloco com Cuba, Bolívia, Nicarágua, Honduras, Rússia, China, Irão e outros países como a Síria que já felicitaram Maduro pela sua vitória.”


(actualização)

Fontes diversas

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