OS ESTADOS UNIDOS DESAFIAM A RÚSSIA E A CHINA NO ÁRTICO
O República Digital faz todos os esforços para levar até si os melhores artigos de opinião e análise, se gosta de ler o RD considere contribuir para o RD a fim de continuar o seu trabalho de promover a informação alternativa e independente no RD. Apoie o RD porque ele é a alternativa portuguesa aos média corporativos.

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

OS ESTADOS UNIDOS DESAFIAM A RÚSSIA E A CHINA NO ÁRTICO

A área do Báltico ao Ártico está se tornando uma arena de confronto geopolítico. A decisão dos Estados Unidos de declarar o Ártico uma "região de confronto estratégico" na qual Washington pretende "defender os seus interesses nacionais" representa um novo desafio do Ocidente.


Por Alexandre Lemoine

O noroeste da Rússia já se tornou a linha de frente do confronto com a OTAN, facto que se tornou particularmente evidente depois que a Suécia e a Finlândia aderiram à aliança militar, aumentando a fronteira total da Rússia com os países aliados em 1.300 quilômetros.

A decisão dos Estados Unidos de declarar o Ártico uma "região de confronto estratégico" na qual Washington pretende "defender os seus interesses nacionais" representa um novo desafio do Ocidente.

De acordo com a nova Estratégia do Ártico, divulgada pelo Pentágono em 22 de Julho, os Estados Unidos estão começando a ver a região como uma arena de confronto estratégico, motivando isso pelo facto de que a região passou por uma série de mudanças geopolíticas substanciais. Entre essas mudanças, o Pentágono menciona não apenas a crise ucraniana, a adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN, mas também "uma crescente colaboração entre a China e a Rússia".

Além disso, o documento afirma que, devido ao aquecimento global, o Ártico está tornando-se cada vez mais acessível, tornando-se uma "arena de confronto estratégico". Nesse sentido, os Estados Unidos declararam a sua prontidão para "responder aos desafios com nossos aliados e parceiros para garantir a capacidade de agir nas latitudes do norte".

No final da semana passada, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, general Charles Brown, enfatizou a necessidade de "pensar cuidadosamente" sobre a segurança estratégica no Ártico para determinar quais as forças e capacidades Washington precisará no futuro. Uma das manifestações óbvias da nova política dos EUA para o Ártico será a intensificação dos exercícios militares na região para "demonstrar a interoperabilidade operacional e a confiabilidade das capacidades de combate unificadas", disse ele numa conferencia de imprensa.

Comentando a nova estratégia dos EUA no Ártico, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, disse que o documento divulgado pelo Pentágono apresentava "manifestações de confronto", implicando que a Rússia se opõe à escalada de confronto nesta região. "O Ártico também é uma região estratégica para o nosso país. A Rússia está assumindo uma postura responsável e ajudando a garantir que o Ártico não se torne uma área de discórdia e tensões crescentes", disse ele.

Na semana passada, o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad) anunciou que dois bombardeiros russos Tu-95 e dois H-6s chineses foram detectados na zona de defesa aérea do Alasca. Em seguida, o Ministério da Defesa da Rússia mostrou imagens da patrulha conjunta do grupo aéreo russo-chinês.

O Kremlin disse a esse respeito que "a interação russo-chinesa na área do Ártico só pode promover uma atmosfera de estabilidade e previsibilidade no Ártico". Como enfatizou Dmitry Peskov, essa cooperação "visa apenas proteger os interesses desses países e melhorar o nível de bem-estar dos povos dos dois países".

Por sua vez, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, disse que Pequim se opõe a qualquer interpretação errônea e crítica à cooperação China-Rússia no Ártico pelos Estados Unidos. Segundo o diplomata, a China está constantemente fortalecendo a cooperação com todas as partes interessadas na região do Ártico e está comprometida em manter a paz e a estabilidade no Ártico e promover o seu desenvolvimento sustentável.


Fonte: https://www.observateurcontinental.fr



Sem comentários :

Enviar um comentário

Apoie o RD

Enter your email address:

Delivered by FeedBurner