CRÔNICAS DO DONBASS DE BRUNO AMARAL DE CARVALHO
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sexta-feira, 23 de agosto de 2024

CRÔNICAS DO DONBASS DE BRUNO AMARAL DE CARVALHO


A Ucrânia bombardeou um hipermercado em Donetsk, no Donbass. Há mortos e feridos. Naturalmente, é um hipermercado numa cidade controlada pelas forças russas. E, como tal, estes civis pouco importarão à generalidade dos meios ocidentais.


Depois de a Ucrânia promover a divisão dos cristãos ortodoxos no país, o parlamento ucraniano votou a favor da proibição da igreja com ligação ao 'papa' russo, que tem milhões de fiéis na Ucrânia, muitos perseguidos, incluindo bispos, pelas autoridades de Kiev.


Duas notícias que merecem ser lidas com atenção. O fundador do Telegram, Pavel Durov, foi detido em França numa manobra legal que parece ter a intenção de atacar uma das aplicações onde melhor podemos acompanhar vários conflitos, com canais de lados opostos, e que põe em causa muitas vezes a narrativa ocidental. E a Ucrânia aprovou no parlamento a ratificação do Tribunal Penal Internacional mas com uma excepção que está a deixar muitas organizações humanitárias de pé atrás: durante sete anos esse mesmo tribunal não poderia julgar cidadãos ucranianos por crimes de guerra.


A incursão ucraniana na região russa de Kursk foi uma surpresa e, por isso, bem sucedida nos primeiros dias. Tem duas metas: poder negocial e desviar as tropas russas do Donbass. Ao contrário da última ofensiva em Zaporozhye, em que não conseguiu nenhum dos seus objectivos e esbarrou com linhas de defesa fortificadas, a Ucrânia desta vez conseguiu avançar. Contudo, esse avanço dá-se em grande medida porque não havia linhas de defesa. Não há qualquer tipo de genialidade operativa. Avançaram em campo aberto sem oposição. 

Pelo contrário, as tropas russas continuam a avançar no Donbass precisamente em zonas fortificadas durante anos pela Ucrânia. Hoje, o chefe máximo das forças ucranianas admitiu que não conseguiu obrigar a Rússia a desviar tropas do Donbass. Portanto, sobra apenas um dos objectivos por cumprir: ter uma moeda troca na mesa das negociações. Veremos se a Ucrânia aguenta até lá.





[Actualização]

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